terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Todos em Friburgo repudiam mentira da Veja


Por Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades:

Transparência Nova Friburgo

Este Blog traz o espaço próprio para questões de interesse mútuo dos bons cidadãos de Nova Friburgo. Não se trata de um Blog de cunho político partidário,nem de tendências. É imparcial. Sejam todos bem-vindos!

sábado, 22 de janeiro de 2011

NOTA CONJUNTA DE REPÚDIO

O PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A OAB/RJ, POR SUA 9ª SUBSEÇÃO, O MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO, O DIRETOR DO IML-AP/RJ E O DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DE NOVA FRIBURGO, vem apresentar nota conjunta repudiando a matéria publicada na Revista Veja, edição 2200, ano 44, nº 03, de 19 de janeiro de 2011, em especial, o conteúdo do último parágrafo de fls. 54 até o primeiro parágrafo de fls. 56, em razão de seu conteúdo totalmente inverídico, conforme será esclarecido a seguir:

1) Inicialmente, cumpre esclarecer que em momento algum os corpos da vítimas fatais ficaram sobrepostos uns sobre os outros no Instituto de Educação de Nova Friburgo, local em que foi montado um posto provisório do IML, em razão da catástrofe que assolou toda esta região, mas sim acomodados separadamente lado a lado no ginásio do Instituto;

2) O acesso ao referido Instituto foi limitado às autoridades públicas e aos integrantes das Instituições inicialmente referidas, sendo certo que o ingresso dos familiares no local para a realização de reconhecimento somente foi permitido após autorização de um dos integrantes das mencionadas instituições e na companhia permanente do mesmo;

3) A liberação dos corpos para sepultamento somente foi autorizada após o devido reconhecimento efetuado por um familiar, sendo totalmente falsa a afirmação de que “ao identificar um conhecido, bastava levá-lo embora, sem a necessidade de comprovar o parentesco”. Frise-se, que mesmo com o reconhecimento, foi realizado posteriormente procedimento de identificação pelos peritos da Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro, bem como de outros cedidos pela Polícia Civil de São Paulo, pela Polícia Federal e pelo Exercito Brasileiro, estes por intermédio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com a análise da impressão digital, do exame de arcada dentária e exame de DNA;

4) Ademais, cada um dos falecidos foi colocado em uma urna e sepultado individualmente, não existindo qualquer tipo de sepultamento coletivo, mas sim vários sepultamentos individuas e simultâneos no mesmo cemitério;

5) Em meio a infeliz perda de 371 vidas, somente neste Município de Nova Friburgo (até presente momento) é importante registrar que houve apenas 03 (três) casos de divergência dos reconhecimentos feitos pelos parentes, os quais estão sendo devidamente esclarecidos pelos peritos do IML/Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, através do exame das impressões digitais, das arcadas dentárias e do exame de DNA.

Assim, ao contrário do que a narrativa contida na matéria publicada leva o leitor a concluir, não houve uma feira livre na busca e no sepultamento de corpos, mas ao contrário, um trabalho sério realizado por profissionais exemplares, dedicados e comprometidos em minimizar, naquilo em que era possível, o sofrimento da população local, e ainda preservar, dentro das possibilidades existentes, a ordem e a saúde pública.

Aliás, o respeito pelas famílias e pelos corpos dos cidadãos falecidos não permitiria que os mesmos fossem tratados pelas autoridades da maneira descrita pelas jornalistas.

Assim, é com extremo pesar, que em meio a um evento trágico e que entristeceu a todos, tenhamos que vir a público repudiar as inverdades publicadas, de cunho meramente sensacionalista, a fim de evitar que o desserviço gerado pela matéria venha a causar mais prejuízo, sofrimento e comoção aos familiares das vítimas e a toda nossa comunidade.

Nova Friburgo, 21 de janeiro de 2011.

Paulo Vagner Guimarães Pena
Juiz de Direito
Dirigente do Fórum e do 9º NUR-N. Friburgo
Matrícula 21.121

Fernando Luis G. de Moraes
Juiz de Direito
Matrícula 29.813

Gustavo Henrique Nascimento Silva
Juiz de Direito
Matrícula 27.318

Hédel Nara Ramos Jr.
Promotor de Justiça
Coordenador Regional do Ministério Público
Matrícula 1.287/MPRJ

Dermeval Barboza Moreira Neto
Prefeito do Município de Nova Friburgo

Marcelo Barucke
Defensor Público
Coordenador Regional da Defensoria Pública
Matrícula nº 817.882-4

Carlos André Rodrigues Pedrazzi
Advogado – OAB/RJ nº 59820
Presidente da 9ª Subseção da OAB/RJ

Rômulo Luiz de Aquino Colly
Advogado – OAB/RJ nº 110.995
Vice-Presidente da 9ª Subseção da OAB/RJ

Sérgio Simonsen
Perito Legista
Diretor do IML-AP/RJ
Matrícula 872.246-4

José Pedro Costa da Silva
Delegado de Polícia de Nova Friburgo
Matrícula 823.230-8

Fernando Henrique Cardoso não se enxerga?


A linguagem popular é rica de expressões que têm muitas vezes uma precisão cruel. Uma delas é “ele não se enxerga”, que se aplica como uma luva às declarações recentes – mas não novas – do ex-presidente neoliberal Fernando Henrique Cardoso sobre a política externa do governo Lula e do chanceler Celso Amorim, mantida pela presidente Dilma Rousseff e pelo chanceler Antônio Patriota.

Basta lembrar alguns episódios vexaminosos da diplomacia comandada por Fernando Henrique Cardoso para que se tenha a dimensão dos disparates que ele e seus partidários conservadores e pró-americanos repetem sobre a diplomacia brasileira autônoma e independente reinaugurada por Lula e Celso Amorim.

Um desses episódios foi a demissão do diplomata Samuel Pinheiro Guimarães da presidência do IPRI (Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais do Itamaraty), em 2001. Outro, em 2002, foi a demissão do embaixador José Maurício Bustani da direção geral da Opaq (Organização da ONU para as Armas Químicas). Outro, ainda mais devastador para o orgulho nacional, ocorreu em 2002 sendo protagonista o próprio chanceler tucano Celso Lafer que, em visita oficial aos EUA para apoiar o governo local depois dos ataques terroristas de 11de setembro de 2001, aceitou submeter-se à rígida revista policial nos aeroportos de Nova York e de Washington, chegando inclusive a tirar os sapatos, como exigiam os agentes que faziam a revista.

Há uma coerência entre estes episódios vergonhosos. Enquanto o ministro constrangia o Brasil com sua atitude servil, os diplomatas punidos (Samuel Pinheiro Guimarães e José Maurício Bustani) pagaram por sua altivez e dignidade e por não aceitarem dobrar-se ante as imposições da diplomacia norte-americana. Guimarães sempre foi um crítico da ALCA; Bustani rejeitou as pressões do governo de Washington para usar seu cargo na ONU e “criminalizar” nações independentes acusadas mentirosamente por Bush e seus pupilos de detentoras de armas químicas, como ocorreu com o Iraque, contra quem aquelas alegações falsas serviram para legitimar a agressão que destruiu o país e infelicitou o povo.

Esta é a diplomacia que Fernando Henrique Cardoso quer de volta: a dos sem sapatos nem vergonha na cara, submissos passivamente às imposições norte-americanas. Um estudioso, o historiador Moniz Bandeira, chegou a escrever que a política externa de Fernando Henrique Cardoso foi um “simples acessório dos interesses hegemônicos dos Estados Unidos, no mundo e, em especial, na América Latina”. Ele tem razão.

Aquela foi uma política de cabeça baixa, pés descalços e “sim senhor”, que não volta mais. Outro dito popular muito valorizado nos arraiais tucanos diz que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. É o que eles fizeram no governo, rosnando para países pequenos e pobres (como a Bolívia, por exemplo), e curvando a espinha ante os poderosos do mundo, como os governantes de Washington.

O Brasil democrático nem manda nem obedece – trata todos os povos e nações como iguais, cujos interesses precisam ser articulados soberanamente em acordos que contemplem as necessidades e os limites de cada um. Esta é a melhor tradição diplomática brasileira, retomada por Lula e Celso Amorim e que projetou o Brasil no mundo como um parceiro da paz e da busca do desenvolvimento e do progresso para todos os povos. O resto é conversa fiada de gente saudosa do poder do qual foi escorraçada pelo voto popular e cujas chances de voltar são cada vez mais remotas.

Do Vermelho

Efeito mentira: Jornal Folha de São Paulo perde liderança em circulação


Liderança do jornal paulistano durou 24 anos. Maior periódico do País em 2010 foi o popular mineiro Super Notícia.

Ainda faltam alguns poucos dados relativos a dezembro para que o Instituto Verificador de Circulação (IVC) feche o seu balanço com o desempenho dos jornais brasileiros em 2010. Apesar disso, o resultado final deve ficar próximo de uma leve alta de 1,5% na circulação total, considerando os títulos auditados em 2010 e na maior parte de 2009.

Nos números já finalizados, a principal novidade é a perda de liderança da Folha de S. Paulo, que era o jornal de maior circulação no país desde 1986. Embora já tivesse perdido a liderança em alguns meses, em 2010 isto ocorreu pela primeira vez no consolidado de um ano. O topo do ranking do ano passado foi do Super Notícia, título popular de Belo Horizonte. Enquanto a Folha manteve estabilidade, na casa dos 294 mil exemplares por edição, o Super Notícia cresceu 2%, atingindo média de 295 mil.

Entre os dez títulos líderes, a maior alta foi de O Estado de S. Paulo, que avançou 11%, chegando a 236 mil exemplares por edição. As maiores quedas foram do Lance, que encolheu 24%, ficando próximo de 95 mil, e do carioca Meia Hora, que viu sua circulação diminuir 15%, atingindo 158 mil exemplares por edição.

Os 10 jornais de maior circulação no Brasil em 2010 e suas respectivas médias por edição foram:
1º Super Notícia: 295.701
2º Folha de S. Paulo: 294.498
3º O Globo: 262.435
4º Extra: 238.236
5º O Estado de S. Paulo: 236.369
6º Zero Hora: 184.663
7º Meia Hora: 157.654
8º Correio do Povo: 157.409
9º Diário Gaúcho: 150.744
10º Lance: 94.683

A informação é da coluna Em Pauta, publicada na edição 1443 de Meio & Mensagem, que circula com data de 24 de janeiro de 2011

E se os EUA acabassem com o consumo de drogas

O aumento exacerbado da violência em países como a Guatemala, El Salvador, Honduras, Jamaica e a Venezuela, tem a ver com mudanças nos roteiros de circulação do tráfico de drogas. O índice de violência nos dois primeiros países é maior do que o registrado quando viviam situações de guerra civil.

O crime organizado, segundo a revista The Economist, é o responsável principal por esse aumento vertiginoso da criminalidade. A América Central é uma ponte entre a Colômbia e o México, os dois eixos fundamentais do narcotráfico no continente, que desembocam no maior mercado consumidor de drogas do mundo – os EUA. Este, a razão de fundo, o verdadeiro indutor do narcotráfico, com todas as tragédias que implica.

Conforme a pressão aumentou, primeiro na Colômbia e depois no México, a América Central foi erigida em rota alternativa do tráfico. Os cartéis mexicanos estão contratando bandos centroamericanos para articulá-los diretamente com o circuito geral. São recrutados ex-soldados, liberados dos exércitos. Só a Guatemala diminuiu em 2/3 o contingente das suas forças armadas, cujos contingentes foram em grande parte recrutados pelas máfias. Calcula The Economist em cerca de 70 mil os membros da mara – violenta versão centroamericana das gangues. A tendência dos cartéis mexicanos de pagar em droga os serviços prestados, multiplica o consumo e a criminalidade correspondentes.

A região centroamericana é a mais pobre do continente, com um PIB per capita de 2.700 dólares, menos de um terço do mexicano. O montante de drogas e armamentos apreendidos na Guatemala nos primeiros 6 meses de 2010 equivalem a 5% do PIB nacional – para se ter uma ideia do peso e da atração que os recursos provenientes do tráfico representam nesses países. Mas na repartição dos recursos para o combate ao narcotráfico, conforme o programa Iniciativa Médida, dos EUA, o México recebe 84% do total.

Como os norteamericanos imaginaram um país sem os mexicanos – em uma atitude de incitação ainda maior à discriminação – poderíamos imaginar o mundo sem o consumo de drogas por parte dos EUA. O golpe assentado no tráfico de drogas seria decisivo, mesmo que outros itinerários já tenham peso significativo, especialmente a Europa. Um país como o México e toda a América Central, seriam afetados de maneira muito positiva, com o enfraquecimento dos carteis da droga e das gangues que proliferam a partir deles.

Mas os EUA, o gigantesco indutor mundial da produção e do tráfico de drogas, como sempre fez, deriva as raízes do problema para outros países, buscando na extradição de traficantes e na erradicação por meio de venenos químicos de extensas zonas onde se produz folha de coca para o consumo da sua população, a falsa solução do problema.

Se os EUA atacassem sistematicamente a entrada das drogas no seu território, impedissem o envio de armamento sofisticado aos cartéis mexicanos, golpeassem profundamente a milionária rede que aufere lucros gigantescos com o tráfico, prendessem os traficantes e desarticulassem suas redes – o mundo viveria melhor. Mas a sociedade que mais consome drogas no mundo, tornando-se o seu maior mercado consumidor, é uma sociedade essencialmente dependente das drogas para sobreviver, pelo estilo de vida que leva e espalha sua doença para os outros países.

Por Emir Sader