sexta-feira, 16 de julho de 2010
A cada governo, seu Ministro do Trabalho
Em um documentário forjado para gozar os ministérios das ditaduras militares, o grupo de humor argentino Les Luthiers apresentava um jornal cinematográfico que anunciava a posse de novos ministros: Ministro da Economia - General de Brigada Fulano; Ministerio da Defesa - Marechal de Campo Beltrano, etc., etc. Para terminar: Ministro do Trabalho - Cabo Segundo Juan Perez. Para dar a medida da relação do governo com cada tema e com cada setor da sociedade.
O ex-ministro do governo FHC e agora candidato tucano-demista a presidência, repete, sem entender o sentido, a "acusação" que o ex-sociólogo e seu líder FHC tinha feito, de que o governo do PT era um "sub-peronismo" (sic). Sem saber do que se trata, o candidato da direita diz que o governo Lula virou uma "republica de sindicalistas".
Para saber a medida da forma como o governo FHC-Serra tratou os trabalhadores brasileiros, basta lembrar quem foi o ministro do trabalho do segundo governo daquela dupla desgovernada: ninguém menos do que Francisco Dornelles. O ex-ministro da ditadura, representante no governo FHC-Serra do partido mais autenticamente originário da ditadura: ex-Arena, ex-PDS, depois PP, sob a direção de Paulo Maluf.
A quem representava Dornelles no Ministério do Trabalho? Quando trabalhou? Quando se relacionou com o sindicatos? Que projetos apresentou a favor dos trabalhadors na Constituinte?
Era, evidentemente, o representante do capital, do grande empresaraiado. Dá a medida de como o governo FHC-Serra concebia a relação com os trabalhadores. Desde o ponto de vista dos grandes empresários, dos políticos originários da ditadura, do capital financeiro, do malufismo.
Parece-lhes então insólito que o movimento sindical brasileiro, através das suas centrais sindicais, apoie um governo que promoveu o aumento sistemático dos salários dos trabalhadores acima da inflação; que elevou permanentemente o nível do emprego formal. Tudo isto, na contramão do governo FHC-Serra, que promoveu um brutal arrocho nos salários, elevou o desemprego e o subemprego a niveis recordes e fez com que a maioria dos trabalhadores brasileiros não tivesse mais carteira de trabalho, estivessem submetidos a uma brutal superexploração.
Os professores paulistas conhecem bem a atitude do ex-governador de Sao Paulo. Os atos valem muito mais do que palavras. Os trabalhadores brasileiros sabem com foram tratados por FHC-Serra-Dornelles e não querem nunca mais saber deles de volta.
Como disse o presidente da CUT, é hora do ex-governador de Sao Paulo e do ex-presidente dos ricos do Brasil pensarem no segundo desemprego, mas principalmente, na sua aposentadoria.
Por Emir Sader
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