terça-feira, 6 de novembro de 2012

Lipoaspiração: os riscos por trás da silhueta perfeita



A dançarina Pâmela Baris exibia um corpo escultural e com medidas muito bem distribuídas em seus 1,70 de altura. Eram 93cm de busto, 67cm de cintura e 102cm de quadril. Proporções cobiçadas por qualquer mulher, mas que para ela ainda formavam um conjunto imperfeito.
Vaidosa, a catarinense de 27 anos buscou aperfeiçoar ainda mais suas curvas por meio de lipoaspiração, cirurgia plástica capaz de retirar gordura localizada. Era a terceira vez que a estudante de biomedicina e ex-assistente de palco em programas de televisão passava por uma lipo. Mas, dessa vez, durante o processo cirúrgico, seu fígado foi perfurado. Ela perdeu muito sangue, sofreu uma parada cardiorrespiratória e acabou morrendo ainda na mesa de cirurgia.
Não são infrequentes os casos de morte decorrente da lipoaspiração. Ouvem-se muitas histórias de parada cardíaca ou reações adversas a anestésicos. Contudo, para o Dr. Felipe Coutinho, diretor da regional paulistana da SBPC (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), o problema que ocorreu com a modelo, classificado como perfuração de víscera, não é um risco pré-definido da cirurgia, como os citados há pouco e, sim, um acidente. “É muito difícil isso ocorrer, é uma exceção. Geralmente, a tendência é direcionar a culpa para o profissional, enquanto o certo e justo é investigar o que aconteceu. Inicialmente, ninguém sabe. A paciente poderia ter hérnia ou fraqueza abdominal, o que facilitaria a entrada mais profunda da cânula e poderia levar a atingir alguma víscera.”
O número de mortes em lipoaspirações é baixo. Segundo dados da FDA (Food and Drugs Administration – vigilância sanitária americana),  são esperadas 3 mortes a cada 100 mil cirurgias de lipo. Dr. Dênis Calazans, secretário geral da SBPC, explica que a lipoaspiração não apresenta índices científicos e estatísticos de risco diferentes das demais cirurgias. Ainda assim, alerta para as complicações que a cirurgia pode causar. “Podemos elencar embolia gordurosa (oclusão de pequenos vasos por gotículas de gordura), seroma (excesso de líquido que fica retido próximo à cicatriz cirúrgica, causando inflamação), hematomas, irregularidades de relevo cutâneo, infecção, entre outros.”
A era da lipo
Apesar de ainda não se saber exatamente os motivos do acidente com Pâmela, a morte da dançarina alerta para algo importante: é necessário muita atenção na hora de escolher a clínica e o profissional que vai fazer a operação. “É preciso, inicialmente, saber se o médico é cirurgião plástico, com seis anos de Faculdade de Medicina, mais dois anos de residência em cirurgia geral e três anos de residência em cirurgia plástica, com título de especialista registrado no CRM (Conselho Regional de Medicina) e membro da SBCP. É recomendável que se obtenham referências do médico e local por meio de informações de outros pacientes que já tenham sido operados por ele. A consulta médica e a relação de confiança que se estabelece por meio de informações mútuas são um forte aliado da segurança cirúrgica”, ressalta Dr. Calazans.
A lipoaspiração é a segunda cirurgia plástica mais realizada no Brasil, ficando atrás somente do implante de silicone nas mamas. Em média, os custos da cirurgia variam entre R$1.800 a R$4.500, dependendo da região onde é realizada a intervenção. Não é uma operação barata, mas das 700 mil plásticas estéticas feitas anualmente no País, 140 mil são lipos. O número alto se deve, em parte, à grande quantidade de clínicas estéticas que realizam a cirurgia por preços bem baixos e com parcelamentos atraentes.
Para Calazans, tais clínicas são “verdadeiras arapucas a que o paciente desavisado e desconhecedor dos riscos se entrega, acreditando estar se submetendo um serviço eficaz e seguro. Geralmente, essas empresas priorizam o lucro e não o trabalho médico. São clínicas que se apresentam na internet com publicidade ostensiva, recrutam médicos pouco ou nada preparados nem habilitados, onde muitas vezes o paciente é assistido por um profissional e operado por outro que nunca viu. As reclamações e processos em face desse tipo de clínicas se avolumam nos Conselhos Regionais de Medicina.”
Antes, durante e após a cirurgia
A lipo é uma técnica para retirar o excesso de gordura localizada por meio de sucção feita  com uma fina cânula introduzida na camada subcutânea gordurosa. Essa cânula é ligada a um aparelho que suga de maneira controlada o tecido adiposo.
Cânula sendo introduzida na região adiposa
Antes de a sucção começar, é preciso que a região a ser operada seja infiltrada com uma solução de soro fisiológico e substâncias vasoativas que têm a finalidade de promover a vasoconstricção (processo de contração dos vasos sanguíneos) no local, visando diminuir a perda sanguínea e promover a retirada mais fácil da gordura.
Não existe um tempo preciso ou determinado para a realização do procedimento. “A duração varia de acordo com as áreas a serem tratadas, a habilidade da equipe médica, o grau de dificuldade técnica próprio de cada paciente. Não obstante, é cientificamente sabido que a ocorrência de complicações cirúrgicas obedece a uma proporcionalidade de tempo: procedimentos cirúrgicos muito longos tendem a um aumento exponencial dos riscos”, explica Calazans.
Como em toda e qualquer cirurgia, também é necessário preparo antes do procedimento. O paciente precisa marcar uma consulta prévia para diagnóstico e realizar alguns exames pré-operatórios, como hemograma, coagulograma e avaliação cardiológica. Algumas doenças ou situações podem impedir o procedimento, como uma simples gripe, alergias, hipertensão e certos problemas cardíacos. Além disso, pessoas que estão bem acima do peso e apresentam excesso de gordura não devem ser submetidas ao processo, assim como pacientes com mais de 60 anos, pois a idade avançada traz perda da elasticidade da pele (colágeno e elastina), o que facilita a entrada da cânula e pode resultar em perfuração de uma víscera, sem contar que a retirada da gordura (que mantém a pele um pouco mais esticada) vai deixar o corpo mais flácido.
Para quem tem pressa e espera sair da sala da cirurgia com a silhueta enxuta, a má notícia é que nenhum procedimento cirúrgico estético, incluindo a lipoaspiração, mostra resultado imediato. Após a lipo, a região operada tende a ficar inchada. Para ver o resultado, é preciso esperar a região  recuperar-se. Em geral, somente após o segundo ou terceiro mês de pós-operatório, é possível observar uma sensível redução do edema (inchaço) e, consequentemente, ter uma ideia do resultado. Contudo, o resultado definitivo se evidencia apenas seis meses após a cirurgia.
A recuperação não é mais ou menos complexa do que a de outro procedimento. Na verdade, é igual. Como a cirurgia requer incisões mínimas, de um centímetro, para inserir a cânula, os pontos são pequenos, o que facilita a recuperação. Recomendam-se tratamentos fisioterápicos complementares no pós-operatório, como drenagens linfáticas, a fim de minimizar os efeitos do edema e favorecer a cicatrização da região operada. Além disso, especialistas sugerem o uso de cintas modeladoras por, no mínimo, um mês, para ajudar a dar firmeza à pele.
Condições para se submeter à cirurgia
Apesar de ter virado moda entre aqueles que exigem um corpo mais esguio, tanto Calazans como Coutinho reafirmam que a lipoaspiração não é um método de emagrecimento. “Ela deve ser empregada para tratamento de áreas de depósito de gordura que sejam resistentes a tratamentos prévios de redução de peso e atividade física. Geralmente, são áreas em que o depósito se faz por fatores genéticos. A indicação segue também um desejo do paciente e a avaliação detalhada e minuciosa de um cirurgião plástico”, explica Calazans. Sem contar que a quantidade de gordura máxima que pode ser retirada na operação é 7% do peso corporal, não mais que isso.
Lembrando que a cirurgia só deve ser feita após os 18 anos, não é recomendada a lipoaspiração para adolescentes, por uma série de fatores. Um deles é o fato de o metabolismo jovem favorecer a redução de gordura em determinadas áreas do corpo mediante disciplina alimentar e atividade física. “O que notamos com grande preocupação é a procura pela lipoaspiração quase como resultado de um modismo da ‘forma física ideal’, que deve ser conquistada rapidamente. Isso é sempre contraindicado, uma vez que a lipoaspiração é um tratamento médico, e por isso deve ser encarado como alternativa radical”, afirma Calazans.
Lipoaspiração X Lipoescultura
Muito se ouve falar também da lipoescultura. Para as mulheres mais atentas a novidades do mercado da estética, ela é vista como uma maneira de esculpir o corpo humano. Só que para Calazans, essa técnica se assemelha mais a um incremento de marketing. “Criaram-se nomenclaturas e definições com o intuito de minimizar riscos inerentes a um tratamento específico, que é a lipoaspiração. Isso gera no leigo uma falsa ilusão.” Para o cirurgião, a “lipoescultura” nada mais é do que o lipoenxerto, técnica de retirada da gordura de determinada área corporal e injeção desta em outra parte do corpo, com objetivo de dar volume.
Por Drauzio Varella

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

REQUIÃO DEFENDE LULA E DENUNCIA PRECONCEITO DE CLASSE

“Quando digo oposição, o que menos conta são os partidos da minoria. O que mais conta é a mídia”, disse o senador.



Não costumo assinar manifestos, abaixo-assinados ou participar de correntes. Mas quero registrar aqui minha solidariedade a Luís Inácio Lula da Silva, por duas vezes presidente do Brasil. 

Diante de tanto oportunismo, irresponsabilidade, ciumeira e ressentimento não é possível que se cale, que se furte a um gesto de companheirismo em direção ao presidente Lula. Sim, de companheirismo, que pouco e me dá o deboche do sociólogo. 

A oposição não perdoa, e jamais desculpará a ascensão do retirante nordestino à Presidência da República. 

A ascensão do metalúrgico talvez ela aceitasse, mas não a do pau-de-arara. Este, não!

Uma ressalva. Quando digo oposição, o que menos conta são os partidos da minoria. O que mais conta, o que pesa mesmo, o que é significante, é a mídia, aquele seleto grupo de dez  jornais, televisões, revistas e rádios que consome mais de 80 por cento das verbas estatais de propaganda. Aquele finíssimo, distintíssimo grupo de meios de comunicação “que está fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”, como resumiu com a sinceridade e a desenvoltura de quem sabe e manda, a senhora Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais. 

Este conjunto de articulistas e blogueiros desfrutáveis que faz a “posição oposicionista” nos meios de comunicação usa uma entrevista que não houve para, mais uma vez, tentar indigitar o ex-presidente. Primeiro, tivemos o famosíssimo grampo sem áudio. Mais hilário ainda: a transcrição do áudio inexistente mostrava-se extremamente favorável aos grampeados. Um grampo a favor. E sem áudio.

Lembram? 

Houve até quem quisesse o impeachment de Lula pelo grampo sem áudio e a favor dos grampeados, houve até quem ameaçasse bater no presidente. 

Agora, este mesmo conjunto de jornais, rádios, televisões e revistas, esses mesmos patéticos articulistas e blogueiros querem que se processe o ex-presidente. Não me expresso bem: não querem processá-lo.  Querem condená-lo, pois como a Rainha de Copas, de Lewis Carol, primeiro a forca, depois o julgamento. 

Recomendaria a vossas excelências que tapassem o nariz, não fizessem conta dos solecismos, da pobreza vocabular, das ofensas à regência verbal e lessem o que escreve esse exclusivíssimo clube de eternos vigilantes. 

Os mais velhos de nós, os que acompanharam o dia-a-dia do país antes do golpe de 64, vão encontrar assustadores pontos de contato entre o jornalismo e o colunismo político daquela época com o jornalismo e o colunismo político dos dias de hoje. Embora, diga-se, os corvos de outrora crocitassem com mais elegância que os grasnadores de agora.

Fui governador do Paraná nos oito anos em que Lula presidiu o Brasil. Por diversas vezes, inúmeras vezes, manifestei discordância com a forma de sua excelência governar, com suas decisões ou indecisões. Especialmente em relação à política econômica, à submissão do país ao capitalismo financeiro, aos rentistas. 

Mas havia um Meireles no meio do caminho. No meio do caminho, para gáudio da oposição e para a desgraça do país, havia um Meireles. 

É verdade que Lula acendeu uma vela também para os pobres. E não foi pouco o que ele fez. É preciso ter entranhados na alma o preconceito, a insensibilidade e a impiedade de nossas elites para não se louvar o que ele fez pela nossa gente humilde. Na verdade, no fundo da alma escravocrata de nossas elites mora o despeito com a atenção dada aos mais pobres por Lula.

Apenas corações empedrados por privilégios de classe, apenas almas endurecidas  pelos séculos e séculos de mandonismo, de autoritarismo, de prepotência e de desprezo pelos trabalhadores podem explicar esse combate contínuo aos programas de inclusão das camadas mais pobres dos brasileiros ao maravilhoso mundo do consumo de três refeições por dia.

A oposição –somem-se sempre a mídia com a minoria, mas o comando é da mídia-  também não perdoa Lula porque ele sempre a surpreendeu, frustrou suas apostas, fez com que ela quebrasse a cara seguidamente.

Foi assim em 2002, quando ele se elegeu; foi assim em 2006, quando se reelegeu; foi assim na crise de 2008, quando ele não seguiu as receitas daqueles gênios que quebraram o Brasil três vezes, entre 1995 e 2002,  e impediu que a crise financeira mundial levasse também o nosso país de roldão. E, finalmente, foi assim em 2010, quando elegeu Dilma como sucessora.

O desempenho da oposição –isto é, mídia e minoria, sob o comando da mídia- na crise de 2008 foi impagável. Caso alguém queira se divertir é só acessar um vídeo que corre aí pela internet com uma seleção de opiniões dos  economistas preferidos dos telejornais, todos recomendando a Lula rigor fiscal extremo, austeridade  e ascetismo dos padres do deserto; corte nos gastos sociais, cortes nos investimentos, elevação dos juros, elevação do depósito compulsório, congelamento do salário mínimo, contenção dos reajustes salarial, flexibilização dos leis trabalhistas, diminuindo direitos dos assalariados.

Enfim, recomendavam, como sempre aconselham, atar os trabalhadores ao pelourinho, tirar-lhes o couro, para  que os bancos, os rentistas, o capital vadio restassem incólumes e seus privilégios protegidos. Receitavam para o Brasil o que a troika da União Européia enfia goela abaixo da Grécia, da Espanha, da Itália, de Portugal. 

Lula não fez nada do que aqueles doutores prescreviam. Em um dos vídeos, um desses sapientíssimos senhores ridicularizava os conhecimentos macroeconômicos do presidente, prevendo que o “populismo” e o “espontaneísmo” de Lula levariam o Brasil ao desastre. Pois é.

A acusação mais frequente que se fazia, e se faz, a  Lula é a de ser “populista”. A mesmíssima acusação feita a Getúlio quando criou a CLT, o salário mínimo, as férias e descanso remunerados, a previdência social;  a mesmíssima acusação feita a João Goulart quando deu aumento de cem por cento ao salário mínimo ou quando sancionou a lei instituindo o 13° salário ou quando criou a Sunab; ou quando desencadeou a campanha das reformas; a mesmíssima acusação feita a Juscelino quando ele decidiu enfrentar o FMI e suas infamantes condições para liberação de financiamento.

Qualquer coisa que beneficie os trabalhadores, que dê um sopro de vida e de esperança aos mais pobres, que compense minimamente os deserdados e humilhados, qualquer coisa, por modesta que seja que cutuque os privilégios da casa grande, qualquer coisa, é imediatamente classificada como “populismo”. 

Outra coisa que a oposição não perdoa em Lula é sua projeção internacional. Quanto ciúme, meu Deus! Quanto despeito! Quanta dor de cotovelo!  A nossa bem postada, e sempre constispadinha elite, jamais aceitou ver o país representado por um pau-de-arara. Ainda mais que não fala inglês. Oh, horror!

Divergi de Lula inúmeras vezes. Quase sempre em relação à econômica. Com a popularidade que tinha, com o respeito que conquistara, com a força de seu carisma poderia ter feito movimentos consistentes que nos levassem a romper com os fundamentos liberais que orientavam -e orientam-  a política econômica brasileira.

E que mantinham – e mantém- o país dependente, atrasado, em processo veloz de desindustrialização.  

Pior, as circunstâncias favoráveis do comércio mundial valorizaram ainda mais o nosso papel de produtores e exportadores de commodities, criando uma “zona de conforto” que desarmou os ânimos e enfraqueceu os discursos de quem lutava por mudanças.

Outra divergência que me agastou com Lula foi em relação à mídia. Era mais do que claro que a lua-de-mel inicial com a chamada “grande imprensa” seria sucedida pela mais impiedosa e, em se tratando de um pau-de-arara, pela mais desrespeitosa oposição.

Em breve tempo, as sete irmãs que dominam a opinião pública nacional cobrariam caro, caríssimo o período em que fora obrigada a engolir o sapo barbudo. O troco viria na primeira crise.

Conversei sobre isso com o presidente, que procurou me aquietar e recomendou-me que falasse com um de seus ministros que, segundo ele, cuidava desse assunto. E o ministro me disse: “Por que criar um sistema público de comunicação, por que apoiar as rádios e a imprensa regional se temos a nossa televisão? A Globo é a nossa televisão”, disse-me o então poderoso e esfuziante ministro.

Pois é. 

Quando busco paralelo entre esta campanha de tentativa de destruição de Lula e as campanhas de destruição de Getúlio e Jango, não posso deixar de notar que eles, pelo menos, tinham um jornal de circulação nacional e uma rádio pública também de alcance nacional para defendê-los. Hoje, que temos? 

E o que entristece é que essa campanha atinge Lula quando ele se encontra duplamente fragilizado. Fragilizado pela doença, que lhe rouba um de seus dons mais notáveis: a sua voz, a sua palavra, seu poder de comunicação. Fragilizado pelo espetáculo mediático em que se transformou o julgamento do tal mensalão. 

Se algum respeito, se alguma condescendência ainda havia para com esse  pau-de-arara,  foi tudo pelo ralo, pelo esgoto em que costumam chafurdar historicamente os nossos meios de comunicação. 

Não sejamos ingênuos de pedir ou exigir compostura da mídia. Não faz parte de seus usos e costumes. Sua impiedade, sua crueldade programada pelos interesses de classe não estabelece limites. 

Não é apenas o ex-presidente que é desrespeitado de forma baixa, grosseira. A presidente Dilma também. Por vários dias, a nossa gloriosa grande mídia deu enorme destaque às peripécias de uma pobre mulher, certamente drogada, certamente alcoolizada, certamente deficiente mental que teria tentado invadir o Palácio do Planalto, dizendo-se “marido” da presidente.

Sem qualquer pudor, sem o menor traço de respeito humano, a Folha de São Paulo, especialmente, transformou a infeliz em personagem, em celebridade. Chegou até mesmo a destacar um repórter para “entrevistar” a mãe da tal mulher. Meu Deus!

Às vésperas do golpe de 1964, o desrespeito da grande mídia para com o presidente João Goulart e sua mulher Maria Teresa chegou ao ponto de o mais famoso colunista social do país à época publicar uma nota dizendo que na Granja do Torto florescia uma trepadeira. Torto, como referência ao defeito físico do presidente; trepadeira, como referência caluniosa à primeira-dama do país.

Alguma diferença entre um desrespeito e outro?

Esse tipo de baixeza não se vê quando os presidentes são do agrado da grande mídia, quando os presidentes frequentam os mesmos clubes que os nossos guardiões dos bons costumes. 

Nem que tenham, supostamente, filhos fora do casamento, que disso a mídia acha uma baixeza tratar.

Pois é.   

sábado, 15 de setembro de 2012

Finalmente o governo protesta pelas mentiras deslavadas da Revista Veja.





Dilma cancela ida e Mantega se retira de evento da Editora Abril
PRESIDENTE CANCELA, À ÚLTIMA HORA, ALMOÇO COM ROBERTO CIVITA; MINISTRO DA FAZENDA SE 
RETIRA, SEM PRÉVIO AVISO, DE MESA DE DEBATES COM O DONO DO GRUPO ABRIL: REPRESÁLIAS 
CONTRA CAPA DA REVISTA VEJA "OS SEGREDOS DE VALÉRIO"
       O constrangimento foi geral, a ponto de o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, no melhor 
estilo dos jogadores de futebol que reprovam o técnico ao serem preteridos, sair do salão de eventos 
do hotel Unique, em São Paulo, na sexta-feira 15, meneando a cabeça. Pela manhã, por volta das 
10h00, sob a elegante justificativa de não ter um membro de sua família para acompanhá-la, a 
presidente Dilma Rousseff cancelou compromisso pré-agendado com Civita para o almoço. 
Pouco mais tarde, durante evento Maiores e Melhores, da revista Exame do mesmo Civita, 
o ministro da Fazenda, Guido Mantega, levatou-se sem prévio aviso da mesa de debates da qual 
participava, ao lado do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman e, outra vez, do próprio Civita, 
para se retirar em definitivo do recinto, diante de dezenas de empresários.
Os dois gestos foram imediatamente compreendidos como um protesto do governo pela matéria 
de capa da revista Veja Os Segredos de Valério, que iria circular no dia seguinte (este sábado 15).
A informação do conteúdo em tudo agressivo contra o ex-presidente Lula e o PT circulou para o 
governo, que, com a batida em retirada, deu o tom de como serão, doravante, as relações 
institucionais com o Grupo Abril de Civita.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Por que Haddad vai vencer em SP


haddadcommarta

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Leio o revelador texto de meu irmão Kiko sobre o fenômeno Russomano. Converso com ele e fazemos uma aposta sobre qual vai ser o novo prefeito de São Paulo. Não sabia, embora desconfiasse, que a situação de Serra era tão precária dentro do próprio PSDB. Me pergunto: se era tamanha a rejeição a ele entre os próprios tucanos, por que o escolheram? Ninguém imaginava que os paulistanos lembrariam que Serra os largou no meio do caminho  quando foi prefeito? Serra dificilmente escapará da derrota no primeiro turno. Russomano está firme na ponta, e Haddad já encostou, como era previsível. É algo parecido com o que aconteceu, no plano nacional, com Dilma: saiu de baixo nas pesquisas e, com o horário eleitoral, foi crescendo. Sobrarão, provavelmente, Russomano e Haddad. É quando a vida tende a ficar mais difícil para Russomano. A presença de Serra, até aqui, o beneficia. Parte do eleitorado que seria tucano rejeita Serra e opta por ele. Sem surpresas: é um rosto relativamente novo, e tem familiaridade com televisão, um atributo precioso na política contemporânea. Depois é que virão as dificuldades. O PT é um partido articulado e organizado, ao contrário do caricato PRB de Russomano. Haddad é, como ele, uma cara fresca. (O PT acertou ao escolhê-lo em vez de Marta, que cairia na categoria da velha turma botocada de sempre.) Os eleitores que ficarem com Serra no primeiro turno tenderão a votar depois em Haddad, e não em Russomano, excetuada a minoria mais retrógrada que abomina o PT – e que tem no blogueiro Reinaldo Azevedo seu porta-voz mais estrepitoso. Tirada essa parcela arquiconservadora, o tucano típico apoia, hoje, iniciativas sociais destinadas a reduzir a miséria. Mais ainda, gostaria de ver o partido agarrar com vigor a bandeira da justiça social. Para este eleitor, a escolha entre Russomano e Haddad será simples. Por isso, Haddad tende a ganhar, com uma certa folga. Foi essa a aposta que fiz com meu mano. Ele acha que o apoio dos evangélicos levará Russomano — que ele e eu olhamos com justificada má vontade, dada sua biografia de demagogo – à prefeitura. Penso que igreja nenhuma é capaz de levar alguém a virar prefeito de uma cidade como São Paulo. Veremos qual de nós vencerá. Qualquer que seja o desfecho, e estou tão convicto de meu raciocínio que disse a Kiko que escolhesse o que apostaríamos, um Nogueira vencerá.
Pescado do Blog da Dilma

Haddad passa Serra em tracking do Ibope

Por Luis Nassif, em seu blog:

O  ultimo tracking do Ibope, feito para a campanha do candidato Gabriel Chalita (PMDB), apresentou os seguintes resultados:

1. Celso Russomano: 30%

2. Fernando Haddad: 20%

3. José Serra: 18%

4. Gabriel Chalita: 8%.

Tecnicamente, Haddad e Serra continuam empatados, mas com curvas de crescimento distintas: Haddad crescendo, Serra caindo, ainda que mais lentamente do que se supunha na semana passada.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A BLOGOFOBIA DE SERRA


Um candidato de direita, apoiado pelos setores mais reacionários, homofóbicos, racistas e conservadores da sociedade brasileira a chamar seus opositores de nazistas. Antes fosse só uma piada de mau gosto.

Saiu na Carta Capital:

A BLOGOFOBIA DE JOSÉ SERRA


A blogosfera e as redes sociais são o calcanhar de Aquiles de José Serra, e não é de agora. Na campanha eleitoral de 2010, o tucano experimentou, pela primeira vez, o gosto amargo da quebra da hegemonia da mídia que o apóia – toda a velha mídia, incluindo os jornalões, as Organizações Globo e afins. O marco zero desse processo foi a desconstrução imediata, online, da farsa da bolinha de papel na careca do tucano, naquele mesmo ano, talvez a ação mais vexatória da relação imprensa/política desde a edição do debate Collor x Lula, em 1989, pela TV Globo. Aliás, não houvesse a internet, o que restaria do episódio do “atentado” ao candidato tucano seria a versão risível e jornalisticamente degradante do ataque do rolo de fita crepe montado às pressas pelo Jornal Nacional, à custa da inesquecível performance do perito Ricardo Molina.

A repercussão desse desmonte midiático na rede mundial de computadores acendeu o sinal amarelo nas campanhas de marketing do PSDB, mas não o suficiente para se bolar uma solução competente nas hostes tucanas. Desmascarado em 2010, Serra reagiu mal, chamou os blogueiros que lhe faziam oposição de “sujos”, o que, como tudo o mais na internet, virou motivo de piada e gerou um efeito reverso. Ser “sujo” passou a ser um mérito na blogosfera em contraposição aos blogueiros “limpinhos” instalados nos conglomerados de mídia, a replicar como papagaios o discurso e as diatribes dos patrões, todos, aliás, alinhados à campanha de Serra.

Ainda em 2010, Serra tentou montar uma tropa de trolls na internet comandada pelo tucano Eduardo Graeff, ex-secretário-geral do governo Fernando Henrique Cardoso. Este exército de brucutus, organizado de forma primária na rede, foi facilmente desarticulado, primeiro, por uma reportagem de CartaCapital, depois, por uma investigação do Tijolaço.com, blog noticioso, atualmente desativado, do ministro Brizola Neto, do Trabalho.

Desde então, a única estratégia possível para José Serra foi a de desqualificar a atuação da blogosfera a partir da acusação, iniciada por alguns acólitos ainda mantidos por ele nas redações, de que os blogueiros “sujos” são financiados pelo governo do PT para injuriá-lo. Tenta, assim, generalizar para todo o movimento de blogs uma realidade de poucos, pouquíssimos blogueiros que conseguiram montar um esquema comercial minimamente viável e, é preciso que se diga, absolutamente legítimo.

Nos encontros nacionais e regionais de blogueiros dos quais participo, há pelo menos três anos, costumo dar boas risadas com a rapaziada da blogosfera que enfrenta sozinha coronéis da política e o Poder Judiciário sobre essa acusação de financiamento estatal. Como 99% dos chamados blogueiros progressistas (de esquerda, os “sujos”) se bancam pelo próprio bolso, e com muita dificuldade, essa discussão soa não somente surreal, mas intelectualmente desonesta. Isso porque nada é mais financiado por propaganda governamental e estatal do que a velha mídia nacional, esta mesma que perfila incondicionalmente com Serra e para ele produz, não raramente, óbvias reportagens manipuladas. Sem a propaganda oficial do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras, todos esses gigantes que se unem para defender a liberdade de imprensa e expressão nos convescotes do Instituto Millenium estariam mendigando patrocínio de açougues e padarias de bairro para sobreviver.

Como nunca conseguiu quebrar a espinha dorsal da blogosfera e é um fiasco quando atua nas redes sociais, a turma de Serra tenta emplacar, agora, a pecha de “nazista” naqueles que antes chamou de “sujo”. É uma estratégia tão primária que às vezes duvido que tenha sido bolada por adultos.

Um candidato de direita, apoiado pelos setores mais reacionários, homofóbicos, racistas e conservadores da sociedade brasileira a chamar seus opositores de nazistas. Antes fosse só uma piada de mau gosto.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

“Equilíbrio foi o segredo do líder Mandela”, diz especialista


Para Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Nelson Mandela tornou-se um ícone mundial por seus valores e princípios
Para Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Nelson Mandela tornou-se um ícone mundial por seus valores e princípios

O responsável por promover as mudanças mais importantes da África do Sul completa 94 anos e continua sendo exemplo de liderança.
Vencedor do Nobel da Paz de 1992 e grande precursor de movimentos políticos de sucesso, Nelson Mandela chegou aos 94 anos nesta quarta-feira (18/7) e foi homenageado por muitos líderes mundiais.

Não há dúvida de que o grande feito do líder político, que foi o primeiro presidente sul-africano, foi a oposição ao Apartheid, regime de segregação racial que esteve vigente no país entre 1948 e 1994.

De acordo com Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Nelson Mandela tornou-se um ícone mundial por causa dos valores e princípios, pelos quais lutou ao longo de sua vida pública.

"No contexto geral, a contribuição de Mandela para o mundo é a sua liderança conciliadora e pacificadora. Além disso, é um líder de Estado e agente comunitário amplamente reconhecido. Ele foi preso por defender os princípios de justiça, igualdade e inclusão para todos", avalia.

Em 1964, o ex-presidente foi condenado a prisão perpétua por traição, acusado de preparar um levantamento armado contra a população branca.

"Mandela foi bastante injustiçado. Por lutar contra a segregação racial que assolava a África ficou preso por 27 anos. A determinação, porém, lhe rendeu um prêmio como o Nobel da Paz e hoje o conclama como um exemplo de liderança", explica Sidney Ferreira, professor especialista em country studies do continente da África da ESPM.

Preso, manteve-se coerente e fiel aos seus pontos de vista que enfrentavam qualquer princípio segregacionista, sendo o principal símbolo de resistência ao movimento do Apartheid.

Pacifista, Mandela soube esperar até 1994 para vencer as primeiras eleições livres e estabelecer seus projetos, consolidando o fim da segregação de raças no país.

"Após tantos anos sendo um líder simbólico, Mandela fez uma transição impecável para se tornar um líder político. Não perdeu densidade e manteve os ideais. Por isso, é uma personalidade relevante até hoje no cenário mundial. Não houve uma diluição da imagem do líder", diz Ferreira.

Com isso, se tornou um dos poucos líderes que conseguiu transitar por mais de um contexto.

"Diferentemente de Lech Walesa, líder da Polônia, Mandela soube estabelecer políticas de integração. Ambos tiveram as mesmas oportunidades e ideais similares, porém Walesa demonstrou ser menor do que os problemas que teria que enfrentar durante a sua gestão. O equilíbrio foi o segredo de Mandela, a maneira de superar os obstáculos, era incansável", analisa o professor da ESPM.

Para o especialista, o principal trunfo de Mandela foi ter feito opções políticas corretas, percebendo a necessidade de uma recriação da identidade nacional sem exclusão. "Não quis combater o Apartheid a partir da criação de outro modelo de segregação".

Em termos de governo, o líder sul-africano teve uma gestão de conciliação nacional, foi fiel aos seus compromissos de campanha e economicamente responsável. "Conseguiu mudar a imagem de um país estigmatizado no cenário internacional. Com ele, a África do Sul passou a fazer parte da agenda positiva no exterior, tornando-se um paradigma para outros países", enfatiza Ferreira.

Para ele, a conjuntura internacional era favorável, já que Bill Clinton, presidente dos Estados Unidos na época, compartilhava de um princípio norteador, a cooperação entre países.

Após 67 anos de luta para disseminar os ideais de igualdade e distante da política há alguns anos, Mandela permanece sendo exemplo de liderança para muitos presidentes.

"Mandela é um símbolo da paz, unidade e magnanimidade. Para o mundo, ele representa o triunfo do espírito humano sobre a adversidade. Ele é respeitado por sua generosidade, aliada ao espírito de liderança e humildade", conclui Mbete.
Por Marcelo Ribeiro

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A Falsidade dos Crimes Homofóbicos

Uma das características da minoria homossexual é falsear a realidade para obter repercussão na mídia, e com isto, obter argumentos para levar em frente seu projeto de transformar o Brasil numa sociedade de especiais. Querem ser tratados como diferentes pela lei.

Querendo fazer crer que sua luta visa coibir a violência contra eles, utilizam como justificativa à imposição de leis restritivas às críticas dos demais cidadãos, os ditos crimes homofóbicos. Distorcem a realidade a fim de pintar um quadro inexistente no Brasil. Estão ancorados na velha máxima: “repete-se a mentira e ela se torna verdade” (Goebbels).

A sociedade brasileira não é homofóbica, apesar de existirem pessoas que não suportam conviver com alguém com conduta diferente da sua, e que, para se ver livre delas, as agridem e, às vezes, matam. Pessoas assim existem e vitimam não somente homossexuais, mas, também, nordestinos, negros, brancos, índios e mendigos. Há crimes cuja motivação é homofóbica, porém, nada que justifique o tratamento especial e a criação de leis específicas.

Segundo eles, no Brasil, de 1980 à 2005, foram assassinados cerca de 2.511 homossexuais. Isto corresponde a uma média de 100 (cem) assassinatos por ano. Numa população de 180.000.000 (cento e oitenta milhões) de habitantes, isso corresponde a 0,0000006% da população brasileira. Só para se ter uma idéia do “exagero” da propaganda e da repercussão destes crimes, em 2006 e 2007 foram assassinados 59.896 negros (cerca de 30.000 por ano), e não se ouve qualquer estardalhaço quanto a isto. Vale salientar que repugnamos toda agressão cometida contra qualquer pessoa, seja negro, branco, pobre, rico, culto ou analfabeto. O que repugnamos, também, é a tentativa de acusar a sociedade brasileira de ser o que ela não é, tendo como base falsa premissa.

Para compreender ainda mais a realidade dos fatos, basta perceber que, qualquer assassinato cuja vítima seja identificada como homossexual, passa a ser considerado, por eles, como crime homofóbico, independente das circunstâncias do evento. O cidadão, gay, em uma aventura noturna, se encontra com um estranho, leva-o para um hotel e é surpreendido com a agressividade de um bandido que lhe rouba os bens e o mata (fato verídico noticiado pela imprensa baiana). Ora, o pano de fundo deste crime é a homofobia ou a conduta de risco do cidadão?

Quantos homens foram roubados e mortos quando estavam se relacionando com mulheres estranhas? Se houvesse um levantamento, certamente, teríamos dados maiores que os coletados pelos homossexuais, e nem por isto deveríamos ser considerados como um país “heterofóbico”. Do jeito que eles analisam os crimes, se um bandido homossexual morrer em confronto com a polícia, vão ser capazes de utilizar este episódio para rechear os dados dos supostos “crimes homofóbicos”. “É muita fumaça para pouco fogo”.

Os grupos que defendem a conduta homossexual vêm se utilizando deste tipo de mecanismo desde que adotaram a crença de que 10% da população seria composta de homossexuais. Eles chegaram a esta conclusão a partir de uma pesquisa realizada numa penitenciária masculina.

Um crime só pode ser considerado homofóbico se a motivação dele for a aversão a conduta homossexual da vítima. Quando a violência acontece em virtude da ação bandida ou por ato fortuito, não pode ser tipificado desta forma. Na verdade, como o grupo homossexual não possui qualquer dado que justifique seus discursos protecionistas, se esmeram em criar factóide a fim de promover a cisão social e, com isto, manipular a opinião pública com falsos dados que os transformem em uma classe de homens indefesos que precisam ser protegidos e amparados por leis específicas (vide PLL 122/06).

No Brasil já há leis suficientes para proteção de seus cidadãos. Se uma pessoa é agredida física ou moralmente, o agressor deve ser punido nos rigores da lei, independentemente de sua vítima ser homo ou heterossexual. Nossos parlamentares não devem, a despeito da maioria da população, conceder privilégios aos homossexuais, transformando-os em uma classe de pessoas especiais.

Os homossexuais não precisam da aprovação dos demais para serem o que querem ser. Devem, no entanto, conviver com a sociedade do jeito que ela é. Tem todo direito de buscar as melhorias que entenderem necessárias, porém, não tem o direito de manipular a verdade nem tirar da maioria da população o direito de criticá-los quando achar conveniente. Além disto, por princípio democrático, as pessoas têm o direito de se manifestarem e defenderem seus pensamentos nos limites da Lei. Não podemos concordar ou aceitar de braços cruzados que os grupos homossexuais invadam nossa intimidade individual e familiar, e determinem o que devemos pensar, dizer e aceitar.

Da mesma forma que devemos respeitar e tolerar os homossexuais, os homossexuais devem respeitar e tolerar os demais brasileiros sejam heterossexuais ou eunucos. É assim que se vive a democracia. É o que desejamos para o Brasil.

Por Eliel Teixeira

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Globo retalia Collor para defender o Gurgel, a Época, a Veja, os tucanos e esvaziar a CPMI do Cachoeira.


A TV Globo veiculou ontem, no Fantástico, matéria que representa o verdadeiro jornalismo de esgoto. Outra reporcagem. Entrevistou a ex-primeira dama, Rosane Collor. Valeu-se de uma mulher ressentida, saudosa do passado e do poder, que quer vender livro de “sua autoria” e pensa, mais adiante, ser candidata a deputada federal. Jornalistas da TV Globo e de outros meios de comunicação são useiros e vezeiros em usar parentes de autoridades e celebridades para tentar desmoralizá-las. São ações planejadas e de interesse político e empresarial.  O jornalismo de esgoto da Globo joga, e há tempos, sua credibilidade na lixeira. O pior de tudo são os jornalistas contratados por essa empresa, que se expõem a esse papel ridículo e de baixo nível simplesmente por serem teleguiados, pois levam uma vida intelectualmente medíocre de Homer Simpson, além de muitos deles se venderem para não perderem benefícios pecuniários.

O senador Fernando Collor de Mello foi retaliado pela TV Globo, que sempre quando considera que seus interesses financeiros e políticos estão a perigo agride seus adversários da maneira mais sórdida possível, a utilizar para isso a concessão pública de televisão cedida pela população brasileira, pertencente ao estado nacional e controlada desde 1965 pela família Marinho, que é recorrente em desqualificar, desconstruir, dilacerar e se possível destruir aqueles que, por motivo ou outro, recusam-se a serem pautados por uma imprensa burguesa, conservadora e que pensa que o Brasil é o quintal da casa de seus proprietários arrogantes, autoritários e historicamente golpistas.

A direção de jornalismo da TV Globo, capitaneada pela família Marinho e seu capataz-mor, Ali Kamel, tem alguns problemas para resolver, que são os seguintes: 1- Desconstruir a moral de Fernando Collor, que questiona, duramente, a conduta e a atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, além da sua mulher, a subprocuradora Cláudia Sampaio; 2- Causar confusão ao informar ao público sobre o que é relativo à convocação do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish (leia-se Carlinhos Cachoeira), e do ex-diretor do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, que se dispôs, segundo à própria imprensa, a contar tudo o que sabe; 3- Combater, a qualquer custo, a convocação do dono da Abril(Veja), Roberto Civita, e o seu editor e diretor, Policarpo Jr, que, ao que parece, estão envolvidos até a medula com o esquema criminoso do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que se encontra preso no presídio da Papuda, em Brasília;

4- Evitar também a convocação do editor e diretor da revista Época(Globo), Eumano Silva, que, a exemplo de Policarpo Jr, também está envolvido até a medula com os crimes da quadrilha do bicheiro Cachoeira, que a Folha de S. Paulo insiste (sempre) em chamá-lo de “empresário”. Eumano Silva, da Época, foi demitido pela família Marinho, que não dá ponto sem nó; 5- Atacar, sistematicamente, o relator da CPMI do Cachoeira-Veja-Época, Odair Cunha (PT/MG), e o presidente, senador Vital do Rêgo; 6- Ouvir sempre os papagaios da imprensa, o senador Álvaro Dias e seus congêneres menos importantes, que não tem pensamento próprio, pois vazios de propósitos políticos e ideologia; 7- Boicotar a CPMI e tentar espalhar uma cortina de fumaça no que concerne a Fernando Cavendish, cuja empresa, Delta, era a maior parceira dos governantes tucanos paulistas e do DEM, José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, que hoje está no PSD; e 8- Evitar ao máximo fomentar notícias sobre o governador de Goiás, Marconi Perillo, gravado a fazer negócios com bicheiro Cachoeira e que, sem sobra de dúvida, poderá ser destituído do poder.

Gilmar e Gurgel: a serviço da direita e contra o desenvolvimento do Brasil.
Perillo é tucano, e isto incomoda muito a Globo ainda mais que o governador do DF, Agnelo Queiroz, livrou-se até o momento das acusações contra ele que, ao que indicam as apurações da CPMI, foram forjadas para que ele servisse de contraponto ao escândalo protagonizado pelo tucano Marconi Perillo. Não deu para a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) dar continuidade à farsa, à mentira e à manipulação do público e por isso seus editores vão ter que se virar para atender seus patrões no que tange à busca ou até mesmo a construção de um novo escândalo, que possa, inclusive, envolver Lula e Dilma e dessa forma fazer com que as atenções da sociedade brasileira sejam direcionadas para os dois líderes políticos trabalhistas e não para os políticos do PSDB e do DEM, que lutam para não perder as prefeituras de São Paulo e de outras capitais e cidades grandes e médias importantes.

A Globo e suas afiliadas combatem e conspiram contra governos e governantes trabalhistas há mais de oito décadas. É o seu DNA colonialista e imperialista que materializa a sua essência golpista, aliada aos interesses das grandes corporações privadas nacionais e internacionais. Desconstruir a imagem de Collor é o caminho escolhido pelos irmãos Marinho, cujo pai, Roberto, cooperou, e muito, para construí-la em 1989 e com isso derrotar o candidato popular e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi, irremediavelmente, prejudicado por causa da edição do debate entre Collor e Lula, que favoreceu o primeiro, o candidato das elites conservadoras.

Eis que então, 20 anos depois, a TV Globo e seus sabujos resolvem entrevistar Rosane Collor e “relembrar” o que todo mundo sabe: o PC tinha influência no governo da época (evidente, ele foi o tesoureiro da campanha), além de se imiscuir em fofocas e leviandades, como fazer com que Rosane, que hoje se diz evangélica, falasse sobre sacrifícios de animais na Casa da Dinda, que tinham por objetivo proteger Fernando Collor, que enfrentava grave crise política e institucional. Acontece também que todo mundo sabe que a TV Globo e o O Globo, para manter seus interesses intactos, realizam verdadeiras reporcagens — o autêntico jornalismo de esgoto — direcionados a abater ou desmoralizar seus adversários ou inimigos, além de tentar intimidar o político ou a instituição republicana que ousar enfrentar seus aliados: os barões da imprensa e seus asseclas, a direita partidária, o Paulo Skaff, da Fiesp, os tucanos de São Paulo, certos juízes do STF, como os ministros Antônio Cezar Peluso e Gilmar Mendes, além de procuradores, a exemplo do Gurgel e da Sampaio, que fazem da Procuradoria Geral da República um bastião dos conservadores, que lutam há dez anos para derrotar os trabalhistas e, consequentemente, conquistar a cadeira da Presidência da República. Só que essa gente não tem programa de governo para desenvolver o Brasil e melhorar a vida dos brasileiros, e por isso vão perder novamente.

Por que a Globo não quer o depoimento do Cavendish e do Pagot? Por que ela ataca o Collor em favor do procurador Gurgel, que deveria ser chamado às falas e depor na CPMI e explicar à sociedade brasileira o porquê de ele sentar, em um tempo de quase três anos, nos processos da PF onde constam as investigações e as gravações da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que, ao que parece, é um dos sócios da Delta, que tinha contratos de dezenas de milhões de reais em Goiás e em São Paulo, onde mora o senhor Paulo Preto, homem de confiança de José Serra e que arrecadava dinheiro para o caixa dois do PSDB e seus partidos aliados.

Sistema midiático burguês: colonizado, de direita e com complexo de vira-lata.
Os homens e mulheres das Organizações(?) Globo e empresários midiáticos de outras corporações tem muito a perder se o PT vencer as eleições para a Prefeitura de São Paulo, ainda mais que os tucanos estão a controlar o estado e a capital paulista há cerca de 30 anos. Franco Montoro foi eleito governador em 1982 e houve um interregno quando Orestes Quércia, em 1987, assumiu o Palácio dos Bandeirantes. Antes e depois só deu tucanos em âmbito de Governo de Estado. Os contratos firmados com os barões da imprensa paulista e também carioca (O Globo, TV Globo, CBN etc.) são milionários, bem como os interesses políticos, porque uma derrota eleitoral dos tucanos poria tudo a perder ou dificultaria muito suas aspirações, inclusive a vitória na eleição para presidente da República.

A “entrevista”, ou melhor, a fofoca de baixo nível repercutida pelo Fantástico, da Globo, é apenas um aperitivo, uma amostra do que a família Marinho é capaz. A Globo deu (mais) um alerta sobre a sua vocação gangsteriana. É uma empresa apelativa e sem escrúpulos, que não mede consequências, porque tem uma essência empresarial destrutiva, colonialista e que detesta o Brasil e seu povo, mas que não abre mão de ganhar muito dinheiro, por intermédio de recursos governamentais, que sempre a alimentaram e fizeram dela uma das corporações privadas mais difíceis de enfrentar, por causa da inércia dos governos, inclusive os trabalhistas, que não efetivaram e não efetivam o marco regulatório para as mídias, que regulamentam os meios de comunicação privados e públicos no Brasil. Collor deverá recrudescer seu discurso e as cobranças, quanto à postura do procurador Roberto Gurgel, catão de plantão da imprensa burguesa tal qual o foi Demóstenes Torres. Rosane Collor quis se beneficiar. Ela considera receber R$ 18 mil de pensão muito pouco,  mas é simplória. A Globo, não. É impessoal para ter audiência. É isso aí.


Amigos navegantes, assista ao pronunciamento do senador Fernando Collor na CPI do Cachoeira e tire suas conclusões.





Pescado do  Blog Palavra Livre








sábado, 14 de julho de 2012

Aécio precisa deixar Minas, mas BH vai deixar?


ÚLTIMA PESQUISA MOSTRANDO EMPATE ENTRE LACERDA E PATRUS CAIU COMO UMA BOMBA NA CÚPULA TUCANA EM MINAS; AVALIAÇÃO AGORA É QUE O SENADOR TERÁ QUE PARTICIPAR MAIS DO QUE DESEJAVA DA CAMPANHA EM BH; “ELE PLANEJAVA COMEÇAR 2014 ESTE ANO, MAS NÃO PODERÁ MAIS”, DIZ O PETISTA VIRGÍLIO GUIMARÃES.




Minas 247 - O cenário era perfeito para um pré-candidato à presidência da República. Eleições municipais em todo o país, com farta oportunidade de viajar às principais cidades, auxiliar na campanha dos aliados e, com isso, ficar mais conhecido nacionalmente.
Era esse o cenário vislumbrado pelo senador e ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB). Ele tinha uma vantagem adicional: poderia praticamente assistir de camarote à campanha mais importante, em seu colégio eleitoral. O candidato de Aécio, o atual prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) era mais do que favorito, estava virtualmente eleito, sustentado por uma aliança que reunia quase 20 partidos, incluindo o PSB do candidato, o PT e o PSDB do senador mineiro.
A situação era tão favorável que Aécio dava-se ao luxo de estimular, nos bastidores, campanhas rivais às de Lacerda, caso dos deputados federais Leonardo Quintão (PMDB) e Eros Biondini (PTB) e do estadual Délio Malheiros (PV) - os três muito próximos de Lacerda. O crescimento de um deles, ou dos três, impediria que o candidato à reeleição ficasse muito forte, a ponto de fazer sombra à liderança de Aécio em Minas Gerais.
Tão boa era o quadro que Aécio, hoje o principal candidato à presidência pelos tucanos em 2014, já iniciava suas viagens pelo Brasil. Há cerca de 20 dias, o 247 publicou matéria mostrando um levantamento que mostrava o senador mineiro percorrendo 13 estados brasileiros - sem contar Minas - apenas nos últimos oito meses. Ou seja, já estava em campanha informal à presidência - um dos pontos fracos do tucano é que seu nome ainda é pouco conhecido em outras regiões brasileiras.
A reviravolta no cenário eleitoral em Belo Horizonte acabou com esse cenário dos sonhos para Aécio. O 247 apurou que, entre alguns tucanos, a última pesquisa eleitoral divulgada, feita pelo Instituto EMData, e que apontou empate técnico entre Lacerda e seu maior adversário, o ex-ministro Patrus Ananias (PT), caiu como uma bomba. Oficialmente, as lideranças do PSDB no estado afirmam estar calmos. “O Patrus apenas teve uma enorme exposição na mídia na última semana, daí ter obtido bons números”, minimiza, por exemplo, o presidente dos tucanos em Minas, o deputado federal Marcus Pestana.
Mas há preocupação, sim, entre alguns tucanos. E uma certeza: a eleição, antes favas contadas, agora virou uma incógnica. Uma das consequências é que isso exigirá de Aécio uma atenção maior a Belo Horizonte. “Ele não terá como viajar tanto, sob risco de perder no seu reduto, o que seria catastrófico para quem quer, daqui a dois anos, ser candidato a presidente”, afirma o cientista político Rudá Ricci.
Adversário de Aécio, mas um dos mais ardorosos defensores da aliança com Lacerda - antes do rompimento -, o ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT) concorda. “O Aécio não poderá mais rodar o país nessas eleições”, disse Virgílio ao portal Poder Online, do jornalista Tales de Faria. “Vai ter que ficar em Minas e cuidar do dia-a-dia da campanha do Márcio. E se perder aqui, corre o risco de ter que desistir da candidatura à presidência.”
Uma eventual derrota em BH teria pelo menos dois impactos muito ruins para as pretensões aecistas. O primeiro é que ele perderia poder no PSDB. Outro presidenciável sempre citado no partido, o ex-governador paulista José Serra, ganharia espaço (desde que vença em São Paulo, claro, onde é candidato a prefeito este ano); Além disso, Aécio perderia um aliado na segunda maior máquina administrativa do estado, depois do próprio governo estadual - pior, passaria essa máquina para um rival seu.
Desnecessário dizer que não é o ex-governador imaginava para Belo Horizonte há apenas duas semanas. Mas o rompimento com os petistas foi feito e a eleição promete uma disputa acirrada. Com Aécio não mais como espectador privilegiado. Agora, ele vai ter de suar a camisa por Lacerda. 2014? Deixa para mais tarde...

POLICARPO - QUEM DIRIA! - JÁ DEFENDEU CACHOEIRA NO CONGRESSO


Era o dia 22 de fevereiro de 2005. Durante o processo de cassação do então deputado André Luiz, o jornalista daVeja prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado, que era acusado, em reportagem assinada pelo próprio Policarpo, de tentar extorquir o então “empresário do jogo” Carlos Cachoeira.

A possibilidade da convocação de representantes da revista Veja para depor na CPI do Cachoeira tem esbarrado, entre outras coisas, no argumento de que o jornalista tem, por ofício, de manter o sigilo. Mas isso não impediu o hoje diretor da sucursal de Veja em Brasília,Policarpo Júnior, de depor em favor de Carlinhos Cachoeira naquele verão de 2005, durante audiência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Na época, a Câmara avaliava a cassação do deputado André Luiz (então do PMDB-RJ), acusado de extorquir Cachoeira durante a CPI da Loterj, da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Em reportagem publicada pela Veja e assinada pelo então repórter Policarpo Júnior, André Luiz – que acabaria cassado – é acusado de pedir R$ 4 milhões a Cachoeira para excluir seu nome do relatório final da CPI.
A revelação da tentativa de extorsão levou à abertura do  processo de cassação de André Luiz, conduzido pelo Conselho de Ética da Câmara, no qual Policarpo depôs contra o deputado e, portanto, em favor de Cachoeira – o bicheiro, coincidentemente, acabou se livrando dos efeitos da CPI, que havia pedido sua prisão, mas acabou desmoralizada com a revelação da tentativa de extorsão.

O vídeo abaixo é uma reportagem da TV Câmara sobre a audiência do Conselho de Ética. Nela, está registrado que: “O jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, que também prestou depoimento nesta terça-feira, confirmou que existem outras gravações que desmentem a versão do deputado André Luiz”, e que, portanto, favoreceram Cachoeira.


Pescado do Cloaca News