quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Folha: não dá mais pra ler

Decido cancelar minha assinatura da Folha de São Paulo depois de quinze anos. Hesitei muito, porque ela foi um baluarte jornalístico para minha geração. Ali acompanhei, adolescente, o movimento Diretas-Já. Colecionava encartes, discutia editoriais. Sonhava em fazer parte do quadro de colunistas do jornal. A Folha era bacana, moderna, quase obrigatória.

Planejava o divórcio há algum tempo, mas o adiei porque estava curioso para conhecer a reforma gráfica e as mudanças prometidas pelo novo editor-executivo, o jovem e talentoso Sérgio Dávila. Dupla decepção.

A questão do design é comodamente subjetiva. Sempre haverá o cinismo “especializado” a bafejar que o objetivo era mesmo esse, qualquer que seja o resultado. E o leitor se acostuma a tudo. Inclusive à mancha horrorosa no alto das capas dos cadernos, ou à tipologia que parece colhida nas Publicações Acme dos desenhos animados. Convenhamos, foram muitos esforços humanos e financeiros para se chegar a resultado tão pífio. A Folha perdeu sua cara. Pior, ficou feia. Mesmo os raros acertos têm ar de cópia ou improviso. O tablóide Esportes remete a similares estrangeiros, como o argentino Olé. As redundantes artes explicativas ocupam espaço injustificável.

A reforma editorial trouxe verniz de imparcialidade à cobertura política. Mas o tratamento dispensado aos candidatos presidenciais de 2010 segue tendencioso, para dizer o mínimo. A Folha demonstraria mais respeito pela inteligência dos leitores se deixasse de lado a hipocrisia apartidária, assumindo suas evidentes preferências eleitorais. Assim não precisaria usar subterfúgios rasteiros para disfarçá-las.

Eu apurei que a divulgação de factóides sem o devido embasamento é o instrumento ideal para destruir reputações e favorecer projetos obscuros. Profissionais ouvidos no meio enxergam na indiscriminada ocultação de fontes um salvo-conduto para qualquer abuso difamatório.

Ao privilegiar diplomados, a Folha assimilou a baixa qualidade da formação universitária em jornalismo. Os equívocos gramaticais e técnicos são abundantes. A recente inserção de análises pontuais remenda mal os defeitos do noticiário, pois tenta impor vaticínios duvidosos de manjados profissionais que inevitavelmente possuem algum interesse nas questões abordadas. Os jargões de release escancaram o pendor publicitário dos cadernos de variedades, que repetem pautas convenientes à indústria do entretenimento (basta ver as matérias sobre canais pagos e leis de incentivo). Salvo honrosas exceções, os juízos estéticos de seus repórteres são risíveis.

Mas não existe decadência mais constrangedora que a dos espaços regulares de opinião. Abandonando qualquer ilusão de pluralidade, o jornal transformou-se em vitrine para um conservadorismo provinciano, medíocre e repetitivo.

Diante da riqueza de nosso mundo acadêmico, a opção por Demetrio Magnoli, Boris Fausto e Marco Antonio Villa chega a parecer acintosa. Os chiliques elitistas de Danusa Leão, o udenismo de Fernando de Barros e Silva, as interjeições antipetistas de Eliane Cantanhêde (“massa cheirosa”, gente?), o neo-reacionarismo de Ferreira Gullar e os venenos de Josias de Souza envergonham a direita esclarecida e republicana que eles talvez julguem representar. Alguém realmente prefere João Pereira Coutinho a Jorge Coli? Luiz Carlos Mendonça de Barros a Paulo Nogueira Batista Jr? Quem faz contraponto ao serrismo de Elio Gaspari? A tolerante ombudsman Suzana Singer?

A presunção messiânica e uma lamentável falta de autocrítica impedem os editores de perceber que certas mesquinharias político-eleitorais destroem aos poucos os maiores patrimônios do jornal. Os editoriais são bobinhos, histéricos, esclerosados. As ameaças veladas ao presidente da República (“fique advertido”), em plena efervescência eleitoral, embutem um espírito autoritário e confrontador que só se viu nos piores momentos da história nacional. Nenhuma credibilidade sobrevive à responsabilização do governo federal por acidentes aéreos, à ficha apócrifa de Dilma Rousseff, à apologia da “ditabranda” ou à acusação de que os críticos da imprensa querem censurá-la. Defender tais absurdos em nome da liberdade de expressão não é apenas irresponsável: é ilegítimo e antidemocrático.

Talvez isso explique a necessidade de operar reformulações periódicas. Como ensinam as cartilhas publicitárias, o consumo inercial e o apelo das mudanças cosméticas inibem o abandono dos produtos de uso cotidiano. Só que a estratégia também pressupõe a satisfação de certas expectativas. A Folha se distanciou dos interesses de seu público a ponto de perder o mínimo papel utilitário que se espera de um veículo informativo. Ela virou um amontoado de páginas e seções descartáveis.

Imagine receber, toda manhã, a visita de alguém que tenta iludi-lo, repetindo bobagens e distorções. Agora imagine que você paga, e caro, para ser tratado como idiota. Demora, mas chega um momento em que o prejuízo deixa de compensar.

Guilherme Scalzilli, historiador e escritor.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com

Um canalha no STF, mais uma herança maldita de FHC


Após receber uma ligação do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar.

Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro com representantes de servidores públicos em São Paulo. A solicitação foi testemunhada pela Folha.

No fim da tarde, Mendes pediu vista, adiando o julgamento. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.

A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos é apontada por tucanos como um fator a favor de Serra e contra sua adversária, Dilma Rousseff (PT).

A petista tem o dobro da intenção de votos de Serra entre os eleitores com menor nível de escolaridade.

Após pedir que o assessor ligasse para o ministro, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens. O funcionário o informou que o ministro do STF estava do outro lado da linha.

Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como "meu presidente". Durante a conversa, caminhou pelo auditório onde ocorria o encontro. Após desligar, brincou com os jornalistas: "O que estão xeretando?"


Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes negaram a existência da conversa.

Para tucanos, a exigência da apresentação de dois documentos pode aumentar a abstenção nas faixas de menor escolaridade.

Temendo o impacto sobre essa fatia do eleitorado, o PT entrou com a ação pedindo a derrubada da exigência.

O resultado do julgamento já está praticamente definido, mas o seu final depende agora de Mendes.

Se o Supremo não julgar a ação a tempo das eleições, no próximo domingo, continuará valendo a exigência.

À Folha, o ministro disse que pretende apresentar seu voto na sessão de hoje.

Antes da interrupção, foi consenso entro os ministros que votaram que o eleitor não pode ser proibido de votar pelo fato de não possuir ou ter perdido o título.

Votaram assim a relatora da ação, ministra Ellen Gracie, e os colegas José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.

Para eles, o título, por si só, não garante que não ocorram fraudes. Argumentam ainda que os dados do eleitor já estão presentes, tanto na sessão, quanto na urna em que ele vota, sendo suficiente apenas a apresentação do documento com foto.

"A apresentação do título de eleitor não é tão indispensável quanto a do documento com fotografia", afirmou Ellen Gracie.

O ministro Marco Aurélio afirmou que ele próprio teve de confirmar se tinha consigo seu título de eleitor. "Procurei em minha residência o meu título", disse. "Felizmente, sou minimamente organizado."

A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos foi definida em setembro de 2009, quando o Congresso Nacional aprovou uma minirreforma eleitoral.

O PT resolveu entrar com a ação direta de inconstitucionalidade semana passada por temer que a nova exigência provoque aumento nas abstenções.

O advogado do PT, José Gerardo Grossi, afirmou que a exigência de dois documentos para o voto é um "excesso". "Parece que já temos um sistema suficientemente seguro para que se exija mais segurança", disse.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vale fingir orgasmos por medo de perder o parceiro?


As estatísticas dizem que as mulheres fingem prazer no sexo para agradar aos homens. Eu acredito. Já percebi mais de uma vez a exaltação exagerada que antecede o orgasmo fajuto. É chato. Bem chato. E não apenas por uma questão de vaidade. Diante de uma atriz de alcova, fico me perguntando por que a mulher está fingindo, por que precisa tanto me agradar, o que há de errado com ela? Meu ego aguenta uma mulher que não goze. Por que ela mesma não consegue lidar com isso?

Nos últimos tempos eu tenho pensado nessas coisas em um contexto mais amplo, o da sinceridade nas relações.

Fingir um orgasmo talvez seja como sair com alguém sem ter vontade, como conversar quando se quer ficar calado, como abraçar quando se deseja – na verdade – estar a um quilômetro de distância, lendo um livro ou vendo um filme sozinho. Nós fazemos todas essas coisas. Nós mentimos para agradar o outro. Aceitamos a imposição da vontade do outro sobre o nosso próprio desejo, e depois o detestamos por isso. Por quê?

Outro dia uma amiga me perguntou uma coisa interessante: você já percebeu que as mulheres fingem gostar muito mais de sexo do que realmente gostam? Diante da minha negativa, ela explicou que, na intimidade, as mulheres se mostram menos entusiasmadas com sexo do que dão a perceber na presença dos homens.

O motivo desse fingimento, disse ela, é que nós, homens, só “pensamos em sexo, o tempo todo”. Logo, qualquer mulher de bom senso, que não queira desapontar seu parceiro (e correr o risco de ficar sem ele), vai bancar a Messalina de tempo integral, mesmo sem ter vontade. Eu não sei o quanto isso é verdadeiro, ou para quantas mulheres valem essas afirmações, mas faz algum sentido – e ajuda a explicar os orgasmos de araque. Mas a coisa toda é um enorme equívoco, em varias instâncias.

Primeiro equívoco: os homens não querem sexo o tempo todo. Eles falam e fantasiam sobre sexo, o que é inteiramente diferente. Tente dar ao seu garanhão a dose de sexo a que ele parece demandar e você (com 90% de possibilidade) vai ver um homem constrangido.

Segundo equívoco: as fantasias masculinas (desculpem, garotas...) não são apenas com as parceiras. Elas envolvem outras mulheres. A vizinha, a colega, a sua amiga, a cunhada, a garota do metrô. É humano desejar o que não se tem. É claro, também, que um sujeito emocionalmente envolvido e com uma vida sexual intensa com a própria mulher tem menos motivos para correr atrás de fantasias, mas o desejo dele não está morto.

Aliás, isso vale igualzinho para homens e mulheres. Não há como suprimir o desejo. Nem como forçá-lo em uma única direção. A fidelidade é um acordo (flexível) que se faz com o outro e (sobretudo) consigo mesmo. Mas o desejo nunca se esgota. Ele é canalizado, racionalizado e controlado. Sublimado, enfim.

O que isso tem a ver com a sinceridade nas relações?

Tudo, eu acho. Se a gente acredita que tem de satisfazer todas as necessidades, as carências, os medos e as taras do outro (ainda que imaginárias), vai acabar mentindo. E não apenas sobre sexo. O que está em jogo é a capacidade de colocar na mesa ou na cama as próprias vontades, superando o medo de desagradar ou desapontar. Esse medo parece nortear exageradamente as nossas ações em relação aos nossos parceiros. O medo da solidão. Ele pode nos levar a mentir e falsear várias coisas, inclusive orgasmos. Ele nos leva a fingir.

Qual a solução? Só vejo a possibilidade de conversar, correr o risco, dizer o que pensa. Se o outro lado não souber ou não quiser ouvir suas razões, talvez não seja a pessoa certa. Se você tem de continuar fingindo orgasmos, ou risadas, ou interesses, ou qualquer coisa importante, algo está errado – e vai fatalmente se voltar contra o parceiro. Em geral a punição ao outro vem na forma de um mau humor persistente e broxante, que acaba destruindo o convívio.

Qualquer coisa que a gente faça obrigado, mesmo que inconscientemente, vai ter troco. Descobri isso na análise, mas nem precisava. Qualquer pessoa esperta sabe que a gente não pode querer uma coisa e fazer outra por muito tempo sem ficar maluco. Ou puto da vida. Geralmente os dois.

Por Ivan Martins na revista Época

Bispo Edir Macedo: Dilma é vítima de mentiras espalhadas pela internet


Recebi recentemente um e-mail, destes que em princípio parecem ter o nobre intuito de nos alertar para algo grave. A mensagem dizia que a candidata à Presidência da República, Dilma Roussef, teria afirmado: “Nem mesmo Cristo querendo, me tira essa vitória”. O spam, com texto pobre, dizia: “Após a inauguração de um comitê em Minas, Dilma é entrevistada por um jornalista local...” Como as informações eram muito vagas (um comitê em Minas; um jornalista local), saí em busca de algo mais consistente, como um vídeo da suposta declaração ou ao menos uma gravação em áudio, mas não encontrei nada. Assim, tive certeza que se tratava de mais uma mentira.

Se os cristãos fossem tão ágeis e eficientes para usar as ferramentas modernas da comunicação na pregação do Evangelho, assim como parecem ser para disseminar boatos, certamente muitas almas seriam ganhas para o Senhor Jesus.


Quem pensa que está prestando algum serviço ao Reino de Deus, espalhando uma informação sem ter certeza de sua veracidade, na verdade, está fazendo o jogo do diabo.

O Senhor Jesus não precisa de advogados, nem de assessores de comunicação que saiam em “defesa” de Seu Nome. Ele precisa de verdadeiros cristãos, que entendam, vivam e preguem a Verdade.

Devemos observar que pessoas mal intencionadas têm procurado confundir muitos cidadãos com mentiras mal elaboradas, a fim de atrapalhar o trabalho sério de alguns candidatos. Pense nisto.

Nestes dias que antecedem as eleições, devemos observar se a plataforma dos candidatos em quem pretendemos votar, não pode vir a prejudicar a Igreja. Use seu voto de forma consciente e responsável.

Bispo Edir Macedo

Assembléia de Deus desmente boatos sobre Dilma

CARTA ABERTA À NAÇÃO BRASILEIRA

Na condição de Presidente do Conselho Nacional de Pastores do Brasil – CNPB;
Presidente Nacional das Assembléias de Deus Ministério de Madureira; de Deputado Federal e homem de Deus compromissado com a verdade, sinto-me no dever de respeitosamente esclarecer:

1) Com relação à boataria cruel e mentirosa que permeia os meios de comunicação, principalmente a internet com intuito irresponsável de difamar e plantar dúvidas concernente à candidatura de Dilma Rousseff, tenho a dizer que em momento algum a afirmação “nem Cristo impede ...”, saiu dos lábios da senhora Dilma Rousseff, sendo portanto, mera ficção e sórdida mentira da parte desses autores.

2) Em reunião no dia 24 de julho próximo passado, na Sede Nacional das Assembléias de Deus no Brasil em Brasilia-DF, na presença de mais de 3.000 (três mil) pastores e líderes de todos os Estados do Brasil e Distrito Federal e, com a participação de 14 denominações evangélicas mais representativas do Seguimento Religioso do país foi firmado um compromisso público de que todos os temas que envolvam conceitos de fé e princípios ético-religiosos serão sempre de iniciativa do poder legislativo – Congresso Nacional – e nunca por iniciativa do poder executivo; sendo esta candidatura a única a se comprometer de forma expressa e pública com estes princípios. Afirmou inclusive a candidata Dilma Rousseff, ser defensora da valorização da vida, da família e dos seus conceitos fundamentais.

3) Portanto, tudo que passar disso é mera invenção e mentira de pessoas descompromissadas com a verdade.

Reitero neste momento a nossa posição de apoio total e irreversível à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República Federativa do Brasil, com a certeza de que estamos no rumo certo do sucesso, do desenvolvimento, da melhoria de vida das pessoas, da valorização da família, dos princípios éticos cristãos, sendo estes inequivocamente a base para a vitória que todos queremos os quais são defendidos reiteradamente por Dilma Rousseff.

Atenciosamente,

Bispo Doutor Manoel Ferreira

Lucia Hippolito vota na Marina. Por que a Globo trocou de candidato


Lá está no Blog da Lúcia Hippolito:

A candidata do Blog é a Bláblárina Silva que, segundo a Hippolito, tem “a cara do Brasil” (esconjuro!).

Nada mais natural.

O PiG (*) fora de São Paulo já sabe: o jenio tem essa propriedade: ele perde.

A Bláblárina é o “novo”.

O “chic”.

O “radical chic” do West Side.

O Natura: perfumado, mas nem tanto.

O radical que entra nas colunas sociais.

O radical que sabe onde fica Kyoto.

Que morde mas não aperta.

Que, se for preciso, pára de morder.

O radical que adora os filmes do Fernando Meirelles.

Come barra de cereal para não engordar.

Odeia bife de tira.

Cerveja, cachaça ?

Não, vinho branco não muito gelado.

Que já foi de esquerda, de direita, mas agora viu a Luz.

O radical que trocou a “teoria da dependência” pelo Al Gore.

Usar Havaianas com Kelly bag.

Pobreza ?

Aumento do salário mínimo ?

Índice de Gini ?

Nada disso: calota polar, CO2, gás estufa – isso é o que importa.

Distribuir renda ?

O importante é distribuir oxigênio.

Precisamos garantir a sobrevivência da espécie (dos ricos).

Não mudar nada.

Se for para mudar alguma coisa, trocar a calça americana por calça de linho cáqui.

Perder com a Bláblárina é mais chic do que perder com o Serra – que, além de tudo, é muito feio.

E, na Globo, tudo isso tem uma vantagem: um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – é “verde”, um ecologista militante de coquetel.

A última vez em que esteve na Amazônia foi, provavelmente, numa escala do jatinho em Manaus, a caminho dos Hamptons.

Por Paulo Henrique Amorim

Pesquisa IBOPE/CNI - Dilma 50% e Serra 27%


Petista permanece com mesmo índice, tucano cai 1 ponto e Marina sobe dois

A menos de uma semana para as eleições, a sondagem feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) para os candidatos à Presidência da República, divulgada nesta quarta-feira (29), mostra Dilma e Serra com queda de 1 ponto. Já Marina Silva (PV) subiu 1 ponto. No levantamento, Dilma Rousseff (PT) obteve 50% das intenções de votos e José Serra (PSDB) 27%. Marina somou 13%.

Votos brancos e nulos correspondem a 4% e os indecisos somam 4%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, tanto para mais como para menos.

Pelo levantamento, a candidata petista manteve o mesmo índice da pesquisa divulgada em 24 de setembro enquanto o tucano acumulou perda de 1 ponto. Dilma tinha 50% e Serra 28%. Marina, por sua vez, tinha 12% e subiu dois pontos.

Para o 2º turno, em um embate entre Dilma e Serra, o Ibope mostra a candidata petista com 55% e o tucano com 32%. Brancos e nulos seriam a 7% e os indecisos, 5%. No levantamento anterior, em junho, Dilma tinha 45%, Serra 38%, brancos e nulos somavam 8% e não sabem e não responderam, 9%.

O Ibope ouviu 3010 pessoas entre os dias 25 e 27 deste mês, em 191municípios do país. O número de registro da pesquisa no TSE é 33162/2010.

Grifo Meu: Mais uma pesquisa que desmoraliza por completo o já desmoralizado instituto tucano Datafolha que junto com seu desmoralizado Jornal Folha de São Paulo tentam desesperadamente levar a disputa pro 2º turno.

Qual a origem desse ódio?


Como o Estadão enxerga um mau exemplo num sujeito reeleito e com 80% de aprovação popular, que mal consegue andar, onde quer que vá? Por que tanta raiva? Qual a origem desse ódio? Por que o Estadão não alertou o Brasil, em 2002, que o projeto de governo tucano objetivava perpetuar-se no poder a fim de assegurar “o bem-estar da tucanagem”?




Um editorial que poderia ter entrado para a história recente da democracia brasileira como exemplo de amadurecimento da liberdade de expressão, respeito ao processo eleitoral e à cidadania, acabou revelando todo o ódio de classe que a elite paulista nutre pelo projeto político petista para o Brasil.

Todo partido político tem direito a um projeto de governo. O PSDB de José Serra e Fernando Henrique Cardoso planejava, em 20 anos, fazer com que o Brasil esquecesse a era Vargas. Escolheu, para viabilizá-lo, a despeito do substantivo composto “social-democracia” em sua sigla, mero embuste semântico, o pensamento neoliberal.

O conceito de modernização com o qual o PSDB trabalhava nos anos FHC passava, necessariamente, pelas teses enunciadas pelo Consenso de Washington. O projeto tucano de desenvolvimento traduziu tal aparente consenso pela (i) estabilização macroeconômica via superávit fiscal, à custa do sucateamento dos serviços públicos, pela (ii) tentativa de realização das ditas reformas estruturais, traduzidas pelas (a) privatizações – que entregaram à iniciativa privada, diga-se de passagem, a preço de banana, a Vale do Rio Doce, destino do qual se safou, por pouco, a hoje primeira maior empresa petrolífera do mundo em lucro sobre faturamento, a Petrobras –, pela (b) redução do papel e da atividade normativa do Estado na economia – dinossauro ao qual recorreram, na recente bancarrota mundial, 9 entre 10 economistas antes neoliberais – e desregulamentação do mercado financeiro, a fim de atrair, pela terceira maior taxa de juros da economia mundial, o que também freava o consumo e mantinha a inflação sob controle, o capital especulativo internacional – grande responsável pela referida bancarrota –, e, por fim, pela (iii) retomada do investimento via iniciativa privada, donde a concentração de renda e de capital na mão de setores empresariais e a tentativa, incompleta, de quebra da coluna vertebral do sindicalismo via flexibilização das leis trabalhistas, o que praticamente anularia seu poder de barganha pela formação de um exército de mão-de-obra de reserva, a chamada “taxa natural” de desemprego.

A mídia oligárquica brasileira, no entanto, não viu maiores problemas na tentativa de continuidade, com José Serra, em 2002, do referido projeto, que, ao fim e ao cabo, ressuscitava a mítica “mão invisível do mercado”. Não se falou, em nenhum momento, em “paixão pelo poder”, no risco de se deixar “a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só” e, muito menos, em “escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder”.

Ora, o Partido dos Trabalhadores tem tanto direito de escolher um projeto nacional quanto o PSDB. Esse projeto, ancorado, essencialmente, na (i) busca de uma política monetária capaz de equilibrar desenvolvimento e poder aquisitivo – nunca o Brasil cresceu e gerou tantos empregos formais quanto nos últimos oito anos, e nunca tantos cidadãos consumiram tanto -, na (ii) dignidade humana, através do resgate da cidadania via políticas públicas de inclusão social e distribuição de renda – nunca tantos cidadãos, antes condenados ao subemprego ou preteridos por raça, estudaram e prosperaram tanto, e nunca tantos cidadãos, antes condenados a viver abaixo da linha de pobreza, hoje possuem o básico para a conquista de sua autonomia –, na (iii) independência e no protagonismo de sua política externa e, sobretudo, no (iv) respeito ao Estado Democrático de Direito – nunca Imprensa, Legislativo, Polícia Federal e Judiciário, p. ex., foram tão respeitados quanto no governo Lula –, é tão legítimo quanto o tucano. E ele não só tem 80% de aprovação popular como, também, segundo as principais pesquisas, será reeleito, em primeiro turno, para um terceiro mandato.

Por que, então, tanta raiva? Qual a origem desse ódio, que vê na figura do Presidente “um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação”; que enxerga um chefe de Estado que, por supostamente “ignorar as instituições e atropelar as leis”, serve de mau exemplo à cidadania, este, por certo, se fosse o caso, um “mal a evitar”? Como o Estadão enxerga um mau exemplo num sujeito reeleito democraticamente e com 80% de aprovação popular, que mal consegue andar, onde quer que vá, mesmo em meio a uma dúzia de seguranças? Como um editorial pode ser tão estreito a ponto de sustentar que o objetivo maior do projeto político petista é assegurar “o bem-estar da companheirada”? Por que o Estadão não alertou o Brasil, em 2002, que o projeto de governo tucano objetivava perpetuar-se no poder a fim de assegurar “o bem-estar da tucanagem”?

A origem de tamanho rancor não pode ser, simplesmente, a falácia de que a democracia precisa ser oxigenada através da rotatividade no Poder. Se tal tese carregasse consigo alguma necessidade, não teríamos como livrar a humanidade da estupidez absoluta, uma vez que não haveria explicação para cada Estado Nacional não estampar, no primeiro artigo de sua Carta Máxima, a exigência de que nenhum partido político pudesse ocupar, por duas vezes seguidas, qualquer posição executiva, condão da prosperidade, da harmonia e do desenvolvimento. Sequer eleições seriam necessárias, uma vez que, nesse melhor dos mundos possíveis, bastaria, candidamente, estabelecer-se uma ordem sucessória entre os diversos postulantes aos cargos executivos. Tal como a “mão invisível do mercado” regula a economia e distribui, equitativamente, toda a riqueza produzida, assim agiria, na política, essa espécie de “democracia natural”.

Qualquer analista político é capaz de perceber, numa leitura superficial, que há qualquer coisa, no editorial do Estadão, mas menos uma defesa sistemática da candidatura de José Serra à Presidência da República. Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, os argumentos do Estado de São Paulo oscilam entre o nada – os supostos méritos do candidato José Serra -, coisa nenhuma – seu currículo exemplar de homem público – e o vazio absoluto – o que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos.

A verdadeira preocupação do Estadão, ao fim e ao cabo, reduz-se à bisonha e esotérica convicção “de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País”.

Sim, pois “o que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a “continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais”, já que isso - algo que, estranhamente, as elites brasileiras não foram capazes de fazer em 500 anos – “todos os candidatos têm condições de fazer”. O que o eleitor decidirá de mais importante, segundo o Estadão, não é a continuidade ou não do projeto petista de desenvolvimento, mas sim “se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção”.

A defesa da candidatura Serra, ensaiada em meio parágrafo, portanto, perde-se num mar de generalidades, e tanto quanto os tímidos elogios às políticas públicas implementadas pelo atual governo – todas elas, diga-se de passagem, relacionadas à era FHC, e não méritos petistas –, desaparece diante do ódio destilado contra a possibilidade de continuidade, com Dilma Rousseff, do projeto petista de desenvolvimento. A impressão que fica não pode ser outra senão a de que a defesa da candidatura oposicionista serve de mero pretexto para o ataque raivoso ao projeto situacionista. Não se trata de um editorial a favor da candidatura José Serra, mas sim contra Lula, o PT e tudo que seu projeto possa representar.

O Estado de São Paulo tem todo o direito – até o dever, alguns dirão – de posicionar-se a favor da candidatura Serra e mesmo contra a petista, desde que apresente bons argumentos em nome da primeira e razoáveis em relação à segunda, uma vez que é público e notório que o projeto petista não é imune a críticas. Só não pode supor que um bom argumento passa, necessariamente, pela desqualificação alheia gratuita.

Do contrário, ao invés de respeito, não conseguirá nada além de transmitir a impressão de que trata o interesse público e seu interesse empresarial como se fossem uma coisa só, submetendo a democracia aos interesses de sua facção. Um jornal que despreza a liturgia que sua investidura exige ao personalizar o debate público e se entrega, descontroladamente, ao desmando e à autoglorificação, não faz mais do que ignorar as instituições e atropelar as leis, deste modo servindo de mau exemplo à cidadania. O Estadão parece ter feito a escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder ao lado de nossos velhos conhecidos da mídia oligárquica, desse modo garantindo o bem-estar da companheirada.

Este é o mal a evitar.

Por Marcelo da Silva Duarte

O jogo da direita


A direita desistiu de ganhar. Se rendeu à imensa maioria nova que se constituiu no Brasil a partir do governo Lula e de suas conseqüências sociais. Já despejou sua decepção e sua raiva no seu candidato, incapaz de manter uma dianteira que eles mesmos nunca souberam explicar, mas que os acalentava de ter o candidato mais viável. Se rendeu a direita a um candidato que não era o da sua preferência, mas o mais viável para voltar ao governo. Sofreu com a crise de identidade dessa Viúva Porcina, que foi sem nunca ter sido – foi um bom economista, sem nunca ter sido; foi grande governante, sem nunca ter sido; tinha uma trajetória exemplar como político, sem nunca ter tido.

Pelos editoriais, a linha da direita é tudo, menos o Lula, tudo contra a Dilma, candidata da continuidade do governo Lula. A preocupação das ultimas semanas é diminuir o poder do próximo governo. A FSP fala na necessidade de limitar o poder (dos outros, nunca o deles). O Globo se preocupa com a maioria no Congresso (como se o Lula não tivesse, até mesmo para buscar um terceiro mandato, não fosse democrático, ao contrario de FHC, que mudou a Constituição durante seu mandato, para ter dois).

Agora, é buscar o segundo turno, como forma de demonstrar limitações no apoio ao Lula, mais semanas de embate e tentar demonstrar que seu denuncismo ainda tem poder de influencia. Sabem que o Serra é um cadáver político. Com tudo o que fizeram com ele (como diz o meu primo Zé Simão: se parece ao Atlético Mineiro, cada vez que aparece na televisão, perde 3 pontos), não conseguem alavancá-lo.

Daí a operação Marina. Era a ministra mais criticada do governo, com suas picuinhas, que brecavam obras de infra estrutura, se tornou a queridinha da mídia, trogloditas de repente descobrem e se tornam ecologistas de ocasião. A soma dos dois, mais nanicos, mais dificuldades de gente do povão de votar para tantos candidatos (para presidente é a sexta votação) e a necessidade de levar documento com fotos, anima a oposição. Pelo menos para não levar uma goleada desmoralizante.

Já têm como seguro Senado e Câmara com grande maioria governista, maior parte de governadores a favor do governo e eleição da Dilma, no primeiro ou segundo turno, como estabelecidos. O plano agora, para salvar os dedos é:

- garantir São Paulo, Minas e o Paraná
- conseguir chegar ao segundo turno
- tentar diminuir a maioria governista no Parlamento.

Para esta ultima, a oposição busca evitar o mês de janela que se anuncia para logo depois da eleição, que sangraria mais ainda os já combalidos partidos da oposição. DEM e PPS com riscos de desaparição, PSDB tornando-se um partido médio na representação parlamentar.

Conta, para a operação final, com o monopólio privado da mídia, seu elemento forte, aquele em que são claramente majoritários. A operação Data Folha era previsível. Pode ser que mantenham uma diferença baixa ou que, para tentar segurar um pouco que seja de credibilidade, voltem a aumentá-la, depois que esse DF tenha os efeitos possíveis. O Globo, a FSP, o Estadão e a Veja, se jogam com tudo, sem pensar nas conseqüências pós-eleitorais, com uma derrota que demonstra como perderam totalmente a capacidade de influência. Tentam agora sobreviver a todo custo, contra ventos e tempestades, depois que seu candidato naufragou espetacularmente.

Postado por Emir Sader

Destaque do debate da Globo em SP foi o erro da Globo

Escreve este texto enquanto o debate transcorria, por isso ele está organizado por blocos. Ao fim, uma curta avaliação

Primeiro bloco

O primeiro bloco do debate entre governadores de São Paulo foi frio.

As duas melhores partes envolveram a participação de Mercadante, que tabelou com Skaf e Russomano.

Aproveitou pra falar de pedágios e de geração de empregos.

Alckmin foi indagado sobre políticas de funcionalismo público por Bufalo e deu aquela enrolada típica do tucanato.

Aliás, o tucano mais original do debate não é o Alckmin. E o Feldmann, o tucano verde.

E o destaque do primeiro bloco fica pra Marta Suplicy. Isso mesmo, Marta Suplicy. Ela está acompanhando Mercadante e tuitando. E mandou essa: Kassab dorme no auditório.

Segundo bloco

O amigo Bob Fernandes, do Portal Terra, comentou no tuiter que o debate estava amarrado. Foi bonzinho. Está chato.

As regras favoreceram Alckmin até agora.

Os candidatos puderam perguntar para os mesmos adversários nos dois blocos.

E Alckmin perguntou as duas vezes pra Skaf, fugindo de novo de Mercadante.

Foi assim em todos os debates.

Alckmin que desceu a lenha em Mercadante pelas publicidades gratuítas, não teve a dignidade de trocar uma pergunta sequer com o petista.

E contou com Fábio Feldmann para que isso acontecesse. Ele sempre perguntou pra Alckmin quando pôde. Isso impediu os outros de fazê-lo.

Mercadante ao fim acabou tabelando com Russomano. Trataram de segurança.

O destaque do bloco foi a frase do petista: “um policial em São Paulo ganha um pouco mais da metade do que um no Piauí e em Sergipe”.

Terceiro bloco

Nada de novo.

Alckmin fugiu de Mercadante de novo. E perguntou pra, pra, pra…Fábio Feldmann, o tucano verde.

Mas dessa vez Alckmin se explicou: “como o tema é agricultura, vou perguntar pro Feldmann, porque agricultura tem tudo a ver com meio ambiente”.

Mercadante reclamou de novo sobre a fuga do tucano. E disse que por isso o segundo turno é necessário. Para que possa haver debate de verdade.

O destaque do bloco foi o diálogo travado entre Celso Russomano e Alckmin.

Alckmin afirmou que São Paulo está crescendo acima da média nacional e que Franca é a cidade que mais gera emprego no Brasil.

Na volta, Russomano afirmou que “o estado de Alckmin parece o de Alice no País das Maravilhas”. E que Alckmin “repete números, porque de números ele é bom pra chuchu”.

Alckmin sabe números pra chuchu…chuchu?

Quarto bloco

Foi sem dúvida o mais animado. Principalmente porque o sinal da Globo caiu no meio da fala de Alckmin.

No tuiter, muita gente arriscou dizer que os tucanos iam culpar o PT pelo acontecido.

E que a Folha de hoje daria na capa: “Dilma é culpada por queda de sinal da Globo no debate de ontem”.

E não é que na volta do programa o Alckmin retomou sua intervenção dizendo que “o PT que quer controlar a mídia, agora quer controlar o que eu devo falar, pra quem eu devou perguntar”.

Ele se referia ao fato de Mercadante cobrá-lo por não ter feito uma única pergunta a ele. Mas parecia se referir a queda do sinal. Se não foi intencional, bem que pareceu.

Só faltou dizer que o único caso de censura no Brasil nesta eleição é o do Paraná, onde Beto Richa do PSDB está proibindo todos os veículos de imprensa de divulgarem pesquisas. Inclusive do Datafolha, o instituto mais tucano do Brasil.

Aliás, o tucano verde, Fábio Feldmann, deu um jeito de atacar o PT e a Dilma mesmo quando sua pergunta foi dirigida a Celso Russomano. Disse que a Petrobras não respeitava o meio ambiente etc e tal. E cobrou de Russomano “amor ao meio ambiente”. Disse que não queria mais promessas, mas provas de amor.

No tuiter, lembrei aos meus seguidores que na infãncia plantei um pé de abacateiro. Isso é prova de amor ao meio ambiente? Vale?

Nas considerações finais, todo mundo repetiu o que sempre disse em todos os outros debates. Nada de novo.

Avaliação

Não acho que algo vá mudar significativamente com esse debate, mas arriscaria dizer que ele pode ter garantido o segundo turno em São Paulo.

Principalmente porque Alckmin não foi bem. E afinou. Não enfrentou Mercadante.

Essa sua postura pode permitir que tanto Mercadante, quanto Skaf e Russomano roubem alguns votinhos dele.

Essa atitude dele pode ser bem explorada pela militância petista nos bate-papos de boteco, das feiras, das ruas.

Lula deixou de ganhar a última eleição no primeiro turno porque não foi ao debate da Globo. Alckmin mesmo indo, afinou. Isso pode levá-lo a enfrentar mais um mês de disputa.

O povo odeia quem parece não ter coragem.

Por Renato Rovai

A ENDOGAMIA VERDE-LACERDISTA, A QUATRO DIAS DA URNA


O arrastão do conservadorismo jogará todas as cartas nas próximas horas na tentativa de reverter a vantagem de Dilma, na prática ou no imaginário popular.Outros Datafolhas e Ibopes virão até domingo. Objetivamente, o conservadorismo nativo não tem nenhuma proposta, nenhum projeto capaz de mobilizar uma virada estatísticamente colossal, que envolveria a migração oito milhões de votos.

Resta-lhe, porém, uma endogamia publicitária apoiada em duas frentes, cuja desfrute mútuo produz efeitos não subestimáveis; a saber:
I) soterrar os avanços sociais e econômicos dos últimos oito anos num 'mar de lama' cenográfico, anabolizado pelo dispositivo midiático até o dia da votação;
II) usar --o termo é tristemente esse-- 'usar' Marina Silva como glacê verde do udenismo lacerdista, emprestando-lhe um frescor de photoshop que a direita nunca teve neste país e Serra, naturalmente, foi incapaz de suprir.

Sim, a aliança de forças pró-Dilma também inclui remanescentes da direita e centro direita abrigados em partidos aliados. A diferença na história é sempre quem detém a hegemonia do processo. Do lado de Dilma, em última instancia, são os sindicatos operários e os movimentos sociais que concentram uma capacidade de mobilização capaz de fazer a diferença no prato da balança política.

Quando Serra e a mídia atacam o que denominam de 'aparelhismo' do Estado e vociferam contras as 77 conferência nacionais realizadas pelo governo Lula, que mobilizaram mais de cinco milhões de pessoas no país, esse é o seu alvo , ou alguém acredita que a pauta do 'mar de lama' reflete valores éticos do jornal O Globo?

No caso de Marina Silva, cabe indagar para qual margem da disputa hegemônica estão sendo arrastados os votos dirigidos a uma suposta candidatura de 'terceira via', essa dissimulação ideológica que a crise mundial do capitalismo cuidou mais uma vez de desnudar.

Objetivamente, acima de ressentimentos e divergencias superáveis, esse é o quadro sobre o qual o ambientalismo progressista e os democratas devem refletir, a quatro dias da urna.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pesquisa Vox Populi/IG/Band em 28/09 Dilma(PT) 49% e Serra(PSDB) 25%


A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, aparece, pelo terceiro dia consecutivo, com 49% das intenções de voto no tracking Vox Populi/Band/iG publicado nesta terça-feira. A cinco dias da eleição, Dilma tem pouco mais de 55% dos votos válidos, cinco pontos além do que precisaria para vencer no primeiro turno.

Para encerrar a disputa logo na primeira etapa de votação, Dilma precisaria ter a maioria absoluta dos votos válidos, ou seja, 50% mais um. Na conta, são desconsiderados os votos brancos e nulos.

O atual cenário dá a Dilma uma vantagem de 10 pontos sobre a soma das intenções de voto contabilizadas por seus adversários. No tracking, José Serra (PSDB) oscilou um ponto para cima e agora tem 25%. Já a presidenciável do PV, Marina Silva, que um dia antes contava com 13%, agora soma 12% - o que interrompe uma sequência de três dias consecutivos de crescimento. Outros candidatos obtiveram 2%. Brancos e nulos somaram 4% e indecisos 8%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

Apoiada pela alta popularidade do presidente Lula na região, Dilma tem o melhor desempenho entre eleitores do Nordeste: 65%. Na região, no entanto, a ex-ministra da Casa Civil já contou com até 73% das preferências. Na mesma região, Serra teria hoje 15% dos votos, de acordo com a projeção, e Marina, 7%.

Dilma ainda lidera em todas as regiões, mas encontra seu pior cenário no Sudeste, onde ela conta com 42% das intenções de voto – contra 27% de Serra e 16% de Marina. Já o candidato tucano tem mais votos no Sul (34%), contra 45% de Dilma no local.

Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados, a petista aparece à frente, com 43% das citações (um ponto a mais que na pesquisa anterior); Serra tem 22% e Marina, 9%. O tracking Vox/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente.

Fonte: Portal IG

Grande Promoção: Vote no Serra


Grande promoção válida em 03 de outubro!!!

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Não pense que a promoção termina aqui.

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Isso sem falar no poster inteiramente grátis dos líderes da construção do TRT paulista o juíz Nicolau dos Santos Neto e do senador cassado Luiz Estevão.

Ganhe, ainda, sem concurso, uma leva de deputados que receberam de FHC R$ 200.000,00 para aprovar a emenda da reeleição. E mais: ganhe um curso intensivo de Salvatore Cacciola e Chico Lopes ensinando como ganhar R$ 1,6 bilhão com a desvalorização do Real.

De quebra, votando no Serra você pode escolher um dos esquemas a seguir pra ganhar dinheiro público fácil: Esquema do Projeto SIVAM, PROER, Propina em privatizações, esquemas no DNER, desvalorizar o real, alugar pros EUA a base de Alcântara, fazer parcerias nos esquemas de Eduardo Jorge Caldas, desviar dinheiro da SUDENE, dar calote no Fundef, entre outros.

Tem isso e muito mais. É só votar no Serra!!!

Por Roberval Padilha

domingo, 26 de setembro de 2010

Os jornalistas tucanos

Quando, no futuro, for escrita a crônica das eleições de 2010, procurando entender o desfecho que hoje parece mais provável, um capítulo terá de ser dedicado ao papel que nelas tiveram os jornalistas tucanos.

Foram muitas as causas que concorreram para provocar o resultado destas eleições. Algumas são internas aos partidos oposicionistas, suas lideranças, seu estilo de fazer política. É bem possível que se saíssem melhor se tivessem se renovado, mudado de comportamento. Se tivessem permitido que novos quadros assumissem o lugar dos antigos.

Por motivos difíceis de entender, as oposições aceitaram que sua velha elite determinasse o caminho que seguiriam na sucessão de Lula. Ao fazê-lo, concordaram em continuar com a cara que tinham em 2002, mostrando-se ao País como algo que permanecera no mesmo lugar, enquanto tudo mudara. A sociedade era outra, a economia tinha ficado diferente, o mundo estava modificado. Lula e o PT haviam se transformado. Só o que se mantinha intocada era a oposição brasileira: as mesmas pessoas, o mesmo discurso, o mesmo ar perplexo de quem não entende por que não está no poder.

Em nenhum momento isso ficou tão claro quanto na opção de conceder a José Serra uma espécie de direito natural à candidatura presidencial (e todo o tempo do mundo para que confirmasse se a desejava). Depois, para que resolvesse quando começaria a fazer campanha. Não se discutiu o que era melhor para os partidos, seus militantes, as pessoas que concordam com eles na sociedade. Deram-lhe um cheque em branco e deixaram a decisão em suas mãos, tornando-a uma questão de foro íntimo: ser ou não ser (candidato)?

Mas, por mais que as oposições tivessem sido capazes de se renovar, por mais que houvessem conseguido se libertar de lideranças ultrapassadas, a principal causa do resultado que devemos ter é externa. Seu adversário se mostrou tão superior que lhes deu um passeio.

Olhando-a da perspectiva de hoje, a habilidade de Lula na montagem do quadro eleitoral de 2010 só pode ser admirada. Fez tudo certo de seu lado e conseguiu antecipar com competência o que seus oponentes fariam. Ele se parece com um personagem de histórias infantis: construiu uma armadilha e conduziu os ingênuos carneirinhos (que continuavam a se achar muito espertos) a cair nela.

Se tivesse feito, nos últimos anos, um governo apenas sofrível, sua destreza já seria suficiente para colocá-lo em vantagem. Com o respaldo de um governo quase unanimemente aprovado, com indicadores de performance muito superiores aos de seus antecessores, a chance de que fizesse sua sucessora sempre foi altíssima, ainda que as oposições viessem com o que tinham de melhor.

Entre os erros que elas cometeram e os acertos de Lula, muito se explica do que vamos ter em 3 de outubro. Mas há uma parte da explicação que merece destaque: o quanto os jornalistas tucanos contribuíram para que isso ocorresse.

Foram eles que mais estimularam a noção de que Serra era o verdadeiro nome das oposições para disputar com Dilma Rousseff. Não apenas os jornalistas profissionais, mas também os intelectuais que os jornais recrutam para dar mais “amplitude” às suas análises e cobertura.

Não há ninguém tão dependente da opinião do jornalista tucano quanto o político tucano. Parece que acorda de manhã ansioso para saber o que colunistas e comentaristas tucanos (ou que, simplesmente, não gostam de Lula e do governo) escreveram. Sabe-se lá o motivo, os tucanos da política acham que os tucanos da imprensa são ótimos analistas. São, provavelmente, os únicos que acham isso.

Enquanto os bons políticos tucanos (especialmente os mais jovens) viam com clareza o abismo se abrir à sua frente, essa turma empurrava as oposições ladeira abaixo. Do alto de sua incapacidade de entender o eleitor, ela supunha que Serra estava fadado à vitória.

Quem acompanhou a cobertura que a “grande imprensa” fez destas eleições viu, do fim de 2009 até agora, uma sucessão de análises erradas, hipóteses furadas, teses sem pé nem cabeça. Todas inventadas para justificar o “favoritismo” de Serra, que só existia no desejo de quem as elaborava.

Se não fossem tão ineptas, essas pessoas poderiam, talvez, ter impulsionado as oposições na direção de projetos menos equivocados. Se não fossem tão arrogantes, teriam, quem sabe, poupado seus amigos políticos do fracasso quase inevitável que os espera.

Por Marcos Coimbra na Carta Capital

Promessas de Serra na campanha já foram alvo do TCE de São Paulo

Algumas das principais bandeiras hoje empunhadas por José Serra (PSDB) na campanha à Presidência foram objeto, durante sua gestão no governo de São Paulo, de ressalvas de auditorias promovidas pelo TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado).

Uma equipe de 15 técnicos finalizou, em maio, a análise das contas relativas a 2009, terceiro ano de Serra à frente do governo ao qual renunciou em abril para concorrer.

As contas foram aprovadas, mas o relatório de mais de 700 páginas inclui, além das variáveis econômicas, a avaliação dos indicadores de gestão e uma compilação das auditorias realizadas ao longo daquele ano pelo tribunal em 21 ações de governo.

Essas auditorias apontam problemas nas áreas de saúde, distribuição de medicamentos, habitação popular, expansão da oferta de transporte de massa, saneamento e política de esporte nas escolas, entre outras.

Todas essas áreas incluem propostas centrais do candidato José Serra, divulgadas tanto em seu programa de TV como no seu site oficial e em entrevistas e debates.

Na saúde, área da qual foi ministro no governo Fernando Henrique Cardoso, a gestão de Serra é cobrada por ignorar os planejamentos anuais definidos pela Secretaria da Saúde na definição de investimentos. Apesar de algumas metas terem sido superadas, o TCE diz que há "ausência de garantias quanto a critério, planejamento e racionalidade".

Também foram verificados problemas em obras realizadas pelo Estado, como valor contratado acima do orçado e obras entregues já com infiltrações e rachaduras. Agora, uma das principais propostas de Serra é construir 154 ambulatórios médicos de especialidades.

Ainda na área da saúde, Serra promete distribuição de "cestas de medicamentos" gratuitas. O TCE, contudo, afirma que, como governador, ele não cumpriu a destinação de valores mínimos determinados por normas para um programa semelhante e reduziu a verba disponível para a ação.

Nessa área, o órgão descobriu que o governo paga mais por medicamentos do que outras instituições e recomenda que a "pactuação de preços deveria ser revista".

Outra promessa do presidenciável Serra é "garantir a oferta de moradia popular de qualidade", com imóveis "bem acabados". Quando governador, casas e apartamentos entregues a partir de sua posse, em 2007, apresentam uma série de problemas, segundo fiscalização do TCE.

Na região metropolitana de São Paulo, 62% dos moradores consultados pelos auditores disseram sofrer com vazamentos e infiltrações.

No interior, onde prevalecem casas, a maior reclamação (38% dos entrevistados) foi em relação a goteiras.

Além disso, o governo entregou, em 2009, menos de 40% da meta prevista para aquele ano. Um dos motivos alegados pelo governo à época foram as chuvas no segundo semestre.

Outra meta não cumprida foi em relação à expansão de vagas no ensino técnico. O número de vagas criadas naquele ano não chegou à metade do programado, apesar de toda a verba disponibilizada ter sido executada.

A política é bandeira de Serra, que prevê criar 1 milhão de vagas em todo o país, uma das principais promessas do candidato do PSDB.

Na área de saneamento, os auditores fizeram duas inspeções em uma série de "piscinões" (reservatórios para evitar enchentes). Uma em 2008, outra em 2009. Segundo os técnicos, houve uma "pequena melhora" com relação à limpeza, mas o assoreamento chegou a piorar.

Fonte: Acredite se quiser, mas, a fonte é o Jornal Folha de São Paulo

Promessas de Serra na campanha já foram alvo do TCE de São Paulo

Algumas das principais bandeiras hoje empunhadas por José Serra (PSDB) na campanha à Presidência foram objeto, durante sua gestão no governo de São Paulo, de ressalvas de auditorias promovidas pelo TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado).

Uma equipe de 15 técnicos finalizou, em maio, a análise das contas relativas a 2009, terceiro ano de Serra à frente do governo ao qual renunciou em abril para concorrer.

As contas foram aprovadas, mas o relatório de mais de 700 páginas inclui, além das variáveis econômicas, a avaliação dos indicadores de gestão e uma compilação das auditorias realizadas ao longo daquele ano pelo tribunal em 21 ações de governo.

Essas auditorias apontam problemas nas áreas de saúde, distribuição de medicamentos, habitação popular, expansão da oferta de transporte de massa, saneamento e política de esporte nas escolas, entre outras.

Todas essas áreas incluem propostas centrais do candidato José Serra, divulgadas tanto em seu programa de TV como no seu site oficial e em entrevistas e debates.

Na saúde, área da qual foi ministro no governo Fernando Henrique Cardoso, a gestão de Serra é cobrada por ignorar os planejamentos anuais definidos pela Secretaria da Saúde na definição de investimentos. Apesar de algumas metas terem sido superadas, o TCE diz que há "ausência de garantias quanto a critério, planejamento e racionalidade".

Também foram verificados problemas em obras realizadas pelo Estado, como valor contratado acima do orçado e obras entregues já com infiltrações e rachaduras. Agora, uma das principais propostas de Serra é construir 154 ambulatórios médicos de especialidades.

Ainda na área da saúde, Serra promete distribuição de "cestas de medicamentos" gratuitas. O TCE, contudo, afirma que, como governador, ele não cumpriu a destinação de valores mínimos determinados por normas para um programa semelhante e reduziu a verba disponível para a ação.

Nessa área, o órgão descobriu que o governo paga mais por medicamentos do que outras instituições e recomenda que a "pactuação de preços deveria ser revista".

Outra promessa do presidenciável Serra é "garantir a oferta de moradia popular de qualidade", com imóveis "bem acabados". Quando governador, casas e apartamentos entregues a partir de sua posse, em 2007, apresentam uma série de problemas, segundo fiscalização do TCE.

Na região metropolitana de São Paulo, 62% dos moradores consultados pelos auditores disseram sofrer com vazamentos e infiltrações.

No interior, onde prevalecem casas, a maior reclamação (38% dos entrevistados) foi em relação a goteiras.

Além disso, o governo entregou, em 2009, menos de 40% da meta prevista para aquele ano. Um dos motivos alegados pelo governo à época foram as chuvas no segundo semestre.

Outra meta não cumprida foi em relação à expansão de vagas no ensino técnico. O número de vagas criadas naquele ano não chegou à metade do programado, apesar de toda a verba disponibilizada ter sido executada.

A política é bandeira de Serra, que prevê criar 1 milhão de vagas em todo o país, uma das principais promessas do candidato do PSDB.
Na área de saneamento, os auditores fizeram duas inspeções em uma série de "piscinões" (reservatórios para evitar enchentes). Uma em 2008, outra em 2009. Segundo os técnicos, houve uma "pequena melhora" com relação à limpeza, mas o assoreamento chegou a piorar.

Fonte: Acredite se quiser, mas, a fonte é o jornal Folha de São Paulo

sábado, 25 de setembro de 2010

Jarbas leva uma surra em Pernambuco e envergonha a direira raivosa


Gilnei Rampazzo( à direita), em foto de duas semanas atrás, comanda o programa-baixaria de Jarbas (no centro, a sorrir) na TV e no rádio pernambucanos. Resultado? 70 x 16

Para quem pensa que se mudou para a Casa Grande, verá que o voto do povo os levará para a senzala.

Rampazzo é casado com Eliane Catanhêde, aquela colonista (**) da Folha (*) que disse que estava tudo “zero a zero”.

Rampazzo trabalha com o Gonzalez, o marqueteiro do Serra, há muito tempo.

Desde quando o Serra se elegeu presidente da UNE e discursou no Comício da Central.

Segundo a Folha,

Eduardo Campos (PSB) cresce a abre a maior vantagem sobre Jarbas Vasconcelos (PMDB) na disputa pelo governo de Pernambuco.
Segundo pesquisa Datafolha feita nos dias 21 e 22, o atual governador passou de 67% para 72% das intenções de voto, enquanto Jarbas caiu de 20% para 15%.
O resultado é mais do que suficiente para garantir a Campos vitória no primeiro turno.
Ou seja, o Rampazzo naufragou no Capibaribe.

Que pena.

Ele já foi um bom jornalista, com quem tive a honra de trabalhar.

Mas, o mundo gira e a Lusitana roda.

O Senador Jarbas é uma prova disso.

Essa proximidade entre a Catanhêde e as vísceras da oposição, através do faturamento da empresa do Rampazzo, deveria chamar a atenção do Otavinho.

E levá-lo a se perguntar sobre a isenção de alguns de seus notáveis colonistas (**).

Por exemplo, o Fernando Rodrigues precisa ir a um neurologista, porque foi acometido de grave crise de amnésia.

No passado, Rodrigues era o maior especialista nos negócios do Gregório Marin Preciado e, há muoto tempo não trata desse personagem e seus negócios.

O Elio Gaspari troca receitas de veneno de madrugada com o Zé Baixaria.

E se acha no direito de esconder dos leitores o privilegiado acesso à gênese das baixarias do Zé.

Diz-se que o Estadão, amanhã, vai dizer que é a favor da eleição do Serra (quá quá quá quá quá).

Amanhã !

O Otavinho deveria seguir o exemplo dos Mesquita e confessar que seus colonistas (*), também.

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pesquisa IBOPE Dilma 50% e Serra 28%


A candidata Dilma Rousseff (PT) lidera a disputa pela Presidência da República com 50% pontos percentuais. José Serra (PSDB) tem 28% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope de intenção de voto divulgada nesta sexta-feira (24) pela TV Globo. De acordo com a pesquisa, Marina Silva (PV) tem 12%.

O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 202 municípios de 21 setembro a 23 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Isso quer dizer que Dilma pode ter entre 48% e 52%; José Serra, entre 26% e 30%; e Marina Silva, entre 10% e 14%.

Segundo o Ibope, considerando apenas os votos válidos, Dilma seria eleita no primeiro turno, se a eleição fosse hoje. A vantagem de Dilma sobre os demais candidatos caiu de 14 para 9 pontos percentuais. No levantamento anterior do Ibope, divulgado no dia 17 de setembro, Dilma tinha 51%, e Serra, 25%.

Dentre os demais candidatos – Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU) –-, nenhum alcançou 1% das intenções de voto individualmente, mas juntos atingiram 1%. Os eleitores que responderam que votarão em branco ou nulo somaram 5% e os que se disseram indecisos, 5%.

A pesquisa foi encomendada ao Ibope pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo". A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 31.689/2010.

Segundo turno

Na simulação de um eventual segundo turno entre Dilma e Serra, o Ibope apurou que a petista teria 54% (considerando a margem de erro, tem de 52% a 56%) e Serra, 32% (de 30% a 34%). Votariam nulo ou em branco 7% dos eleitores. Os que se disseram indecisos somam 7%.

Avaliação do governo

A pesquisa também mostrou como os eleitores avaliam o governo Lula. Para 80%, o governo é ótimo ou bom; para 15%, regular; para 4%, ruim ou péssimo. Os que não souberam ou não quiseram opinar chegaram a 1%.

Pesquisa Vox Populi/IG/Band no RS Tarso(PT) 45% e Fogaça(PMDB) 22%


Petista amplia vantagem e pode vencer no primeiro turno. Na disputa presidencial, Dilma sobe e Serra cai entre os gaúchos.

O Rio Grande do Sul pode decidir as eleições estaduais já no primeiro turno, segundo pesquisa Vox Populi/Band/iG divulgada hoje. O candidato Tarso Genro (PT) subiu de 35% em agosto para 45% em setembro. José Fogaça (PMDB) oscilou negativamente de 24% no mês passado para 22%. Yeda Crusius (PSDB) tem 11% oscilando um ponto para baixo.

Brancos e nulos somam 4% e indecisos, 16%. A pesquisa foi registrada no TRE-RS sob o número 48.960/10 e no TSE sob o número 31.710/10. O instituto ouviu 800 pessoas entre os dias 18 e 21 de setembro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Na disputa presidencial, a candidata petista Dilma Rousseff subiu de 37% para 46% entre os gaúchos. Já o tucano José Serra caiu de 39% para 31%. Marina Silva (PV) oscilou positivamente de 6% para 7%. Os demais candidatos não alcançaram 1% das intenções de voto no Estado. Brancos e nulos somam 2% e indecisos, 14%.

Senado

Na corrida ao Senado, Paulo Paim (PT) e Ana Amélia Lemos (PP) seriam eleitos com 47% e 45% dos votos, respectivamente. Germano Rigotto (PMDB) aparece em terceiro, com 28% das intenções de voto, seguido por Abgail Pereira (PCdoB), com 16%.

Os candidatos Marcos Monteiro (PV), Vera Guasso (PSTU) e Roberto Gross (PTC) têm 1% cada. Brancos e nulos somam 6% e 35% se disseram indecisos no Rio Grande do Sul.

Fonte: Portal IG

Pesquisa Vox Populi/IG/Band Alckmin 40% e Mercandante 28%


O cenário de vitória do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) logo no primeiro turno, em São Paulo, está ameaçado, de acordo com a mais recente pesquisa Vox Populi/Band/iG. O tucano perdeu nove pontos em relação ao último levantamento, em agosto, e conta agora com 40% das intenções de voto – exatamente a soma do desempenho dos quatro principais adversários.

O senador Aloizio Mercadante, do PT, foi quem mais cresceu: saltou de 17% para 28% entre agosto e setembro. Celso Russomano (PP) oscilou dois pontos para baixo e aparece agora com 7%. Paulo Skaf (PSB), que antes tinha 1%, soma agora 3%. Fábio Feldmann, do PV, tem 2% das preferências. Com o cenário, fica no limite a possibilidade de a disputa ser decidida no primeiro turno. Em julho, a distância de Alckmin em relação à soma dos demais candidatos era de 18%.

A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. A pesquisa, registrada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 31.704/10, ouviu 1.500 pessoas entre os dias 18 e 21 de setembro.
O índice dos que se dizem indecisos ou não responderam à pesquisa é de 13% em São Paulo, ainda segundo o Vox Populi. Brancos e nulos somam 7%.

Na pesquisa espontânea, quando o nome dos candidatos não é apresentado ao eleitor, Alckmin soma 32% e Mercadante, 23% - o petista tinha 7% há um mês.

O crescimento do petista acontece num momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou a campanha petista no maior colégio eleitoral do País, tanto na TV como em comícios.
Mercadante se beneficiou também do crescimento de Dilma Rousseff, presidenciável petista, no Estado. Entre agosto e setembro, a ex-ministra da Casa Civil cresceu dez pontos e hoje soma 43% das preferências. Já o tucano José Serra, que tinha 40% das intenções de voto, aparece agora com 29%.

A candidata Marina Silva, do PV, subiu três pontos e agora conta com 12%. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) é o candidato favorito de 1% dos eleitores paulistas – os demais não somam 1%.

Em São Paulo, o índice de quem não sabe ou não respondeu em quem pretende votar para presidente no dia 3 de outubro é de 9%. Outros 6% dizem votar nulo ou em branco.

Senado

A disputa para o Senado também apresentou mudanças em relação à pesquisa anterior. A candidata Marta Suplicy (PT) oscilou dois pontos para cima e agora tem 36% das intenções de voto.

A ex-prefeita de São Paulo, no entanto, observa o crescimento mais acelerado de dois adversários com chances de obter as vagas no Senado. Netinho de Paula (PC do B), candidato na chapa petista, saltou de 16% para 33% em um mês, enquanto Aloysio Nunes (PSDB) praticamente quadruplicou seu desempenho e chegou agora a 22% após a saída de Orestes Quércia (PMDB) da disputa. Romeu Tuma (PTB) tem 16% das preferências – eram 19% em agosto.

O cenário, no entanto, tende a mudar até o dia da votação, já que 21% dos eleitores paulistas ainda se dizem indecisos. Brancos e nulos somam 14%.

Fonte: Portal IG

Grifo meu: Esse pequeno blog "sujo" já sabia disso, inclusive divulguei semana passada com exclusividade pesquisas internas para São Paulo, onde Alckmin aparecia com 41% e Mercadante 29%, portanto, vamos ter uma eleição bem disputada nesse estado.

Pesquisa Interna - Dilma(PT) 50% e Serra(PSDB) 26%


Fora as pesquisas registradas no TSE e divulgadas normalmente pelos meios de comunicação, os grandes partidos também fazem suas pesquisas internas, sem a necessidade de registro, mas com os mesmos métodos utilizados. O IG divulga diariamente um Tracking no qual José Serra nunca passou dos 25% e Marina apenas uma única vez chegou a 10%, no entanto na última pesquisa divulgada pelo Datafolha, ele chega a 28% e Marina a 13%.

O que se vê é mais uma tentativa do instituto ligado aos tucanos de levarem a eleição para um improvável 2º turno. Só para se ter uma ideía, segue abaixo os dados da última pesquisa interna feita por um desses grandes partidos.

DILMA ROUSSEFF(PT): 50%
JOSÉ SERRA(PSDB): 26%
MARINA SILVA(PV): 9%
OUTROS: 3%

Ou seja, a soma de todos os candidatos, inclusive os de pequenos partidos chega a 38%, portanto a candidata do PT está com 12 pontos a frente de todos, isso representa nada menos que 15 milhões de votos.

A midia comercial em guerra contra Lula e Dilma


A mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição e, na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do país. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Por Leonardo Boff[24 de setembro de 2010 - 11h33]

Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o Brasil Nunca Mais onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.

Esta história de vida me avaliza a fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o presidente Lula e a midia comercial, que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factoide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do país, ao presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser presidente. Este lugar, a presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssista, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no governo, operou uma revolução conceitual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel a sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela Veja faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.

Esse Brasil é combatido na pessoa do presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

*teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

Dra. Sandra Cureau, a censora


Permito-me sugerir à doutora Sandra Cureau, vice-procuradora-geral da Justiça Eleitoral, que volte a se debruçar sobre os alfarrábios do seu tempo de faculdade, livros e apostilas, sem esquecer de manter à mão os códigos, obras de juristas consagrados e, sobretudo, a Constituição da República. O erro que cometeu ao exigir de CartaCapital, no prazo de cinco dias, a entrega da documentação completa do nosso relacionamento publicitário com o governo federal nos leva a duvidar do acerto de quem a escolheu para cargo tão importante.

Refiro-me, em primeiro lugar, ao erro, digamos assim, técnico. Aceitou uma denúncia anônima para proceder contra a revista e sua editora. Diz ela conhecer a identidade do denunciante, acoberta-o, porém, sob o manto do sigilo condenado pelo texto constitucional e por decisões do Supremo Tribunal Federal. Protege quem, pessoa física ou jurídica, condiciona a denúncia ao silêncio sobre seu nome. Ou seja, a vice-procuradora comete uma clamorosa ilegalidade.

Há outro erro, ideológico. Quem deveria zelar pela lisura do embate eleitoral endossa a caluniosa afronta que há tempo é cometida até por colegas jornalistas ardorosamente empenhados na campanha do candidato tucano à Presidência. A ilação desfraldada a partir do apoio declarado, e fartamente explicado por CartaCapital, à candidatura- de Dilma Rousseff revela a consistência moral e ética, democrática e republicana dos acusadores, ou por outra, a total inconsistência. A tigrada não concebe adesão a uma candidatura sem a contrapartida em florins, libras, dracmas. Reais justificados por abundante publicidade governista.

Sabemos ser inútil repetir que a publicidade governista premia mais fartamente outras publicações. Sabemos que José Serra, ainda governador, mas de mira posta na Presidência, assinou belos contratos de compra de assinaturas com todas as maiores empresas jornalísticas do País, com exceção, obviamente, da editora de CartaCapital. Sabemos que não é o caso de esperar pela solidariedade- dos patrões da mídia e dos seus empregados, bem como das chamadas entidades de classe, sem falar da patética Sociedade Interamericana de Imprensa. Estas, aliás, se apressam a apoiar a campanha midiática que aponta em Lula o perigo público número 1 para a democracia e a liberdade de imprensa.

Nem todos os casos denunciados pela mídia nativa merecem as manchetes de primeira página, um e outro nem mesmo um pálido registro. É inegável, contudo, que dentro do PT há uma lamentável margem de manobra para aloprados de extrações diversas. CartaCapital tem dado o devido destaque a crimes como a quebra de sigilo fiscal e a deploráveis fenômenos de nepotismo e clientelismo, embora não deixe de apontar a ausência das provas sofregamente buscadas pelos perdigueiros da informação, em vão até o momento, de ligações com a campanha de Dilma Rousseff.

Vale, porém, discutir as implicações da liberdade de imprensa, e de expressão em geral. É do conhecimento até do mundo mineral que a liberdade de informar encontra seus limites no Código Penal. Se o jornalista acusa, tem de provar a acusação. E informar significa relatar fatos. Corretamente. Quanto à opinião, cada um tem direito à sua.

Muito me agrada que o Estadão e o Globo em editoriais e, se não me engano,- um colunista tenham aproveitado a sugestão feita por mim na semana passada. Por que não comparar Lula a Luís XIV, além de Mussolini e Hitler? Compararam, para ampliar o espectro da evocação. De ditadores de extrema-direita a um monarca por direito divino, aprazível passeio pela história.

Volto à carga: sinto a falta de Stalin, talvez fosse personagem mais afinada com a personalidade de Lula, aquele que ia transformar o Brasil em república socialista. Quem sabe, a tarefa fique para a guerrilheira terrorista, assassina de criancinhas.
Espero ter sido útil, com uma contribuição aos delírios de quem percebe o poder a lhe escorrer entre os dedos. A campanha midiática a favor do candidato tucano não é digna do país que o Brasil merece ser, e sim adequada ao manicômio. Aumenta o clamor de grupelhos de inconformados de uma velha-guarda que não dispensa militares de pijama, todos protagonistas de um espetáculo que fica entre a ópera-bufa e o antigo Pinel. Que tem a ver com liberdade de imprensa acusar Lula e Dilma de pretenderem “mexicanizar”, ou “venezuelizar” o Brasil? Ou enterrar a democracia?

Mesmo que o presidente não pronuncie sempre palavras irretocáveis, onde estão as provas desse terrificante projeto? Temos, isto sim, as provas em sentido contrário: os golpistas arvoram-se a paladinos de uma legalidade que eles somente ameaçam. A união da mídia já produziu alguns entre os piores momentos da história brasileira. A morte de Getúlio Vargas, presidente eleito, a resistência a Juscelino, o golpe de 1964 e suas consequências 21 anos a fio, sem contar com a oposição à campanha das Diretas Já. Ou com o apoio maciço à candidatura de Fernando Collor, à reeleição de Fernando Henrique, às privatizações vergonhosamente manipuladas.

É possível perceber agora que este congraçamento nunca foi tão compacto. Surpreende-me, por exemplo, o aproveitamento que o Estadão faz das reportagens de Veja, citada com todas as letras. Em outros tempos não seria assim, a família Mesquita tachava os Civita de “argentários” em editoriais da terceira página. As relações entre os mesmos Mesquita, os Frias e os Marinho não eram também das melhores. Hoje não, hoje estão mais unidos do que nunca. Pelo desespero, creio eu.

A união, apesar das divergências, sempre os trouxe à mesma frente quando o risco foi comum. Ameaça ardilosamente elevada à enésima potência para justificar o revide pronto e imediato. E exorbitante. A aliança destes dias tem uma peculiaridade porque o risco temido por eles é real, a figurar uma situação muito pior do que aquela imaginada até o começo de 2010. Desespero rima com conselheiro, mas como tal é péssimo. De sorte que estão a se mover para mais uma Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade. A derradeira, esperamos. Não nos iludamos, no entanto. São capazes de coisas piores.

Otimista em relação ao futuro, na minha visão vivemos os estertores de um sistema, mudança essencial ao sabor de um confronto social em andamento, sem violência, sem sangue. Diria natural, gerado pelo desenvolvimento, pelo crescimento. Donde, por mais sombrios que sejam os propósitos dos verdadeiros inimigos da democracia, eles, desta vez, no pasaran. Eles próprios se expõem a risco até ontem inimaginável. Se houver chance para uma tentativa golpista, desta vez haverá reação popular, com consequências imprevisíveis.

Episódio representativo da situação, conquanto não o mais assombroso, longe disso, é a demanda da vice-procuradora da Justiça Eleitoral para averiguar se vendemos, ou não, a nossa alma. Falo em nome de uma pequena redação que não desiste há 16 anos na prática do jornalismo honesto, pasma por estar sob suspeita ao apoiar às claras a candidatura Dilma.

Sugiro à doutora Sandra que, de mão na massa, verifique também se a revista IstoÉ recebeu lauta compensação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema quando o acima assinado em companhia do repórter Bernardo Lerer, escreveu uma reveladora, ouso dizer, reportagem sobre Luiz Inácio da Silva, melhor conhecido como Lula, publicada em fevereiro de 1978. Ou se acomodou-se em uma espécie de mensalão ao publicar oito capas a respeito da ação de Lula à frente de uma sequência de greves entre 1978 e 1980. Ou se me locupletei pessoalmente por ter estado ao lado dele na noite de sua prisão, e da sua saída da cadeia, quando enquadrado pela ditadura na Lei de Segurança Nacional, bem como nas suas campanhas como candidato à Presidência da República. Desde o dia em que conheci o atual presidente da República, pensei: este é o cara.

Mino Carta

Marina, a nova queridinha da mídia e da direira raivosa


De jurásica, ecologista fundamentalista, que travava o desenvolvimento do país, Marina virou a nova queridinha da mídia – lugar deixado vago por Heloisa Helena. Mas o fenômeno é o mesmo: desespero da direita para chegar ao segundo turno e incapacidade de alavancar seu candidato. Daí a promoção de uma candidata que, crêem eles, pode tirar votos da Dilma, para tentar fazer com que a derrota não seja tão acachapante, levando a disputa para o segundo turno e dando mais margem do denuncismo golpista de atuar.

Marina, por sua vez, para se prestar a esse papel, se descaracterizou totalmente, já não tem mais nada de candidata verde, alternativa. Não tem agenda própria, só reage, sempre com benevolência, às provocações da direita, seja sobre os sigilos bancários, a Casa Civil ou qualquer insinuação da direita.

Presta um desserviço fundamental à causa que supostamente representaria: é um triste fim do projeto de construir um projeto verde, uma alternativa ecológica, uma pauta fundada no equilíbrio ambiental para o Brasil. Tornou-se uma candidata vulgar, em que nem setores de esquerda descontentes com outras correntes conseguem se representar.

Uma vez mais uma tentativa de construir alternativa à esquerda deixa-se levar pelo oportunismo. Quantas vezes Marina denunciou o monopólio da mídia privada e seu papel assumido de partido político da oposição? Nenhuma. Quantas vezes afirmou que a imprensa é totalmente alinhada com uma linha radical de oposição, não deixando espaços para a informação minimamente objetiva e para o debate democrático da opinião pública? Nenhuma. Quantas vezes se alinhou claramente com a esquerda contra a direita? Nenhuma.

Nenhuma, porque já não está no campo da esquerda – e os aliados, incluídos os que fazem campanha par ao Serra, como Gabeira, entre outros, provam isso. Se situa em um nebuloso espaço da terceira via – refúgio do oportunismo, quando os grandes enfrentamentos polarizam entre direita e esquerda. Nenhuma, porque essa mesma imprensa golpista, monopolista, que a criticava tanto, agora lhe abre generosos espaços para desfilar seu rancor porque não foi a candidata do Lula e vê a Dilma ser promovida a continuadora do governo mais popular da história do país.

Esses 15 minutos de gloria serão sucedidos pela ostracismo, pela intranscendência. Depois de usada, sem resultados, pela direita, Marina voltará ao isolamento, o suposto projeto verde, depois de confirmado o amálgama eleitoreiro que o articulou, desaparecerá, deixando cadáveres políticos pelo caminho.

Por Emir Sader

Tribunal de Contas do RS desmente 'Folha' em nota

Órgão afirma que nenhum documento foi ocultado da reportagem do jornal

- O Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS) publicou nota de esclarecimento desmentindo as acusações realizadas pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 20 de setembro. Na matéria "Dilma favoreceu firma e aparelhou secretaria, diz auditoria do TCE", o jornal afirma que funcionários do tribunal tentaram ocultar a abertura dos documentos solicitados, que só teriam sido liberados por determinação da presidência do TCE.

Na nota, o tribunal rechaça a afirmação. "A solicitação do jornal Folha de São Paulo para ofornecimento de cópias relativas aos processos de contas da Senhora Dilma Vana Roussef foiprontamente atendida pelo TCE-RS", diz a nota. Além disso, o tribunal teria fornecido todos osdocumentos relativos aos processos inquiridos, e não apenas os relatórios de auditoria.

O tribunal rejeitou também a insinuação de que teria agido com objetivos políticos. "Associar,como o fez a matéria, a atuação dos técnicos do Tribunal a partido político e, particularmente, a um governante, implica desconhecimento básico dessa realidade ou, o que seria inaceitável, grave afronta à verdade e à transmissão da correta informação', diz a nota.

A matéria da Folha gerou polêmica ao afirmar que Dilma Roussef, quando era secretária de Minase Energia do Rio Grande do Sul, havia favorecido a Meta Instituto de Pesquisas. O jornal afirma que uma auditoria do TCE-RS havia constatado irregularidades em uma licitação vencida pela Meta. A decisão final do TCE, no entanto, isentou a então secretária da acusação.

Abaixo, a nota integral publicada pelo TCE:

Acerca da matéria "Dilma favoreceu firma e aparelhou secretaria, diz auditoria do TCE", publicada no jornal Folha de São Paulo, no dia 20 de setembro de 2010, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul vem a público esclarecer:

- A solicitação do jornal Folha de São Paulo para o fornecimento de cópias relativas aos processos de contas da Senhora Dilma Vana Roussef foi prontamente atendida pelo TCE/RS, não ocorrendo nenhuma tentativa de se "ocultar laudo", como referido na reportagem. Tratando-se de processos já arquivados há alguns anos, visto que se referem a contas dos exercícios de 1991 a 1994 e de 1999 a 2002, foi necessária a busca nos arquivos microfilmados. Com isso, não houve qualquer restrição de acesso a essa informação, que é pública, compreendendo decisões já transitadas em julgado. A propósito, o compromisso da Instituição com a transparência pode ser constatado nas suas decisões e nas informações que veicula regularmente, sobretudo no seu portal na Internet e na "Rádio TCE", que, inclusive, transmite ao vivo todas as sessões do Tribunal.

- O Tribunal de Contas do Estado do RS forneceu todos os documentos relativos aos respectivos processos, e não apenas os relatórios de auditoria (denominados "laudos", na matéria), inicialmente pretendidos pela reportagem do jornal. Foram entregues, mediante recibo detalhado, cópias dos relatórios, dos esclarecimentos prestados pela então Administradora, das análises técnicas dos mesmos pelos órgãos instrutivos da Casa, dos pareceres do Ministério Público, dos relatórios e votos do relator e das respectivas decisões, inclusive quanto ao recurso interposto.

- O conjunto dos servidores do TCE/RS atua com profissionalismo, competência e responsabilidade, numa instituição autônoma e comprometida com o exercício do controle externo à luz dos princípios republicanos da juridicidade, transparência, moralidade, eficiência e eficácia. Associar, como o fez a matéria, a atuação dos técnicos do Tribunal a partido político e, particularmente, a um governante, implica desconhecimento básico dessa realidade ou, o que seria inaceitável, grave afronta à verdade e à transmissão da correta informação.

- O contraditório e a ampla defesa são garantias essenciais do Estado de Direito democrático. Assim, a tomada de decisão, pelo Tribunal, em todos os processos que examina, está fundada não apenas nos relatórios das inspeções e auditorias, sendo levados em conta os termos da defesa, o conteúdo das provas, a posição do Ministério Público e, evidentemente, o livre convencimento dos julgadores. Portanto, é totalmente descabido dizer-se, como o fez a matéria, que multas aplicadas por este Tribunal foram "perdoadas". Do mesmo modo, improcede a assertiva do jornal de que o TCE/RS teria sido "pressionado" a "cancelar" uma multa (quando, em verdade, houve o provimento de um recurso de reconsideração).

- A Folha de São Paulo, ao receber os documentos, foi formalmente comunicada de que Senhora Dilma Vana Roussef seria cientificada a respeito da solicitação formulada. Com isso, à mesma também foram fornecidas cópias de todos os documentos entregues ao jornal. Cabe ressaltar: idêntico procedimento é e sempre será adotado em todas as solicitações da mesma natureza.

Porto Alegre, 22 de setembro de 2010.

Tribunal de Contas do Estado do RS.