sábado, 31 de julho de 2010

Montenegro "bola nossa": a bola mais fora da campanha


Saravá, Nassif. Só por curiosidade (E não por crueldade, é claro!) gostaria de de pedir licença a suncê, nobre zifio, pra reproduzir aqui algumas pérolas premonitórias, do Babaloribope Pai Monte Negro de Ogum... Ê, ê...

Em 29 de abril do ano passado, Montenegro opinou no blog do Ricardo Kotscho: “Dilma deve, num primeiro momento, manter os mesmos índices anteriores. A transferência de votos do presidente Lula para ela chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.”

Um dia antes, havia declarado ao Blog dos Blogs e à coluna Coisas da Política do Jornal do Brasil:

“Tudo indica que Dilma Rousseff chegará ao final da campanha com cerca de 15% a 17% dos votos. O favorito continua sendo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E, se ninguém mais se projetar, é grande o risco de a eleição ser decidida no primeiro turno. O Ciro Gomes (PSB), por exemplo, sai com 14%, mas pode acabar com 6%, 5%, 4%.”

Em julho, quando pesquisa do DataFolha detectou uma queda de oito pontos percentuais na vantagem de Serra sobre Dilma, Montenegro insistiu – “Continuo com a mesma opinião. Defendo tudo aquilo que disse antes” – sob a seguinte argumentação:

“As pesquisas mostram que ela já é conhecida de cerca de 80% do eleitorado. Serra é conhecido de 90% e tem manifestações de votos próximas de 40%. Dilma, com 80% de conhecimento, só tem 16% das pessoas dispostas a elegê-la. Acho que a ministra, sim, está chegando ao teto. Vamos olhar a rejeição à Dilma: bateu em 32,4%. É muito alto. Maior do que a do Aécio e a do Serra.”

Na sexta-feira a reportagem do iG ouviu Montenegro sobre suas previsões do passado e a pesquisa atual.

“Eu não acredito que disse aquilo. Deve haver algum engano. Numa eleição polarizada, com praticamente dois candidatos apenas, como é que eu poderia achar que a Dilma pararia em 20%? Até o Alckmin teve 40% contra o Lula…”

Diante da insistência da reportagem, Montenegro, então, pôs um ponto final no assunto:

“Estamos em março e é muito cedo para futurologias. Fatos importantes ainda estão para acontecer. O Serra ainda vai definir seu vice. Vêm as convenções partidárias de junho. Vamos ver depois como fica.”

Por Fernando Oliveira no Luis Nassif Online

Ibope desempata pró-Dilma: como fica o Datafolha?


O Ibope anunciado agora há pouco, no Jornal Nacional desta sexta-feira, desempatou o jogo das pesquisas eleitorais: em relação à pesquisa anterior, que deu empate em 36 pontos, Dilma subiu três e foi para 39, abrindo cinco pontos de dianteira sobre José Serra, que caiu dois, e agora tem 34. Abriu a “boca do jacaré”, com dizem os especialistas, fora da margem de erro.

O resultado do Ibope ficou bem mais próximo do Vox Populi, que apontou oito pontos de vantagem para Dilma (41 a 33), do que do Datafolha, o único a registrar empate técnico, com José Serra numericamente um ponto à frente (37 a 36), nas pesquisas divulgadas no último fim de semana.

Não sou especialista em pesquisas _ aliás, como vocês sabem, em coisa alguma _, mas são números tão divergentes estes apresentados pelos três maiores institutos do país que, neste momento, o Datafolha fica mal na fita. Talvez seja o caso de repensar a sua metodologia, baseada em entrevistas nas ruas nos pontos de grande fluxo de pessoas (os outros ouvem os eleitores em suas casas). Com a palavra, os responsáveis pelo instituto.

A apenas dois meses das eleições e a duas semanas do início do horário político na televisão, sem qualquer fato político relevante nas últimas semanas que possa justificar mudanças bruscas na intenção de voto do eleitor, é no mínimo estranho o cenário visto a partir das últimas pesquisas presidenciais.

Nas campanhas dos principais Estados, há mais convergências entre os resultados até aqui divulgados pelos três institutos. Com exceção de São Paulo, onde Geraldo Alckmin caminha para uma tranquila eleição no primeiro turno, são os candidatos da aliança governista PT-PMDB-PSB que aparecem à frente: Sergio Cabral, no Rio; Hélio Costa, em Minas; Tarso Genro, no Rio Grande do Sul (sem o PMDB); Eduardo Campos, em Pernambuco; Jacques Wagner, na Bahia, e Cid Gomes, no Ceará.

O fato de contar com o apoio de candidatos que lideram a disputa nestes grandes colégios eleitorais pode ser uma das explicações para o crescimento de Dilma e a queda de Serra no Vox Populi e no Ibope.

A outra é que cada vez mais eleitores identificam Dilma como a candidata de Lula, o presidente que mantém seu índice de popularidade em torno de 77%, como o Ibope reiterou nesta última pesquisa (apenas 4% consideram seu governo ruim ou péssimo).

É jogo jogado. Agora, resta esperar pelo início dos programas de Serra e Dilma no rádio e na TV para que surjam novidades nas pesquisas, já que Marina Silva, a candidata verde da terceira via, continua cada vez mais longe dos ponteiros (apenas 7% nesta última pesquisa do Ibope). Os nanicos não pontuaram.

Desta forma, a grande pergunta que podemos fazer neste momento é se teremos ou não segundo turno. Que resposta dariam os leitores do Balaio?

Do Balaio do Kotscho

Para ninguém dizer que eu não ajudo o Serra


A campanha de Serra na internet lançou a versão on-line dos “esquadrões serristas” que estão percorrendo o país em busca de “boatos” sobre o que ele considera mentiras a seu respeito.

Para não dizerem que eu só falo mal do “coiso”, já ofereço logo a minha contribuição sobre notícias falsas que se andam espalhando sobre o candidato tucano.

1- Serra está nas frentes das pesquisas: Boato difundido por um certo instituto Datafolha, com sede na Av. Barão de Limeira, em São Paulo;

2- Serra é o pai dos genéricos: Notícia evidentemente falsa, uma vez que o próprio Serra acabou dizendo que “nem sabia que existia genérico” quando entrou no Ministério da Saúde. A fonte do boato é o programa de propaganda eleitoral do PSDB, como pode ser visto aqui ;

3- Serra defende a privatização: Boato espalhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao site da revista Veja.;

4- Aécio Neves está fazendo corpo mole na campanha de Serra e se vingando da rasteira que tomou quando o ex-governador paulista vetou a realização de prévias no PSDB: A fonte desta matéria notóriamente inverídica é o jornal “A folha de São Paulo”, na sua edição de ontem;

5- O vice I. da Costa foi enfiado goela abaixo de José Serra: Mentira: Como o próprio Serra disse, da Costa é “um rapaz de quem eu gostava especialmente”, embora só o tenha encontrado uma vez antes da designação, assim mesmo numa mesa de churrascaria durante o jogo do Brasil com a Coréia do Norte. Todos sabem que a grita do DEM, as reuniões que vararam madrugadas, e o anúncio público de que o vice seria Álvaro Dias foram só brincadeirinha;

6- Os pedágios paulistas são caríssimos: Todos sabem que isso não passa de “trololó” dos petistas e do jornalista Heródoto Barbeiro, que perdeu seu emprego na TV cultura por espalhar a informação inverídica. O governador Geraldo Alckmin também é um dos boateiros, pois admitiu que é preciso rever o valor dos pedágios estaduais;

7- A cratera do metrô não foi resultado de obras male executada durante a gestão tucana: Qualquer criança sabe que ela foi destruída por um disparo de raio laser vindo de uma galáxia distante;

8- O Jardim Romano não passou quase dois meses debaixo de água: O alagamento das ruas na verdade foi uma obra performática para que os pobres pudessem ver o reflexo de sua própria situação.

9- Serra não é de esquerda: Calúnia. É uma afirmação que se desmonta com a simples constatação de que seus aliados são Paulo Maluf, Orestes Quércia, Kátia Abreu, os Bornhausen, Jair Bolsonaro, a Globo e a Folha.

10- José Serra têm chances de ganhar a eleição: Boato que qualquer Brasileiro sabe, não tem a menor possibilidade de ser verdade.

Por Brizola Neto no Tijolaço

TSE multa José Serra pela quinta vez: mais R$ 5 mil


Na geografia eleitoral de 2010, a Esbórnia se localiza no TSE. É de fácil localização. Fica no entroncamento da lei complacente com a Justiça condescendente.

Neste sábado (31), o ministro Henrique Neves, do TSE, expediu mais um par de multas: para José Serra, R$ 5 mil. Para o PSDB-SP, R$ 7,5 mil.

A acusação é a mesma de sempre: propaganda televisiva ilegal. As peças irregulares foram ao ar nos dias 24, 26 e 31 de março.

Era publicidade do partido. Virou vitrine do candidato. A nova multa é a quinta imposta a Serra. A conta soma agora R$ 30 mil.

Pelos padrões monetários da Esbórnia, é dinheiro de troco.

Por Josias de Souza

Liberdade de imprensa e abusus

Por Jeová Barros de Almeida Júnior

Liberdade de imprensa e DIREITOS.

Durante esses últimos dias, a opinião pública nacional tem acompanhado, atentamente, o caso do desaparecimento da Eliza Samúdio e o suposto envolvimento do goleiro Bruno do Flamengo. Nesse caso, está ocorrendo o entrechoque entre o interesse de toda sociedade em ver a solução do caso, com a respectiva punição dos responsáveis – através do desempenho das autoridades envolvidas (delegados, promotores, juízes) e com atribuição para tanto – e os interesses dos investigados.

Nesse texto, pretendo dissertar acerca de uma liberdade, que é a liberdade de imprensa: qual é a origem dela, o que ela significa, como deve ser exercida e quais são os efeitos dela.

Liberdades: exercício dos direitos humanos.

Quando falamos em liberdade, estamos falando em direitos; ou seja, a liberdade nada mais é que outro nome para direitos. Mas falando de liberdade de imprensa, estamos falando de um corolário, ou seja, de um efeito, de um desenvolvimento de uma liberdade mais ampla, que é a liberdade de expressão.

A liberdade de expressão envolve várias liberdades, tais como: liberdade de opinião, de informação, de impressão (ou publicação) e a respectiva liberdade de imprensa.

A liberdade de opinião se refere à liberdade de manifestar, livremente, pensamentos, idéias, etc. Nela, o homem pode manifestar a sua visão de mundo, o que acha correto, o que acha errado; pode expressar que acredita na existência de Deus ou que é ateu; pode defender o socialismo, o capitalismo ou considerar que o Estado deve ser abolido, como fazem os anarquistas.

Diz-se que a liberdade de opinião é uma liberdade subjetiva, pois ela se atém ao foro íntimo, se atém às convicções pessoais. Para ilustrar o que é essa liberdade subjetiva, existe um pensamento de Jean Jacques Rousseau, um dos iluministas franceses, que resume bem o que é a liberdade de opinião e cujo teor é mais ou menos o seguinte: "Posso não concordar com uma única palavra do que dizes, mas defenderei, até a morte, o seu direito de dizê-las". Sendo assim, a liberdade de opinião é a liberdade de dizer, de expressar aquilo que eu bem entendo.

Conceito análogo, mas diverso, é o da liberdade de informação. A liberdade informação tem um cunho objetivo, pois ela se refere não a uma visão de mundo, mas sim a fatos ou acontecimentos; ou seja, no exercício dessa liberdade, o cidadão tem o direito de receber o conhecimento dos fatos que ocorrem na sociedade (direito de ser informado e de informar): quanto foi o jogo da seleção, quanto foi gasto de dinheiro público na promoção de um espetáculo, etc., de modo que, aqui, na liberdade de informação, não importa o que eu acho correto ou errado; importa, simplesmente, saber o que aconteceu: qual foi o fato da semana, do dia, do mês.

A liberdade de impressão (ou de publicação) está relacionada, diretamente, com as duas liberdades anteriores (a de opinião e a de informação), porque não basta defender uma idéia, não basta tomar conhecimento de um fato; é necessária a possibilidade de disseminar as minhas idéias e levar ao conhecimento da opinião pública os fatos notórios da sociedade que influenciam a vida minha, da minha família e de toda sociedade.

Vou dar um exemplo para tentar ajudar: na época do absolutismo, e ainda hoje em alguns estados totalitários, antes de um escritor publicar um romance que ele havia escrito, ou seja, antes de exercer a liberdade de opinião, era necessário receber uma licença do "imprimateur", funcionário público que liberava, ou proibia, a publicação daquele romance. Esse funcionário estatal era o famigerado censor. Era ele quem decidia o que o público poderia ler e quais fatos poderiam ser disseminados para chegar ao conhecimento de todos.

Quando Martinho Lutero afixou, em 1517, as 95 teses dele, na porta de uma igreja alemã, desencadeando a chamada Reforma Protestante, ele nada mais fez, assim, do que exercer duas liberdades: a de opinião e a de publicação (impressão). Não bastava, para Martinho Lutero, considerar que o pagamento de indulgências era um abuso; ele assim pensava (liberdade de opinião) e levou ao conhecimento público o pensamento dele (liberdade de publicação).

Ao colocar como título do presente tópico a menção ao "exercício dos direitos humanos", quis demonstrar que tais liberdades (de informação, de expressão, de publicação, etc.) são necessidades que o ser humano possui; o homem tem necessidade de comunicar os anseios e medos dele; ele precisa falar e ouvir; precisa, enfim, expressar os sentimentos dele e o Estado, ou as autoridades, não podem suprimir direitos humanos tão elementares.

LIBERDADES E ABUSOS.

O Estado de Direito foi uma invenção humana que tinha por finalidade eliminar as arbitrariedades que eram cometidas, nos tempos das monarquias: o Rei era o todo-poderoso; nas mãos dele se concentrava o poder de criar leis (legislar), de aplicá-las (ou executá-las, ou seja, de governar) e, ainda, o poder de decidir conflitos de interesses (julgar). Assim, o Rei era legislador, administrador e juiz.

Para evitar essa concentração de poderes na mão de um único homem e os abusos que eram cometidos por ele, no exercício de tantas funções, foi que surgiu o Liberalismo como doutrina política: o poder, que estava, unicamente, com o rei, foi dividido entre vários órgãos (legislativo, judiciário e executivo). Para serem evitados os abusos, o poder continha o poder; um poder (legislativo), por exemplo, limitava outro poder (o executivo ou o judiciário).

Porque estou falando em abusos? Porque as liberdades (direitos) humanas devem ser exercidas com responsabilidade; é por isso que se usa a tão conhecida frase que "a minha liberdade vai até aonde a liberdade do outro começa". Uma coisa, dessa forma, é a liberdade e outra é o abuso dela; uma coisa é o exercício de um direito e outra coisa totalmente diversa é abuso dele.

É por isso mesmo que existem institutos como a desapropriação de uma propriedade para a reforma agrária. A propriedade, num Estado Democrático de Direito, sem dúvida, é um direito que deve ser garantido; mas uma coisa é ter o direito à propriedade e outra coisa totalmente diversa é usar essa propriedade (ou não usar) da forma que bem entende, em prejuízo da sociedade; uma coisa é ter uma propriedade produtiva e outra é ter uma propriedade latifundiária para especular, mantendo-a na improdutividade, enquanto milhões de concidadãos desejam ter um pedacinho de terra para exercer aqueles mesmos direitos humanos mais básicos: direito ao trabalho, à comida; direito de vestir, morar, etc.

Liberdade de imprensa e abuso.

A imprensa, através da liberdade que foi garantida pelas constituições, durante o século XIX, ou seja, logo após a institucionalização do Estado de Direito, ficou conhecida como um contra-poder; ela assumiu aquele papel de conter, de limitar os três poderes estatais (executivo, legislativo e judiciário), pois ela fiscalizava a atuação de tais poderes, por meio da informação que ela ministrava ao público, a restringir, dessa forma, o poder das autoridades que exerciam funções públicas e, conseqüentemente, a dificultar, pois, que tais autoridades, no desempenho daquelas mesmas funções, acabassem exorbitando e cometendo os mesmos abusos que os reis cometiam. É por isso que se diz que a imprensa, na verdade, é um quarto poder; um outro poder que limita, que contém, os demais poderes.

Ocorre que, da mesma forma que as autoridades abusam dos poderes que são atribuídos a elas, o quarto poder, a imprensa, no exercício legítimo de um direito (o direito de informar) pode cometer abusos e, quando age assim, aquele direito se torna uma arbitrariedade.

O que deve se ter em mente é que o poder que a imprensa possui, hoje, é enorme e, quando ela exerce esse poder irresponsavelmente, pode aniquilar vidas, reputações, ou seja, pode suprimir e violar direitos dos cidadãos. Ela viola direitos individuais, quando, por exemplo, divulga uma calúnia acerca de uma pessoa, pois, quando essa calúnia é disseminada, a honra ou reputação daquela pessoa é vulnerada e os direitos dela são ofendidos.

É interessante notar que, nas constituições, os três poderes estatais são disciplinados intensamente; nelas, se diz como um juiz deve atuar, como um legislador deve formular uma lei e como um administrador deve administrar, mas, quando se trata do quarto poder, ou seja, da imprensa, é assegurada tal liberdade, sem, no entanto, aprofundar no detalhamento de como essa liberdade deve ser exercida. Isso porque as constituições se preocupam em regulamentar os órgãos estatais e detalhar o funcionamento deles; como a imprensa não é um órgão estatal, geralmente, as constituições trazem, apenas, diretrizes, sem maiores detalhamentos.

O que estou querendo dizer – antes de que me acusem de uma atitude anti-democrática, como se fosse aquele censor que restringia as publicações de romances – é que o Estado de Direito veio para garantir, justamente, aqueles direitos humanos que mencionamos anteriormente; o Estado de Direito veio estabelecer o que pode e o que não pode, e, para tanto, ele utiliza a lei.

A lei, em síntese, vem com a finalidade de dizer o que eu posso e o que eu não posso fazer, pois nenhuma liberdade pode ser exercida de forma desregrada e ampla; a falta de lei (anomia) acaba por se transformar em anarquia (ausência de governo); e é mais ou menos essa a situação reinante, na imprensa brasileira, após a anulação da Lei de Imprensa, por parte do Supremo Tribunal Federal – STF; é um cenário de vale tudo, de terra de ninguém.

A imprensa pode, e deve, informar os fatos que ocorrem na sociedade, mas a ela está vedado abusar dessa liberdade de informar, a atingir os direitos individuais da intimidade, privacidade, honra, boa fama, etc. É por isso que, diferentemente do que faz a Constituição Federal do Brasil, a constituição espanhola, ao disciplinar a liberdade de informação, acrescenta um adjetivo: a informação deve ser "veraz".

O que a constituição espanhola diz é que a informação, para ser publicada, tem que ser verdadeira; ela tem que se ater aos fatos que, realmente, ocorreram. O jornalista, antes de publicar um fato, deve, diligentemente, pesquisar, analisar os fatos e ouvir os envolvidos, garantindo, assim, o que poderíamos chamar de contraditório. A impressa, portanto, não pode publicar simples rumores, justamente para preservar os direitos que os concidadãos possuem, tais como privacidade, reputação, etc.

É interessante notar, dessa forma, que, diferentemente do exercício da liberdade de opinião, a liberdade de informação possui uma maior restrição, isso porque, na liberdade de opinião, aquele que opina não está limitado a expressar uma idéia verdadeira, pois ela é baseada em visões subjetivas, de modo que não se pode exigir de um crente que ele comprove que Deus existe, para só então ele manifestar a crença dele; da mesma forma, não se pode exigir que um ateu comprove que Deus é uma ficção.

Sendo assim, toda vez que a imprensa publica fatos, sem ter agido com aquela diligência que deve ser exigida, na investigação deles, ela abusa de uma liberdade (direito) e, portanto, deve ser responsabilizada por esse desvio.

Por enquanto, é isso!

Jeová Barros de Almeida Júnior – Advogado, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com pós-graduação em Direito Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas e mestrando em Direito Penal Internacional pelo Instituto de Altos Estudos Universitários da Universidade de Granada, na Espanha.

Comício com Lula, Dilma e Tarso no Gigantinho

ProUni: prazo para pré-selecionados comprovarem dados termina segunda-feira

Os candidatos pré-selecionados na quarta chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni) têm de hoje (30) até a próxima segunda-feira (2 de agosto) para comparecer à instituição de ensino para a qual se inscreveram e comprovar as informações fornecidas.

A relação de documentos que deve ser apresentada pode ser consultada no site do ProUni ou na instituição de ensino. O resultado da quarta chamada foi divulgado ontem (29).

Para saber se foi pré-selecionado, o candidato deve acessar a página do programa e informar o número de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Depois desse período, se ainda houver bolsas disponíveis, serão feitas até mais duas chamadas para convocação de pré-selecionados. A próxima está prevista para 5 de agosto.

Agência Brasil

RBR confirma domínio, Vettel voa e faz a sétima pole do ano na Hungria


Equipe austríaca faz dobradinha em Hungaroring, com Webber na segunda posição. Alonso e Massa conseguem apenas a segunda fila para a Ferrari

Antes do treino classificatório deste sábado, a única pergunta na cabeça de quem acompanha a Fórmula 1 era qual dos carros da RBR largaria na frente no GP da Hungria. Afinal, Sebastian Vettel e Mark Webber dominaram todas as sessões disputadas neste fim de semana no circuito de Hungaroring, e a equipe austríaca tinha marcado dez poles em 11 corridas nesta temporada. A definição do grid de largada não teve surpresas, e sim um show de Vettel. O alemão voou e marcou o impressionante tempo de 1m18s773, bateu o recorde de Michael Schumacher em 2004 - 1m19s146 - e marcou a pole pela sétima vez em 2010. Webber foi 411 milésimos mais lento e sai ao seu lado na primeira fila neste domingo.

Sem condições de chegar nos carros da RBR, a Ferrari teve de se contentar com a segunda fila em Hungaroring. Fernando Alonso marcou o terceiro tempo, quase quatro décimos à frente de Felipe Massa, o quarto colocado. Lewis Hamilton chegou a ameaçar a posição do brasileiro, mas acabou apenas em quinto com sua McLaren, 168 milésimos atrás. Rubens Barrichello, da Williams, não conseguiu uma vaga na superpole e larga apenas em 12º. Lucas di Grassi, da VRT, ficou em 21º e Bruno Senna, da Hispania, em 22º. A Rede Globo transmite o GP da Hungria neste domingo, ao vivo, a partir das 9h (de Brasília).

Nico Rosberg, da Mercedes, marcou o sexto tempo e superou mais uma vez o heptacampeão Michael Schumacher, que larga apenas em 14º. O russo Vitaly Petrov, da Renault, conseguiu sua melhor posição no grid nesta temporada e sai em sétimo. De quebra, ele ainda superou pela primeira vez o companheiro Robert Kubica em treinos classificatórios. O polonês ficou em oitavo, à frente de Pedro de la Rosa, da Sauber, o nono, e de Nico Hulkenberg, da Williams, o décimo.

A primeira parte do treino classificatório (Q1) começou com o domínio dos carros da RBR. Vettel e Webber se revezavam na primeira posição, enquanto Alonso, na Ferrari, era o que mais se aproximava da equpe austríaca. No entanto, sem ameaçá-los em nenhum momento. Com muito tráfego, alguns pilotos chegaram a ser atrapalhados, mas nenhuma intervenção dos carros mais lentos acabou decisiva para os eliminados neste trecho da sessão.

As equipes estreantes - Lotus, VRT e Hispania - ocuparam seis das sete vagas entre os eliminados no Q1. Lucas di Grassi e Bruno Senna não conseguiram bons tempos e largam nas duas últimas filas. Além deles, Kamui Kobayashi, da Sauber, acabou tendo sua última volta atrapalhada pelo carro do brasileiro da Hispania, que tinha errado, e acabou fora da segunda parte. O japonês ainda ignorou a chamada para a pesagem na entrada dos boxes e perdeu cinco posições no grid. Ele sairá na 23ª e penúltima posição neste domingo.

Na segunda parte (Q2), a RBR conseguiu ser ainda mais rápida. Como os carros usaram os pneus supermacios, a equipe austríaca voou. Webber e Vettel foram os únicos a baixar para a casa de 1m19s neste trecho, marcando os melhores tempos do fim de semana até agora. Novamente Alonso marcou o terceiro tempo, mais longe dos rivais, mas seis décimos à frente de Massa, que ficou em sexto. O brasileiro se classificou, mas longe de uma vaga nas duas primeiras filas.

Jenson Button não conseguiu uma vaga na superpole e largará apenas em 11º neste domingo. O inglês ficou logo à frente de Barrichello, que teve problemas com o aquecimento dos pneus em sua volta rápida e sofreu com as saídas de traseira de seu carro. Além deles, Michael Schumacher continuou em sua má fase e foi amplamente superado - de novo - pelo companheiro Nico Rosberg.

Confira o grid de largada para o GP da Hungria, em Hungaroring:

1 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) - 1m18s773
2 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m19s184
3 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1m19s987
4 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m20s331
5 - Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - 1m20s499
6 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m21s082
7 - Vitaly Petrov (RUS/Renault) - 1m21s229
8 - Robert Kubica (POL/Renault) - 1m21s328
9 - Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari) - 1m21s411
10 - Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth) - 1m21s710

Eliminados na segunda parte do treino classificatório:
11 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m21s292
12 - Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth) - 1m21s331
13 - Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) - 1m21s517
14 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1m21s630
15 - Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) - 1m21s897
16 - Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes) - 1m21s927
17 - Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) - 1m21s998

Eliminados na primeira parte do treino classificatório:
18 - Timo Glock (ALE/VRT-Cosworth) - 1m24s050
19 - Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth) - 1m24s120
20 - Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth) - 1m24s199
21 - Lucas di Grassi (BRA/VRT-Cosworth) - 1m25s118
22 - Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth) - 1m26s391
23 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - 1m22s222 (punido)
24 - Sakon Yamamoto (JAP/Hispania-Cosworth) - 1m26s453

Do G1

Hepatite B: entenda por que a vacinação foi expandida.



Veio tarde a expansão da vacinação contra a hepatite B, anunciada pelo Ministério da Saúde. A nova medida estende a vacinação para gestantes após o terceiro mês de gravidez, manicures, pedicures, podólogos, mulheres que fazem sexo com mulheres, travestis, portadores de doenças sexualmente transmissíveis e populações de assentamentos e acampamentos.


A hepatite B é conhecida por sua grande capacidade de transmissão, principalmente por via sexual, da mãe para o bebê durante a gestação e/ou no parto e por sangue ou derivados que estejam contaminados. Passa de pessoa para pessoa com mais facilidade que muitos agentes infecciosos, inclusive o HIV, vírus causador da aids.

Ocorre que há uma excelente vacina contra o vírus da hepatite B. É extremamente segura e eficaz, capaz de proteger quase 100% dos vacinados com as três doses recomendadas. A vacina é aplicada há muitos anos em crianças, como parte do calendário de vacinação brasileiro, com ótimos resultados.

Custa entender, portanto, por que demorou tanto para o Ministério da Saúde estender a vacina para os grupos citados no começo deste texto. A vacina já é produzida no Brasil a custo razoável, dispomos de boa rede de distribuição de vacinas e o país está investindo na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (especialmente o HIV). Acima de tudo, os bons resultados da vacina contra a hepatite B são inquestionáveis.

Sabemos, ainda, que grupos especiais, principalmente os portadores de outras doenças sexualmente transmissíveis, mantêm a transmissão do vírus da hepatite B em nosso meio. Há pouco tempo, era difícil vacinar tais pessoas pelo sistema de saúde. Muitos tinham de recorrer a clínicas privadas. Era um tiro no pé. A prevenção da hepatite B com uma vacina pode representar grande economia para o nosso sistema de saúde, já que um paciente que contrai o vírus pode tornar o atendimento caríssimo devido aos tratamentos de longo prazo e possíveis complicações.

Acho que devemos ir além. É difícil entender por que o Ministério da Saúde não torna a vacina acessível a toda a população que deseja se vacinar. É um investimento na saúde de todos nós.

Por Drauzio Varella

Leitor reclama e o blog publica - Alckmin lidera em SP com 50%


Um amigo e também leitor desse blog, reclamou que não publiquei a pesquisa Ibope referente ao Estado de São Paulo, com isso, mesmo sabendo que esse amigo é tucano, o que considero a essa altura do campeonato uma loucura, segue abaixo dados da pesquisa em questão:

Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta (30) aponta o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em primeiro lugar, em condições de vencer a disputa no primeiro turno, se a eleição fosse hoje.

É a primeira pesquisa do Ibope para governador de São Paulo após a oficialização das candidaturas.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo. As entrevistas foram realizadas entre terça-feira (27) e quinta-feira (29).

Os resultados da pesquisa estimulada são os seguintes:

CANDIDATO INTENÇÕES DE VOTO
Geraldo Alckmin (PSDB) 50%
Aloizio Mercadante (PT) 14%
Celso Russomanno (PP) 9%
Fabio Feldmann (PV) 1%
Paulo Bufalo (PSOL) 1%
Skaf (PSB) 1%
Anaí Caproni (PCO) 0%
Igor Grabois (PCB) 0%
Mancha (PSTU) 0%
Brancos e nulos 10%
Indecisos 13%

O levantamento ouviu 1.204 pessoas no estado de terça (27) a quinta (29). A margem de erro é de três pontos percentuais. Isso significa que Alckmin, por exemplo, pode ter entre 47% e 53%. Nos casos em que o percentual é 0%, isso significa que o candidato pode ter sido citado, mas não atingiu 1%.

Rejeição

O Ibope ouviu os eleitores sobre aquele candidato em quem não votariam de jeito nenhum. Os resultados da taxa de rejeição foram os seguintes:

CANDIDATOS ÍNDICE DE REJEIÇÃO

Aloizio Mercadante (PT) 17%
Mancha (PSTU) 17%
Geraldo Alckmin (PSDB) 13%
Celso Russomanno (PP) 12%
Paulo Bufalo (PSOL) 11%
Skaf (PSB) 9%
Anai Caproni (PCO) 8%
Igor Grabois (PCB) 8%
Fabio Feldmann (PV) 6%
Poderia votar em todos 9%
Não sabe/ Não respondeu 32%

Senado

O Ibope também verificou a intenção de voto para senador em São Paulo. Dois candidatos serão eleitos por estado. Os resultados são os seguintes:

CANDIDATOS INTENÇÕES DE VOTO
Marta Suplicy (PT) 31%
Quércia (PMDB) 20%
Romeu Tuma (PTB) 19%
Ciro (PTC) 18%
Netinho (PC do B) 18%
Moacir Franco (PSL) 5%
Aloysio Nunes (PSDB) 4%
Ana Luiza (PSTU) 3%
Dirceu Travesso (PSTU) 2%
Serpa (PSB) 2%
João André Dorta (PCO) 1%
Marcelo Henrique (PSOL) 1%
Mazzeo (PCB) 1%
Ricardo Young (PV) 1%
Ernesto Pichler (PCB) 0%
Toni Curiati (PP) 0%
Citou apenas 1 candidato 14%
Branco/ Nulo 25%
Indecisos 36%

A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE/SP) sob o protocolo 57764/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo 20791/2010

Fonte: Ibope

Sensus registra pesquisa sucessão

O Sensus registrou no Tribunal Superior Eleitoral, anteontem (29/07), pesquisa sobre avaliação do governo Lula e sucessão presidencial. A pesquisa foi contratada pela Confederação Nacional dos Transportes. Serão ouvidos 2000 eleitores entre nos dias 30/07 e 02/08.

De acordo com a legislação, os resultados poderão ser divulgados a partir de segunda-feira (2/8). Entretanto, considerando o período da coleta dos dados, o mais provável é que sua publicação aconteça a partir de terça-feira (3/8). (Nota da Arko Advice, empresa de consultoria política)

Pescado do Blog do Noblat

O "limite da irresponsabilidade" do Datafolha


Aquela frase que ficou famosa nas gravações telefônicas entre o então diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio, e o ministro Mendonça de Barros, quando da privatização das teles, no Governo FHC, parece ser a mais apropriada pela descrever o que está se passando com as pesquisas eleitorais do Datafolha.

O resultado da pesquisa IBOPE divulgado hoje mostra que o braço estatístico do Grupo Folha perdeu, até mesmo, a solidariedade de seu mais importante congênere e, principalmente, do maior contratador de pesquisas do país, o grupo Globo.

Afinal, houvesse confiança total nos resultados da pesquisa que contratou ao Datafolha – em parceria com a Folha de S. Paulo – porque a ainda rainha das telecomunicações empregaria, na mesma semana, outras centenas de milhares de reais contratando outra pesquisa de intenção de voto?

Fica cada vez mais claro – até pela mudança de “método” estatístico que adotou em sua última pesquisa, usando uma distribuição de amostra que não é utilizada por nenhum instituto, nem o próprio Datafolha, até este levantamento – que seu resultados são construídos “sob medida” para dar fôlego à candidatura José Serra, ao menos até o início da campanha eleitoral pela televisão.

Não há maneira, dentro de um procedimento estatístico correto, de haver tamanha diferença. Não se argumente que a margem de erro de 2% que permitiria que a vantagem de cinco pontos de Dilma no Ibope (39 a 34%) se reduzisse a 1% porque isso, além de ser, nas palavras da própria responsável pelo Datafolha, Sra. Renata Nunes, um “raríssima hipótese”, poderia justificar o raciocínio inverso, de que a diferença para 41 a 32%, nove pontos de diferença.

Nem mesmo na mais generosa aplicação da tal “raríssima hipótese” os intervalos admitidos na pesquisa Datafolha são compatíveis com os do Ibope, menos ainda com os do Vox Populi. A menos que queira se acusar, como se fez a este último, de manipulação dos dados para favorecer a candidata de Lula, mesmo depois que o próprio presidente do Ibope, publicamente, viesse se declarando há um ano convencido de que Serra venceria e que Dilma teria um teto, progressivamente “reformado”, de 15, 20, depois 30%.

A pesquisa Datafolha foi produzida para gerar um resultado desejado. Quem quiser olhar os dados detalhados do Datafolha facilmente perceberá o que se fez. A tal “ponderação das bases” é escandalosa.

No Sudeste, há uma correspondência entre a base de entrevistas real e a ponderada (4672 entrevistas realizadas, ponderadas para 4756). No Sul, região mais favorável a Serra, a proporção é uma (2556 entrevistas realizadas ponderadas para 1634); no Centro-Oeste é outra (1060 entrevistas realizadas, reproporcionadas para 1572).

No Nordeste, basta a aritmética. Pernambuco e Bahia, onde houve pesquisas estaduais, entram com 2174 das 2617 entrevistas realizadas. Os dois estados têm segundo o IBGE, 12,2% da população brasileira. Todos os demais estados nordestinos, que somam 15,4% da população nacional, foram mensurados por apenas 443 entrevistas, portanto. Ou uma amostra de 67.720 pessoas por entrevista.

O Distrito Federal, com 1,3% da população, teve 706 entrevistas. Os demais estados do Centro-Oeste e do Norte , com 14,4% da população brasileira, portanto, ficaram com 354 entrevistas. Uma entrevista para cada 75.140 pessoas.

No Sul, das 2556 entrevistas, 2440 foram feitas no Rio Grande do Sul e no Paraná . Ficaram 116 para Santa Catarina, portanto. Uma entrevista para cada 52.741 pessoas.

Claro que não se pode tomar mecanicamente bases amostrais diferentes e que, em pesquisa alguma haverá exatamente a mesma proporção se tomados segmentos isolados. Mas a simples observação das distorções representativas exibidas por este método “sanfona” – bases amostrais que esticam e encolhem de forma exuberante – não podem conduzir a resultados corretos.

Mas podem conduzir a resultados desejados, certamente.

Do Tijolaço

Segundo o IBOPE Dilma cresceu em todas as regiões, menos no Sul


A pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira mostra que o PT atingiu o objetivo estabelecido: o de levar a candidata Dilma Rousseff à dianteira nas pesquisas eleitorais até o início do propaganda na televisão, que vai começar dia 17. Dilma abriu uma diferença de cinco pontos porcentuais sobre José Serra – 39% a 34%. Segundo a pesquisa, Dilma subiu três pontos e Serra caiu dois pontos porcentuais.

Segundo dados da pesquisa, Dilma subiu nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Apenas na região Sul José Serra recuperou pontos, onde subiu de 42% para 46% das intenções de votos, contra Dilma que perdeu quatro pontos – de 35% para 31%. Esta é a única região em que Serra está na frente.

A principal virada de Dilma foi na região Sudeste – a mais populosa, com 58,9 milhões de eleitores ou 43,3% do eleitorado. Nesta região que reúne os Estados do Rio, Minas e São Paulo, Dilma fica com 37% das intenções de votos contra 35% para Serra que, aliás, se segura em São Paulo, mas perde a dianteira para Dilma em Minas. Ela ainda abre vantagem de 19 pontos porcentuais sobre Serra no Rio de Janeiro – terra do vice de Serra, Índio da Costa. Dilma ainda avança sobre o eleitorado de Serra nas regiões Norte e Centro-Oeste – ela sobe 5 pontos porcentuais e Serra perde.

A esta altura da campanha, portanto, vê-se que Dilma superou a marca do PT que era de algo em torno de 33%. Com 39% das intenções de votos, ela está agregando votos que lhe são transferidos pelo presidente Lula – por exemplo, da faixa dos menos escolarizados e voto feminino, eleitorado nitidamente beneficiado pelos programas sociais do governo.

Este cenário favorável à Dilma chega antes da prometida presença maciça do presidente Lula nos programas eleitorais de televisão. Até agora, a oposição avaliava que estava se esgotando o potencial de transferência de votos de Lula para Dilma.

O PT, agora, considera que Dilma pode alcançar a marca de 70% dos votos válidos na região Nordeste, onde a aprovação do presidente Lula é mais alta – em alguns municípios supera os 90% dos consultados, conforme as pesquisas. Nesta pesquisa Ibope, Lula é aprovado por 77% dos consultados em todo o país, mas com diferença maior no Norte e Nordeste.

A subida de Dilma na região Sudeste, particularmente, em Minas explica a iniciativa do tucano de abrir comitês eleitorais na terra de Aécio Neves. Lá, segundo o coordenador da campanha petista junto aos prefeitos municipais, Márcio Lacerda, pegou entre prefeitos o voto “dilmasia” – em Dilma para a presidência e em Anastasia para o governo Estadual. Anastasia também subiu na pesquisa, mas continua atrás de Hélio Costa (PMDB). O placar lá é de 39% para Costa e 21% para Anastasia. No Rio, também, Dilma abriu uma diferença de 19 pontos porcentuais sobre Serra.

Em São Paulo, Dilma também subiu na pesquisa, mas José Serra mantém a dianteira no Estado. A diferença entre eles, agora, é de 11 pontos porcentuais – em números absolutos, inferior a 3 milhões de votos. Pelos cálculos do PT, bastaria ao partido reduzir a vantagem de Serra para menos de 4 milhões de votos para obter um bom desempenho na campanha eleitoral.

Por Cristiana Lôbo no G1

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pesquisa IBOPE 30/07 Dilma Rousseff(PT) 39% e José Serra(PSDB) 34%


A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, abriu cinco pontos de vantagem sobre o presidenciável tucano, José Serra, aponta a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta sexta-feira no Jornal Nacional.

Dilma aparece com 39% das intenções de voto, contra 34% de Serra. No dia 23 de julho, a pesquisa Vox Populi/Band/iG já colocava a candidata na dianteira isolada, fora da margem de erro, com 8 pontos percentuais à frente de Serra. A pesquisa Datafolha, divulgada no dia seguinte, apontou empate técnico entre os dois candidatos, com vantagem de 1 ponto percentual para o tucano.

Segundo o Ibope, Marina Silva (PV) aparece em terceiro lugar, com 7% das intenções de voto. Os candidatos José Maria Eymael (PSDC), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU) não pontuaram. Os votos brancos e nulos somam 7% e 12% dos entrevistados estão indecisos.

Segundo turno

Na simulação de segundo turno, Dilma venceria com diferença de seis pontos percentuais. A petista aparece com 46% das intenções de voto, contra 40% de Serra, de acordo com a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Os votos brancos e nulos somam 6% e 8% se disseram indecisos.

O Ibope ouviu 2.506 pessoas entre os dias 26 e 29 de julho em 174 cidades de todas as regiões do País. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 20809/2010. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Do IG

O blog ultra-direita-radical e golpista Coturno Noturno está em prantos com o IBOPE


Vejam abaixo o que o citado blog postou na última quarta-feira dia 28/07. Eles esperavam que o IBOPE desse 5 pontos em favor do Serra e deram com os burros n'água. Estão nesse momento se dirigindo a Rede Globo com cartazes com os dizeres: "Abaixo a Rede Globo Traidora" e outro: "Queremos mais um Golpe, não nos abandonem".


Diante dessa lamentável notícia que se alastra no reino demo-tucano (Dilma 39% e Serra 34%), espera-se um pronunciamento em alguns instantes do candidato da oposição para acalmar a galera, pois está de posse da informação que o Datafolha vai em campo ainda hoje a partir da meia-noite para uma nova pesquisa que será divulgada amanhã, onde o Zé Pedágio aparece em novo empate técnico.

Diante dessa situação, esse blog se solidariza com os irmãos golpistas do Coturno Noturno e aconselha: "muita calma nessa hora", pois até 03 de outubro Dilma Rousseff estará com 48% dos votos e vai ganhar essa eleição no primeiro turno.

Por Roberval Padilha

Pesquisa IBOPE no DF: Roriz lidera com 38%



Ele tem 38% das intenções de voto, seguido de Agnelo, com 27%.
Na corrida pelo Senado, Cristovam Buarque tem 39% e Rollemberg, 24%.

O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) lidera a disputa pelo governo do Distrito Federal com 38% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela TV Globo. O ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz (PT) aparece em segundo, com 27%. Toninho do PSOL (PSOL) somou 1%.

Eduardo Brandão (PV), Frank (PCB), Newton Lins (PSL), Ricardo Machado (PCO) e Rodrigo Dantas (PSTU) não alcançaram 1%. De acordo com a pesquisa, indecisos somaram 19% e brancos e nulos, 14%.

As respostas foram à pesquisa estimulada –em que o entrevistador mostra um cartão com os nomes dos candidatos.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 29 de julho. O Ibope entrevistou 1.610 eleitores acima de 16 anos.

A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) com o número 22815/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 20769/2010.

Senado

O Ibope também divulgou pesquisa sobre a intenção de voto para senador. Cristovam Buarque (PDT) lidera a disputa, com 39% das intenções de voto, seguido de Rollemberg (PSB), com 24%. Abadia (PSDB) tem 20% e Fraga (DEM) 10%.

INTENÇÃO DE VOTO PARA SENADOR NO DF

Resposta estimulada
Cristovam Buarque (PDT) 39%
Rollemberg (PSB) 24%
Abadia (PSDB) 20%
Alberto Fraga (DEM) 10%
Chico Sant'anna (PSOL) 1%
Jorge Antunes (PSOL) 1%
PR Milton Tadashi (PTN) 1%
Moacir Bueno (PV) 1%
Robson (PSTU) 1%
Rosana Chaib (PCB) 1%
Cadu Valadares (PV) 0%
Geronimo (PSL) 0%
Gilson Dobbin (PCO) 0%
Em branco/nulo 22%
Não sabe 50%

Chico Sant’anna (PSOL), Jorge Antunes (PSOL), PR Milton Tadashi (PTN), Moacir Bueno (PV), Robson (PSTU) e Rosana Chaib (PCB) atingiram 1% das intenções de voto cada. Cadu Valadares (PV), Geronimo (PSL) e Gilson Dobbin (PCO) não atingiram 1% das intenções.

Votos brancos s nulos somam 22% e indecisos, 50%.

Do G1

Pesquisa IBOPE - Dilma 39% Serra 34%


A candidata Dilma Rousseff (PT) lidera com cinco pontos percentuais à frente de José Serra (PSDB) pesquisa Ibope de intenção de voto para presidente da República divulgada nesta sexta (30) pela TV Globo. De acordo com a pesquisa, Dilma tem 39% das intenções de voto; José Serra (PSDB), 34%; e Marina Silva (PV), 7%.

O Ibope ouviu 2.506 eleitores com mais de 16 anos em 174 municípios de segunda (26) a quinta (29). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Isso quer dizer que Dilma pode ter entre 37% e 41%; José Serra, entre 32% e 36%; e Marina Silva, entre 5% e 9%.

Nos levantamentos anteriores do Ibope, Dilma tinha 37% na pesquisa de 31 de maio a 1 de junho; 38% na de 18 a 21 de junho; 36% na de 27 a 30 de junho; e 39% agora. Serra tinha 37%, passou a 32%, depois foi para 36% e agora para 34%. Marina tinha 9%, passou a 7%, foi a 8% e agora voltou para 7%.

Dentre os demais candidatos - Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU) -, nenhum alcançou 1% das intenções de voto. Os eleitores que responderam que votarão em branco ou nulo somaram 7% e os que se disseram indecisos, 12%.

A pesquisa foi encomendada ao Ibope pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 20809/2010

Segundo turno

Na simulação de um eventual segundo turno entre Dilma e Serra, o Ibope apurou que a petista teria 46% e Serra, 40% das intenções de voto. Votariam nulo ou em branco 6% dos eleitores. Os que se disseram indecisos somam 8%.

Avaliação do governo

A pesquisa também mostrou como os eleitores avaliam o governo Lula. Para 77%, o governo é ótimo ou bom; para 18%, regular; para 4%, ruim ou péssimo. Dentre os entrevistados, 1% não souberam ou não responderam.

Fonte: Ibope

Pesquisa IBOPE em PE: Eduardo Campos(PSB) 60%


Candidato do PSB apresenta 60% das intenções de voto.
Jarbas Vasconcelos (PMDB) aparece em segundo, com 24%.

Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (30) sobre a intenção de voto para o governo de Pernambuco mostra o candidato Eduardo Campos (PSB) na frente, seguido por Jarbas Vasconcelos (PMDB). A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo. Os resultados da pesquisa estimulada são:

CANDIDATO INTENÇÕES DE VOTO

Eduardo Campos (PSB) 60%
Jarbas Vasconcelos (PMDB) 24%
Anselmo Campelo (PRTB) 1%
Edilson Silva (PSOL) 1%
Jair Pedro (PSTU) 0%
Roberto Numeriano (PCB) 0%
Sérgio Xavier (PV) 0%
Branco/ Nulo 5%
Indecisos 8%

Senadores

A pesquisa também levantou as preferências dos eleitores entre os candidatos ao Senado. Os resultados são:

CANDIDATOS INTENÇÕES DE VOTO

Humberto Costa (PT) 44%
Marco Maciel (DEM) 43%
Armando Monteiro (PTB) 27%
Raul Jungmann (PPS) 12%
Helio Cabral (PSTU) 2%
Renê Patriota (PV) 2%
Simone Fontana (PSTU) 2%
Jeronimo Ribeiro (PSOL) 1%
Délio Mendes (PCB) 0%
Lairson Lucena (PRTB) 0%
Branco/ Nulo 14%
Indecisos 32%

A margem de erro máxima estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TRE/PE sob protocolo número 34524/2010 e no TSE sob número 20803/2010.

Fonte G1

Cabral lidera no Rio com 58% das intenções de voto, segundo Ibope


O governador e candidato à reeleição no Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) tem 58% das intenções de voto e venceria a disputa ao governo do Estado no primeiro turno, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Fernando Gabeira (PV) aparece em segundo, com 14%. Eduardo Serra (PCB) aparece com 2%. Cyro Garcia (PSTU) e Fernando Peregrino (PR) têm 1% cada e Jefferson Moura (PSOL) não pontuou. Brancos e nulos são 12% e 11% estão indecisos.

Foram realizadas 1204 entrevistas no Estado entre os dias 27 e 29 de julho. A pesquisa está registrada no TRE/RJ sob protocolo nº 62183/2010 e no TSE sob protocolo nº 20797/2010.O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Do Estadão

Ibope: Hélio Costa e Aécio Neves lideram disputa em Minas


Divulgada nesta sexta-feira (30) a 1ª Pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo, sobre as intenções de voto para o Governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. O candidato Hélio Costa (PMDB) lidera a pesquisa. Veja os números:

Eleições 2010 - Governador

Hélio Costa (PMDB) - 39%
Antônio Anastasia (PSDB) - 21%
Vanessa Portugal (PSTU) - 2%
Professor Luiz Carlos (PSOL) - 1%
Edilson Nascimento (PT DO B) - 1%
Fabinho (PCB) - 1%
Pepê (PCO) - 1%
Zé Fernando Aparecido (PV) - 1%
Brancos/Nulos - 8%
Não sabem - 25%

A Pesquisa também apontou as intenções de voto para o Senado. Em Minas, 2 candidatos serão eleitos. Veja os números:

Eleições 2010 - Senador

Aécio Neves (PSDB) - 70%
Itamar Franco (PPS) - 39%
Fernando Pimentel (PT) - 18%
Marilda Ribeiro (PSOL) - 2%
Alfredo (PRB) - 1%
Betão (PCO) - 1%
Efraim Moura (PSTU) - 1%
José João da Silva (PSTU) - 1%
Miguel Martini (PHS) - 1%
Rafael Pimenta (PCB) - 1%
Mineirinho (PSOL) - 1%
Brancos/nulos - 11%
Não sabem - 29%

FONTE: IBOPE

Zito Vieira (PCdoB) não atingiu 1% das intenções de voto. A Pesquisa Ibope foi realizada entre os dias 26 e 29 de julho. Foram entrevistados 1806 eleitores em Minas Gerais. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral.

Secretário de Kassab faz campanha para o PV na hora do trabalho


Eduardo Jorge (atrás de Marina, de camisa verde) faz campanha para o PV na hora de trabalho

Vejam essa: o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, filiado ao PV, foi visto duas vezes fazendo campanha para a presidenciável Marina Silva na hora do expediente.

Na última quinta-feira, ele passou o dia todo com Marina em campanha na cidade de Bauru, no interior do Estado. Perguntado sobre o motivo de sua ausência do gabinete, o secretário saiu-se com esta:

-Trabalho quase 20h por dia, todos os dias. Trabalho sábado e domingo. A rigor a prefeitura está me devendo uns 10 anos de trabalho.

Detalhe: no horário em que Eduardo Jorge participava de evento em Bauru, nossa reportagem teve o cuidado de ligar na assessoria de imprensa da secretaria para perguntar sobre o titular da pasta. Fomos informados às 15h36 que ele estava em reunião fechada no gabinete. Porém, essa foto tirada do próprio site de Marina Silva mostra que no horário ele visitava um hospital, localizado a 330 km da sede da secretaria do Verde e Meio Ambiente. O que será que o prefeito Kassab acha disso?

Pescado do Portal IG

Se tudo fosse igual

Há uma tese que corre em setores políticos distintos que, pelos equívocos que contém e pelas conseqüências desastrosas que gera, deve ser analisada com precisão. É a tese de que o PT e o PSDB seriam a mesma coisa, assim como os governos do FHC e do Lula.

A tese leva a uma espécie de “terceirismo” entre a direita e a esquerda, buscando definir uma eqüidistância em relação às candidaturas da Dilma e do Serra. Em 2006 essa posição levou a que alguns setores da esquerda propusessem o voto branco ou nulo diante da alternativa de Lula ou Alckmin, como se fosse igual para o Brasil qualquer um deles que fosse eleito.

Se os governos de FHC e Lula fossem iguais, a desigualdade teria diminuído e não aumentado durante o governo de FHC. Se fossem iguais, o extraordinário apoio popular que tem Lula teria sido dado também ao governo FHC que, ao contrário, terminou seu mandato com uma imensa rejeição da população brasileira.

Se fossem iguais, a reação do Brasil diante da mais grave crise econômica internacional desde 1929 teria sido a mesma de FHC em 1999: elevar a taxa de juros a 48%, pedir novo empréstimo ao FMI, assinar a corresponde Carta de Intenções (deles), cortar recursos das políticas sociais, aumentando a recessão e o desemprego, que levou o Brasil à uma profunda e prolongada recessão, de que só saímos no governo Lula.

Enquanto que o Lula reagiu diante da crise incentivando a retomada do crescimento da economia, baixando as taxas de juros, mantendo o poder aquisitivo dos salários, intensificando as políticas sociais, e fazendo assim que superássemos rapidamente a crise.

Se fossem iguais, não teria sentido a luta contra a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas -, que FHC propugnava e que o governo Lula inviabilizou, para fortalecer os processos de integração regional. Dizer que são governos iguais ou similares é dizer que tanto faz privilegiar alianças subordinadas com os EUA ou aliar-se prioritariamente com os países do Sul do mundo, com os Brics entre eles.

Se fossem iguais os governos FHC e Lula, o Estado mínimo a que tinha sido reduzido o Estado brasileiro seria o mesmo que o Estado indutor do crescimento e a garantia da extensão dos direitos sociais da maioria pobre da população. O desenvolvimento, suprimido do discurso de FHC, foi resgatado como objetivo estratégico pelo governo Lula, articulado intrinsecamente a políticas sociais e de distribuição de renda.

Se fossem iguais, a maioria dos trabalhadores continuaria a não ter carteira de trabalho assinado, predominando o emprego informal sobre o formal. O poder aquisitivo dos salário teria continuado a cair, ao invés de ser elevado acima da inflação.

É grave que haja setores na esquerda que não consigam distinguir essas diferenças, entre a direita e a esquerda. Perdem a capacidade de identificar onde está a direita – o inimigo fundamental do campo popular -, correndo o grave risco de fazer o jogo dela, em detrimento da força e da unidade da esquerda.

Por Emir Sader

Pesquisa na Paraíba: Dilma 54,1%; José Serra 26,2%

Pesquisa Correio/Consult para presidente da República na Paraíba aponta diferença de 26,2 pontos percentuais em favor da ex-ministra Dilma Rousseff (PT), que está agora com 54,1% das intenções de voto. O candidato mais próximo é o tucano José Serra, que está com apenas 27,9% da preferência dos paraibanos. Em relação à pesquisa realizada no mês de junho, a petista Dilma Rousseff subiu 7,7 pontos. Ela estava com 46,40%. O ex-governador José Serra, que estava com 33,25%, perdeu 5,35 pontos.

Na pesquisa atual, a candidata petista chega a ultrapassar a soma dos índices de todos os postulantes à Presidência com vantagem de 21,45 pontos.

Os eleitores que não sabem dizer em que vão votar para presidente da República somam 9,80% e o índice dos que manifestaram a intenção de anular o voto chega a 3,75%.

Fonte: Portal Terra

É preciso mudar essa história


Em sabatina promovida pela Folha/UOL, o candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, Geraldo Alckmin, reconheceu de novo que o modelo de pedágios implantado no Estado pelos governos tucanos tem que ser revisto. Tudo bem, era de se esperar.

Ele “tucanou” e evitou falar com todas as letras, mas disse ser preciso “analisar contrato por contrato” para identificar taxas fora do atual contexto econômico brasileiro.

São essas taxas exorbitantes cobradas nas quase 300 praças de pedágio que ele e seu companheiro de disputa eleitoral, José Serra implantaram no Estado que vão para os bolsos das concessionárias - altos valores cobrados de pedágio da população paulista. Alckmin, para justificar as taxas elevadas, afirmou que “a realidade do país hoje é outra”.

Ou seja, numa só tacada admite que o modelo precisa ser revisto e reconhece que as mudanças trazidas pelo governo Lula fizeram a realidade econômica mudar, permitindo a revisão dos contratos em benefício dos paulistas. Não é a primeira vez que Alckmin diz isso sobre os pedágios. No dia 6 de julho afirmou em caminhada em Campinas que em “alguns casos a população acaba pagando mais mesmo”.

Só não respondeu por qual razão os governos tucanos que administram o Estado há 16 anos - dois governos dele, inclusive - , não mudaram o valor dos pedágios se a população está “pagando mais mesmo”. E nem porque não cumpriu a promessa de fazer essa revisão quando governador (2001-2006) e na campanha eleitoral fez essa promessa.

Exatamente com as mesmas palavras.Única diferença é que, então, citou até o nome das praças de pedágio onde reduziria as tarifas. Promessa não cumprida. Está na hora de mudar essa história...

Por Zé Dirceu

Lula conversa com novo presidente da Colômbia sobre crise com Venezuela

O porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, afirmou nesta sexta-feira (30) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou na quinta-feira, por telefone, com o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel dos Santos, para tratar da crise do país com a Venezuela.

"O presidente conversou com o presidente eleito Santos. Houve uma conversa, o presidente Lula considera que foi uma conversa positiva e que ajudou nesta preparação para uma distensão do cenário", disse Baumbach.

Segundo o porta-voz, Lula considera que o episódio das críticas do atual presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, está "superado". "O presidente Lula acha que este episódio já está superado. Não comentou e não comentará essas declarações", disse.

Na quarta-feira, em referência ao impasse entre Colômbia e Venezuela, Lula disse que era "tempo de paz e não de guerra" e que ainda não tinha visto conflito entre os dois países, além da disputa verbal. "Ainda não vi conflito. Eu vi conflito verbal, que é o que nós ouvimos mais aqui nessa América Latina", afirmou Lula.

Na próxima terça-feira, dia 3 de agosto, o presidente Lula participa da Cúpula do Mercosul, em San Juan, na Argentina, onde será feita a cerimônia de entrega da presidência do bloco ao Brasil.

Lula: Não fiquei no gabinete “lendo os jornais deles”


A esquerda faz oposição, a direita dá golpes, afirma Lula

Porto Alegre (RS) recebeu o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff nesta quinta-feira (29) para o primeiro comício de 2010 na capital dos gaúchos. O comício lotou o ginásio Gigantinho, que tem capacidade para 15 mil pessoas. Lula cumpriu agenda durante o dia no estado e participou do emocionante encontro à noite.

Ao discursar, Lula saudou o candidato do PT Tarso Genro, à frente nas pesquisas na corrida pelo governo estadual, e comemorou a aliança política construída pelo ex-ministro no Rio Grande do Sul. “Tenho para mim que o PT começou a perder aqui porque se achou autossuficiente e se afastou do PCdoB e do PSB. Hoje eu estou aqui alegre de ver o PSB na chapa de Tarso como vice, de ver o PCdoB com Abgail candidata ao Senado junto com o Paim e estou feliz, mesmo não tendo uma decisão do PDT local, de ver o nosso querido Collares apoiando Tarso como se fosse um menino de 30 anos, apesar de já ter 56 anos de idade”, frisou Lula.

Lula ainda lembrou que, ao longo dos últimos sete anos, enfrentou a oposição diariamente. “Descobri no governo que a esquerda faz oposição, mas direita tenta dar golpes todos os dias, e resolvi que iria enfrentá-los com o povo, com os movimentos sociais, e não ficar no gabinete lendo os jornais deles”.

Antes de Lula, Dilma lembrou também que a oposição “tem duas caras”. “Hoje dizem defender o ProUni, mas foi o partido do vice da oposição que entrou contra nós no Supremo Tribunal Federal para derrubar o ProUni. São eles que até bem pouco tempo chamavam o Bolsa-Família de Bolsa-Esmola. São eles que quando estiveram no poder governaram para um terço da população”, lembrou a candidata.

Dilma destacou que o presidente tirou o Brasil da escuridão e transformou o país em uma grande nação. “É esse caminho que eu tenho a missão e a honra de dar continuidade e fazer avançar. Não posso errar. Eu vou honrar essa obra, porque eu sei que o presidente Lula coloca nas minhas mãos aquilo que ele mais ama, que é o nosso povo, o povo sofrido dele. Eu vou honrar essa herança e esse legado.”

A candidata comentou sua ligação com a capital gaúcha: “Sempre fico muito alegre de estar aqui em Porto Alegre. E dois sentimentos, entre os muitos que tomam conta de mim, falam muito forte. Um é a gratidão e o outro é a confiança. Porque hoje eu estou aqui e tenho, sim, esse sentimento de gratidão pelo povo do Rio Grande, que quando eu mais precisei me acolheu aqui, me deu apoio, me deu força pra seguir em frente”.

O palanque também reuniu o candidato ao governo Tarso Genro, os candidatos ao Senado Abigail Pereira (PCdoB) e Paulo Paim (PT) e os candidatos a deputado federal e estadual da Unidade Popular. “Estamos confiantes que vamos obter uma grande vitória, a vitória de um projeto político que pretende colocar o Rio Grande no mesmo nível de desenvolvimento que o governo Lula colocou o Brasil”, afirmou o ex-ministro Tarso Genro.

Já Abigail lembrou que “nunca antes na história desse estado se viu tamanha unidade, unidade em torno das nossas propostas”. O destaque também foi dado à presença do ex-governador Alceu Collares, lembrado por Paulo Paim e pelo ex-governador Olívio Dutra. Desde o início da campanha, Collares declarou apoio a Tarso, indo contra seu partido, que apoia o candidato José Fogaça.

Para Manuela d’Ávila, candidata a reeleição na vaga de deputada federal, o “Gigantinho lotado foi a demonstração clara de que o Rio Grande quer avançar, quer crescer, quer mais educação, mais desenvolvimento, mais emprego. Vamos ser vitoriosos aqui e no Brasil”.

Do Vermelho

Palhaços da Globo reclamam de juro menor



Diante do aumento menor do que o esperado da taxa Selic – esperava-se 0,75% e o aumento foi de 0,5% – na última reunião do Copom, na noite de quarta-feira o comentarista de economia do Jornal da Globo, Carlos Alberto Sardemberg, e o âncora Willian Waack acusaram o Banco Central de ter aumentado menos a taxa por “motivação política”.

Trocando em miúdos a tese da dupla, o BC teria aumentado em menos 0,25 p.p. a Selic para ajudar a campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

A teoria é tão cretina que custei a acreditar que tivesse sido proferida, pois se houvesse motivação política no BC a Selic não teria voltado a subir nos últimos meses, em pleno ano eleitoral.

O fato de a Selic ter aumentado menos do que os dois palhaços da Globo esperavam não irá gerar absolutamente nenhum efeito eleitoral, pois o aperto monetário continua se acentuando e ninguém conseguirá perceber qualquer diferença entre aumento de 0,5 p.p. ou de 0,75 p.p.

A continuidade do aperto será sentida de qualquer forma na economia, pois aumento dos juros está havendo. Além do que, o efeito do que se fizer agora com os juros só será sentido daqui a meses, com toda certeza depois da eleição.

A teoria é tão burra que ignora que Dilma cresceu nas pesquisas durante o auge do aperto monetário desencadeado pela inflação de demanda que começou a surgir neste ano, com a economia crescendo a taxas consideradas “chinesas”.

É claro que o que interferiu na decisão do BC sobre o aumento da taxa básica de juros da economia foi a queda acentuada da inflação e a perceptível redução da atividade econômica, redução que continuará em curso durante a campanha eleitoral.

Nem se o governo Lula quisesse usar o BC politicamente, conseguiria fazê-lo agora. Repito: teria que ter segurado a restrição monetária lá atrás, no começo do ano, para que a economia chegasse a outubro bombando, mesmo que às custas de um grave problema inflacionário no ano que vem.

Eis a prova de que não há nada que este governo faça que deixará de ser criticado pela Globo, porque o objetivo é apenas o de criticar. É uma aposta na incapacidade do público de refletir que se o governo aumenta os juros é criticado e se baixa, também é criticado.

A Globo continua apostando na burrice do povo. Já do lado do governo Lula e da campanha de Dilma, a aposta é inversa. Este é o busilis desta eleição: será o brasileiro tão burro a ponto de negar continuidade a um governo que melhorou tanto a sua vida com base em meros “trololós” ideológicos e econômicos?

Por Eduardo Guimarães

Imperialismo a la carte

A coligação tucadema inventou o imperialismo a la carte, isto é, ao gosto do freguês. Funciona mais ou menos assim: como estamos em campanha, podemos fazer do nosso discurso um móbile (que pós-moderno!), uma instalação (que vanguardismo!) ao gosto do freguês que nos ouve.

A campanha tucadema acaba de inventar um novo conceito geopolítico: o imperialismo a la carte.

Lá nos tempos idos do colonialismo, ainda que os impérios tivessem conceitos próprios e os aplicassem religiosamente (o termo vem a calhar), predominava uma concepção de conquista que a gente pode chamar de “no varejo”.

Ou seja, conforme as circunstâncias, os métodos aplicados tinham uma certa maleabilidade, inclusive aquela do “dividir para vencer”. No futuro Brasil, os portugueses foram doutores nisso. Iam dividindo e conquistando as tribos, fazendo-as inimigas umas das outras, destruindo primeiro as inimigas, depois destruindo ou engolindo através da assimilação, forçada ou não, as aliadas. Também os métodos da conquista variavam de continente para continente (basta estudar o teatro dos conquistadores nas Américas e na Ásia para dar-se conta disso).

Já nos tempos imperialistas propriamente ditos, os ingleses refinaram o método. Nas Américas sua ocupação era de um tipo, na África outro, na Ásia outro. Na China chegou a haver uma espécie de condomínio imperialista, uma espécie de “joint venture” avant-la-lettre, na qual os Estados Unidos já entraram. Nas Américas os britânicos praticaram à larga a “joint-venture” com as oligarquias que açambarcaram os movimentos independentistas.

No século XX, veio novo refinamento. Os movimentos nacionalistas, as disputas ideológicas e a Guerra Fria impuseram um tipo de “satelização” – manu militari ou pata econômica, ou ambas, - dos territórios e povos-alvo. Ou seja, estes tornavam-se uma espécie de “filial” dos vitoriosos, uma casa de negócios com gerência própria, mas não autônoma: quem determinava o cardápio e quem comia o quê era uma política negociada com a matriz.

O fim da Guerra Fria trouxe de vez o imperialismo no atacado. A potência supra-dominante impõe tudo: cardápio, entrada, prato principal, sobremesa e bebidas, tudo servido goela abaixo do freguês. É que, definitivamente, nos territórios-choque, a guerra deixou de vez de ser a extensão da política, como queriam os clássicos do ramo, e passou a ser a razão de ser da política. Nos territórios onde não há ou não havia guerra armada, a política passou a ser, nesta visada, ou patada, a extensão da economia concebida como guerra, e às vezes de extermínio, sobretudo de sonhos, alternativas, desejos outros, essas quireras que de uma vez por todas os povos subalternos não devem ter ou só podem ter de maneira comedida – quer dizer, medida pelos dominantes.

Pois agora, nesse quadro dramático da cena mundial, a coligação tucadema inventou o imperialismo a la carte, isto é, ao gosto do freguês. É mais democrático do que as versões anteriores, não resta dúvida. Funciona mais ou menos assim: como estamos em campanha, podemos fazer do nosso discurso um móbile (que pós-moderno!), uma instalação (que vanguardismo!) ao gosto do freguês que nos ouve. Ah, ele tem medo das Farc e do narco-tráfico? Então tome lá doses maciças nas manchetes da mídia “sempre alerta” de narco-Farc, sempre grudado isso, como “tags”, nos perfis da candidata da situação, e se não foi ela foi seu antecessor, e se não foi ele foi o partido, e se não foi o partido foi seu pai ou seu avô, como na fábula do La Fontaine, versão Monteiro Lobato.

Ah, os nossos correligionários têm preconceito contra “bugre”? Então pau no Evo Morales, no Lugo, e vamos chamar a política brasileira de igualdade no continente de filantropia, porque disso eles também não gostam. Ah, mas o freguês acha também que civilização é comer pizza em Miami. Então acrescenta aí no menu oferto mais uma dose dupla de subserviência aos impérios dominantes, para garantir os (supostos) privilégios das migalhas que caem da mesa só para “nós”, os que sabemos o que “política” e “civilização” devem ser. E por aí vai. A política, assim concebida, se transforma numa espécie de “portal de fragmentos” (ia dizer “colcha de retalhos”, mas para os tucademos isso é coisa de atrasado), colhidos ao acaso. Porque não há responsabilidade no dizer, não há aliados a construir.

A coligação da direita brasileira chegou a virar as costas à própria oposição venezuelana quando esta veio implorar-lhes que votassem pela aceitação do seu país no Mercosul. Esses fragmentos são colhidos ao acaso – conforme o rosto do freguês que está na frente e o que diz o marketing de hoje – mas não são concebidos assim. Eles fazem parte de um discurso articulado, que prega a subserviência em política internacional diante dos impérios e a arrogância ou o ignorar diante dos mais fracos. Mas como isso assim não pode ser dito na lata, então é necessário esfrangalhar o próprio discurso nesse esmerilho de pequenas farpas acusatórias do outro lado, para ir grudando nas suas vestimentas os “tags” do medo e também da falta de respeito para com os outros.

Pois é isso que a “massa cheirosa” quer.

Por Flávio Aguiar

Aula de porcalismo da Folha de São Paulo. Episódio de hoje

Como transformar uma notícia positiva em negativa. E ainda dar manchete de primeira página.

Manchete da Folha hoje: "Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais"

No corpo da matéria está a informação que interessa: a mortalidade infantil caiu no Brasil 54%.

Entre 1990 e 2008, quando a mortalidade infantil total caiu 54% (de 95.476 para 43.601 bebês por ano), o percentual de recém-nascidos no número total passou de 49% para 68%.

Mas isso é bom. Então, como transformar algo bom numa coisa ruim e dar a primeira página para ela? Simples, é só seguir o manual do porcalismo e manipular a estatística.

Vamos fazer as contas: Em 1990, o total de recém-nascidos mortos era de 49% e o número total da mortalidade infantil era 95.476. Logo, 49% de 95.476, teremos um total de 46.783 recém-nascidos mortos, número que é maior até do que o total da mortalidade infantil de 2008 (43.601).

Agora vejamos o tal aumento na mortalidade de recém-nascidos, que passou de 49% para 68%. Para isso vamos tirar 68% do total de mortos em 2008 (43.601). Resultado: 29.648, o que significa menos 17.153 recém-nascidos mortos, aproximadamente menos 50 mortes por dia, duas por hora. De recém-nascidos.

Só notícia boa. Mas a manchete da Folha está lá: "Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais". É a mesma estatística que diz que se João comer um frango e Pedro, nenhum, eles terão comido meio frango cada um.

Mas, não adianta. É Frias. Esse trem não sobe Serra, só desce Serra.

No Blog do Mello

Cesar Maia confirma através do Teorema de Pitágoras que Dilma vence no 1º turno


Referência: Último Registro de Pesquisa do Ibope no Amapá.

Veja:

1. "Há um erro gigantesco. Pode-se ler claramente que a pesquisa é feita de acordo com sorteios PPT. ATÉ O ÚLTIMO ESTÁGIO. O que isso significa? Que um setor censitário, ou cidade, ou qualquer região é selecionada de forma proporcional ao número de eleitores. O que é CORRETO. Porém, uma vez feita essa seleção, no último estágio a pesquisa NÃO PODE SER mais PPT (proporcional, como eles escrevem lá!), pois isso gera um erro incrível.

2. Veja um exemplo simples. Vamos supor uma localidade com apenas três setores. A=1000 eleitores \ B=2000 eleitores \ C=3000 eleitores. Vamos sortear um deles. A com probabilidade 1000/6000; B com probabilidade 2000/6000 e C com probabilidade 3000/6000. Perfeito.

3. Porém, se você faz a amostra agora, ainda PPT, vai cometer um erro incrível. Se fizer PPT numa amostra de tamanho 600, você deve ter 100 entrevistas em A; 200 em B e 300 em C, correto? Então qual a probabilidade REAL de uma pessoa em A ser selecionada? Simples: (amostra em A) x (Probab. de A) = 100/1000 X 1000/6000 = 100/6000. Correto? E qual seria a probabilidade de uma pessoa de B ser selecionada? Simples também: (amostra de B) X PPT de B = 200/2000 X 2000/6000 = 200/6000. Ou seja, O DOBRO que para o indivíduo de A. Da mesma forma, para o setor C, a probabilidade de um indivíduo ser selecionado é o TRIPLO: 300/3000 X 3000/6000 = 300/6000.

4. A quem privilegia esse método? Aquele candidato que tiver maior apoio nos estratos de maior tamanho da sociedade, que é a classe mais pobre.

5. Esse é um erro comum, mas que pode ser corrigido quando se faz amostras IGUAIS no último estágio. Veja, se as amostras são, por exemplo, de tamanho 200 em cada setor (A, B ou C), as probabilidades não se alteram: em A: 200/1000 X 1000/6000 = 200/6000 \ em B: 200/2000 X 2000/6000 = 200/6000 \ e em C: 200/3000 X 3000/6000 = 200/6000. Ou seja, a mesma probabilidade de seleção DE UM INDIVÍDUO, independente do setor a que pertença!"

Por César Maia

Grifo Meu: Você entendeu??? Ele quis dizer que: se o quadrado da hipotenusa e igual a soma dos quadradros dos catetos a candidata Dilma Rousseff vai ser eleita presidente do Brasil no 1º turno.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dilma e Lula intensificam campanha com comícios na região Sul


A candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, terá a companhia do presidente Lula durante sua agenda na região Sul do país. Nesta quinta-feira (29) e no sábado (31) a presidenciável dividirá o palanque com Lula em Porto Alegre (RS) e em Curitiba (PR), segundo a agenda da ex-ministra da Casa Civil. De acordo com as últimas pesquisas dos intitutos Datafolha e Vox Populi, a região é onde Dilma está mais distante de José Serra (PSDB) nas intenções de voto.

Hoje, Dilma e Lula participam de um comício marcado para às 19h no ginásio Gigantinho. Enquanto a candidata fará campanha pela capital gaúcha, o presidente terá uma agenda administrativa extensa no estado. Primeiro, em Porto Alegre, participa de cerimônia de assinatura de contratos da Caixa Econômica Federal para financiamento dos programas Pró-Transporte, Saneamento para Todos e Minha, Casa, Minha Vida, que beneficiarão diversos municípios do Rio Grande do Sul e terão um investimento total de R$ 596,7 milhões.

À tarde, de acordo com o Palácio do Planalto, Lula participa da cerimônia de entrega de veículos adquiridos por agricultores familiares participantes do programa Mais Alimentos e visita as instalações do projeto “Sistemas Camponeses de Produção de Alimentos, Energias Renováveis e Serviços Ambientais e Agroindústria de Cana e Extração de Óleo Vegetal”. O evento acontecerá no centro de Formação Sustentável do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em Santa Cruz do Sul (RS).

Pelos petistas gaúchos, o evento é apontado como o maior ato de campanha de Dilma já realizado no país. É também mais uma demonstração de que a candidata não pretende ficar atrás do adversário José Serra no estado em que passou a maior parte de sua vida. Serra mantém a dianteira nas pesquisas locais, mas Dilma tem investido pesado no Sul. Antes do comício desta quinta, também abriu oficialmente a campanha no Rio Grande do Sul, em 6 de julho.

Amanhã, Dilma parte para Curitiba, onde fica dois dias. Segundo sua assessoria, a candidata terá um encontro com prefeitos e lideranças políticas do estado. E, depois, reúne-se com empresários na Federação das Indústrias do Estado do Paraná na sexta-feira à noite. Já no sábado, um comício na região conhecida como Boca Maldita, no centro da capital paranaense, vai reunir novamente Lula e Dilma. A concentração está marcada para 11h. Até o momento, não houve divulgação de agenda oficial de Lula no Paraná.

O reforço de Lula na agenda no Rio Grande do Sul e no Paraná se justifica pelas últimas pesquisas. A região Sul é onde Dilma tem os piores índices de intenção de voto. Segundo o Vox Populi, no seu último levantamento, Serra tem 44% contra 33% da petista. O Datafolha mostra percentuais parecidos: 45% para o tucano e 32% para Dilma.

Fonte: Congresso em Foco

O significado da candidatura de Marina Silva segundo o PCO


A candidatura de Marina Silva evidentemente faz parte de uma manobra da direita, ao criar artificialmente, com ajuda da imprensa aliada de Serra, DEM e PSDB uma candidatura de “esquerda” para envolver as massas no terreno eleitoral

Durante todo o mês de agosto de 2009, a imprensa se dedicou a preparar o terreno para que a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, saísse do PT e migrasse para o PV, partido pelo qual seria candidata à presidência da República em 2010.

A possível candidatura é evidentemente uma manobra da oposição de direita ao governo Lula, que apóia a candidatura de José Serra, do PSDB, a qual, assim como em 2006, com Heloísa Helena, fabricou uma candidata que pudesse apresentar como alternativa à classe trabalhadora, embora o programa de ambas seja burguês e de direita, desviar votos do PT e levar a eleição para o segundo turno.

Na tentativa de enfraquecer eleitoralmente a candidatura petista à presidência em 2010, a ala mais reacionária da burguesia quer impingir à classe operária uma candidatura “popular” e de “esquerda”. Nesse sentido, a operação, tal como a anterior com Heloísa Helena, tem um alcance maior do que a mera disputa eleitoral no interior da burguesia. Ela cria um fenômeno político para influenciar e condicionar o desenvolvimento político da classe operária e das massas populares. Para tal operação é necessário produzir uma enorme falsificação em cada aspecto da sua atividade política.

Marina Silva: nem de esquerda, nem ecológica

Marina Silva, a candidata “popular”, negra, ecológica, que surgiu da luta popular dos seringueiros do Acre. Essa é a imagem que a imprensa capitalista, toda ela de direita, ligada principalmente ao PSDB e ao DEM, que tem uma política totalmente contrária à população, aos negros e ao meio ambiente e, particularmente, à luta do homem do campo, a quem perseguem incansavelmente, querem criar para a ex-ministra, ajudada pelo fato de que esta renunciou ao cargo de ministra e pela história, ainda que totalmente imaginária, de luta contra o desmatamento da Amazônia ao lado do líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988. Mais convincente do que Heloísa Helena e mais capaz de acordos fisiológicos, Marina Silva teria o dobro de votos da primeira. Já fica clara a sua “amplitude” pelo fato de que se dispôs a ingressar no PV, legenda de aluguel da burguesia, tomada por vários políticos burgueses de direita, inclusive ligados às oligarquias estaduais.

A imagem criada para a senadora contraria frontalmente a realidade. Marina não apenas foi pivô da maior operação de privatização da Amazônia, como defende a repressão aos sem-terra e sequer tem uma política divergente à do governo Lula, muito menos à esquerda.

Foi ministra do governo burguês – de aliança com os mais diversos partidos e políticos de direita - de Lula por cinco anos, apenas renunciando ao cargo de ministra devido à incapacidade de continuar levando à frente o projeto imperialista, para o qual foi indicado o atual ministro Carlos Minc, um elemento político avulso, direitista, sem qualquer base social por menor que seja na população pobre, que apenas levaria adiante o processo de entrega da Amazônia a que deu início a própria Marina Silva. Contraditoriamente à imagem que procura criar, Minc é filiado ao PV, partido no qual ingressou a senadora.

Marina Silva se viu obrigada a deixar o cargo pouco antes de ser aprovada de vez no Senado uma Medida Provisória já imposta por Lula que aumentou de 500 para 1.500 hectares as terras que podem ser repassadas da União para latifundiários sem licitação na Amazônia. Antes disso, no entanto, já havia apoiado a privatização de Florestas públicas nacionais. A MP da grilagem é, na realidade, resultado desta política.

Além de privatizar florestas públicas na Amazônia, Marina Silva declarou que o Ibama e exército não são suficientes para proteger a Amazônia. O que significa que deve ser intensificada a repressão no campo, não contra os latifundiários e grandes capitalistas que estão promovendo um enorme desmatamento da Amazônia, mas sim dos trabalhadores sem-terra. É uma política de defesa dos lucros dos grandes capitalistas que lucram com a especulação das terras e os grandes agricultores, procurando eliminar os obstáculos colocados no caminho desses, como os sem-terra e os índios.

A política da ex-ministra ficou bastante clara com as várias operações repressivas e verdadeiramente criminosas realizadas em seu mandato em conjunto com os latifundiários, como a “Arco de Fogo” em Rondônia e a “Paz no Campo”, no Pará, em convênio com o governo de Ana Júlia Carepa, do PT, ambas usadas para perseguir e assassinar os sem-terra em favor dos latifundiários. Estas operações têm servido como cobertura para o assassinato de diversos dirigentes camponeses como ocorreu recentemente com o companheiro Luiz Lopes no Pará, militante da Liga dos Camponeses Pobres.

PV: um partido a serviço do PSDB e do DEM

Mesmo que pudesse ser considerado um rompimento honesto e de esquerda com o governo Lula, a saída de Marina Silva se dará pela direita e não pela esquerda, já que o PV é um conhecido partido “laranja” das oligarquias, dirigido por Sarney Filho, conhecido por manter acordos com o PSDB e o DEM ..

O PV participa de prefeituras com a direita, como ocorre em São Paulo, com Gilberto Kassab, onde apoiou este para a prefeitura da maior cidade do País em troca de cargos em subprefeituras paulistanas como a da Mooca. No Rio de Janeiro, foi também notória a aliança de Fernando Gabeira com a oposição de direita ao governo Lula.

Procurando evitar qualquer atrito político com o PT, que daria margem para uma discussão política de uma posição nada confortável para a senadora, Marina ressaltou que sua saída não se daria por discordâncias, concentrando os motivos pelos quais cogita sair do PT como de mais espaços para a defesa de um programa ligado ao Meio Ambiente, dizendo que “Em nenhum partido que tem espaço de poder esta questão é colocada como estratégica" (O Globo, 5/8/2009).

Mesmo nesse terreno, ou melhor, particularmente neste terreno, o PV não deixa de ser uma farsa. Um dos principais episódios que ilustra a farsa da defesa ecológica realizada por este partido foi o apoio dado para eleger e reeleger o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, maior plantador de soja do país e conhecido por ser também um dos maiores desmatadores, o que certamente não contribui em nada para a imagem “verde” do partido e de Marina Silva. Na realidade, o partido usa a fachada verde para realizar negócios diversos com a burguesia justamente em oposição a qualquer verdadeiro programa de defesa do meio ambiente.

A defesa da ética e da moralidade: demagogia com a classe média conservadora

Segundo a imagem fabricada pela imprensa capitalista, a senadora Marina Silva seria , assim como sua equivalente política Heloísa Helena, uma defensora da moral no Congresso Nacional, mesmo quando esta se calou completamente não apenas diante da questão do “mensalão” em 2005, mas de todas as alianças com elementos notoriamente corruptos da burguesia feita pelo PT como partido há muito tempo, por vários governos petistas em âmbito estadual ou municipal, e pelo governo Lula em particular.

Isso, no entanto, não é tudo. Marina Silva faz parte do PT do Acre, pelo qual se elegeu senadora, dominado pelos irmãos Tião e Jorge Viana. Este último, homem das empreiteiras, mineradoras e latifundiários do Estado, elegeu-se governador do Estado duas vezes e passou a dominar a política local, substituindo a velha oligarquia ligada ao antigo PFL. Ao chegar ao governo, porém, juntou-se com as oligarquias e em 1998 elegeu-se novamente em uma coligação com o PSDB, quando este partido elegeu FHC para um segundo mandato na presidência. Esta ala, da qual faz parte a senadora é notoriamente a mais próxima dos partidos da direita. Quando Tião Viana cogitou ser candidato à presidência do Senado recebeu de imediato caloroso apoio tanto do PSDB quanto do DEM, que recuaram alegando o escândalo de compra de votos no Acre com a distribuição de mais de R$ 3 milhões em cadeiras de roda e outros equipamentos para deficientes, embargado pela Polícia Federal por ordem do TSE.

A imprensa capitalista, que faz gigantesca campanha para a recém-descoberta “dissidente” do PT, se esquece da longa aliança da ética e democrática oligaquia dos irmãos Viana no Acre, das mais direitistas, antioperárias e fisiológicas alas do PT. O mais importante, no entanto, para julgar o caráter de “candidata popular” de Marina Silva é o fato de que esta oligarquia domina completamente a política acreana desde 1995, ou seja, 14 anos e é instrumento político da manutenção da brutal exploração de um punhado de oligarcas, latifundiários, empreiteiras e mineradoras, da população do Estado, uma das mais pobres do país.

A nova tese defendida pela burguesia é a que mostra Marina Silva como dissidente política por princípios e não por conveniência pessoal, particularmente em torno ao caso Sarney, uma verdadeira ficção.

Artigo do PCO quando da candidatura de Marina Silva

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo de domingo 23 de agosto Marina Silva, quando perguntada sobre a se era viável o apoio do PT a Sarney respondeu:

“Isso já se mostrou insustentável por tudo o que está acontecendo com o Congresso, com o governo, com o PT, e com o próprio presidente Sarney. No meu entendimento, o melhor para a crise era o seu afastamento temporário, inclusive como forma de preservar a figura histórica de Sarney”. Ou seja, a mesma defesa do jogo de cena de aliviar a crise com medidas puramente de aparência que defendem todos os partidos burgueses para aplacar a revolta da população.

Esta declaração lhe valeu destaque nos jornais com a manchete totalmente discordante da realidade que dizia “Apoio de petistas a Sarney é insustentável, diz Marina”.

Esta é uma demagogia sem fim, um cinismo típico da direita de toda a ala petista do Senado que se declarou demagogicamente pela renúncia de Sarney, quando esta ala não apenas se apóia completamente no PMDB como foi a inauguradora no PT de toda a aliança com a direita historicamente, defendendo já na década de 70 e 80 as alianças com o MDB, cria da ditadura militar e depois o seguimento das alianças nacionais com a burguesia com a Formação da Frente Brasil Popular em 89. Desde então, não apenas no Senado e na Câmara assim como em todas as alianças eleitorais, o PT se apoiou no PMDB, partido fisiológico e das oligarquias locais para se eleger, sendo o seu auge nas últimas eleições.

Marina Silva, e a imprensa burguesa, controlada pela direita, falsificam a história para criar para a candidata uma fachada de esquerda com o objetivo imediato de desviar as votações da candidatura de Dilma Roussef e outro, mais estratégico e importante, do ponto de vista da classe operária, de impulsionar mais um instrumento de contenção da evolução política das massas.

A falsificação neste caso possui um caráter altamente cínico, já que o PV é controlado pela família Sarney e é apoiado diretamente na direita. A imprensa e a senadora anunciam cinicamente que vão “limpar” o partido, quando estão fazendo acordos com os elementos mais direitistas, que dominam o partido para viabilizar a operação feita pelos grandes capitalistas.

A Heloísa Helena de fachada verde

O país todo está assistindo a repetição de um filme assistido quatro anos atrás. A candidatura de Marina Silva com sua saída do PT tornou-se um fenômeno em poucos dias. Sua candidatura lançada em meio à crise política do Senado, rapidamente passou a ter mais destaque que a própria crise em muitos jornais e revistas de análise política na última semana. Duas das maiores revistas do país dedicaram a capa inteira ao novo – porque criado por elas – fenômeno eleitoral, a revista Istoé e a revista Época. Esta última é de propriedade da Rede Globo e a primeira brilhou, não muito tempo atrás pela provocação direitista e policialesca contra os sem-terra de Rondônia, acusados de guerrilheiros e traficantes de droga. Uma “reportagem” muito conveniente para os grandes latifundiários da região que querem tomar as terras dos camponeses para os seus negócios. A revista lança-se aos maiores elogios à “mulher do povo” e “defensora do meio ambiente”.

O fenômeno Marina Silva se assemelha inteiramente com a manobra realizada nas últimas eleições presidenciais por meio do Psol e da figura de Heloísa Helena erguida pela imprensa burguesa.

Assim como Marina Silva, a candidatura de Heloísa Helena foi fabricada pela direita que controla os meios televisivos e as maiores revistas semanais e jornais.

Para a ex-senadora petista Heloísa Helena, desde 2005 foi dado total destaque em sua participação na CPI dos Correios, onde esta procurou aparecer como a personalidade mais ética da comissão em intervenções teatrais, transmitidas ao vivo em rede aberta de televisão. Na realidade, a CPI, como todos os escândalos de corrupção – que são, evidentemente, verdadeiros – são um instrumento de manipulação da opinião do eleitorado pela direita. A presença ou a fachada de uma esquerdista na manobra era extremamente conveniente para a direita. Daí que, em momento algum, os esquerdistas éticos como Heloísa Helena trataram de generalizar as denúncias para atingir o conjunto do regime ou dos partidos que lhe dá sustentação, mas buscou trabalhar para um dos lados contra o outro.

Em pouco tempo esta tomou os jornais e revistas. Pouco antes das eleições de 2006, Heloísa Helena recebeu da revista Isto É o prêmio de personalidade do ano.

Marina Silva na edição desta semana da revista Isto É é tema de capa e recebeu nada menos que dez páginas da revista. Uma operação evidentemente orquestrada para criar um fato político para as eleições de 2010.

Marina Silva surge assim como Heloísa Helena em meio à campanha ética da direita, que procura ganhar espaço com a crise do governo Lula.

Neste caso se trata de uma campanha de muito maior vôo que em 2006 com Heloísa Helena, campanha esta proporcional à crise da direita no Congresso Nacional e a tentativa desta de se salvar de uma crise terminal, bem como à crise de todo o regime político.

Outra semelhança entre as duas candidatas é o completo esvaziamento de qualquer programa político de interesse da classe trabalhadora, sendo a candidata do Psol uma defensora da ética acima de qualquer programa e de um emaranhado de reivindicações abstratas e patronais. O mesmo ocorre com Marina Silva só que com uma fachada ecológica.

A falta de conteúdo de classe dos programas e de base social é um fator importante para que ambas sejam não uma alternativa a Lula à esquerda, o que seria um fator de desestabilização do regime político e partidário da burguesia, mas uma alternativa de direita, comprovada pelo caráter reacionário destas com relação a reivindicações como o aborto e a religião.

Marina Silva, evangélica da Assembléia de Deus é defensora do ensino religioso e contrária a estudos de célula-tronco e ao aborto, programa idêntico a de Heloísa Helena. Chegou a defender em declaração pública, num simpósio, a fábula bíblica de que os homens foram criados por Deus seja lecionada ao lado do evolucionismo de Charles Darwin. Consegue, neste sentido, ser mais reacionária e obscurantista do que a sua precessora na preferência da imprensa da grande burguesia.

Ao lado de outros membros do PT e agora do PV (veja projeto de deputado do PV contra as mulheres) levou à frente a tentativa de aumentar a perseguição contra as mulheres. Marina Silva tentou barrar a Lei de Biossegurança, que tratava de pesquisas com células-tronco e transgênicos.

Assim ambas não aparecem nem mesmo como candidatas ligadas às reivindicações das mulheres, também um ponto fundamental para servirem de candidatas manipuláveis para a direita.

A operação mostra que a esquerda nacional, sem programa e sem princípios de qualquer natureza, é um celeiro para todo o tipo de manobra oportunista da direita contra os trabalhadores e a população em geral.

O que está em jogo?

Ambas as candidaturas cumprem o mesmo objetivo imediato para os partidos burgueses direitistas, do qual o PV é apenas um derivado do PMDB e do PSDB sendo dominado por ala da família Sarney, o de retirar votos da candidata de Lula e de levar a disputa para um segundo turno. É um instrumento na luta interna da burguesia.

Este objetivo imediato muito semelhante entre Heloísa Helena e Marina Silva já é apontado pelos próprios jornais burgueses que propagandeiam a candidatura de Marina Silva.

“Tucanos e petistas, avaliam que, caso a ex-ministra do Meio Ambiente aceite o convite do PV, a corrida de 2010 passar a ter mais chances de ser resolvida no segundo turno (...)

Líderes do PT e do PSDB consideram que a senadora deve se beneficiar da imagem de ‘vítima’ que teria junto à opinião pública, alcançando cerca de 5% dos votos. Roubaria, segundo o mesmo raciocínio, ainda votos de um eleitor mais ideologizado, que demonstra certo cansaço da polarização PT-PSDB. Marina também receberia votos de eleitores órfãos da ex-senadora Heloisa Helena (Psol), que concorreu ao Planalto em 2006 e que pode não disputar a Presidência em 2010 justamente pela presença da ex-ministra de Lula. Manteria, assim, uma candidatura satélite e independente, como a da ex-senadora, que alcançou 6,8% dos votos em 2006” (Agência Estado, 18/8/2009).

Uma evidência de que a candidatura de Marina Silva substituiria a de Heloísa Helena é o fato de que a candidata do Psol anunciou sua concorrência para o senado e não para a presidência.

É preciso denunciar como um grande golpe da burguesia contra os trabalhadores a propaganda feita para levantar uma candidatura supostamente de esquerda para uma candidatura direitista. O acontecimento permite, também, uma caracterização clara da política de Heloísa Helena e do Psol, bem como da Frente de Esquerda, apresentada por muitos como uma “alternativa de classe”. Fica claro que tudo consistia em uma manobra eleitoral no marco da luta interna da burguesia para impulsionar a ascensão de elementos pequeno-burgueses que ocupam um papel secundário na política burguesa parlamentar.

Marina Silva, assim como Heloísa Helena não representa qualquer rompimento com a burguesia, mas são ambas oportunistas que tiram proveito de uma manobra momentânea e sob medida da direita da burguesia explorando o atraso de uma parcela confusa e conservadora da população e da classe trabalhadora com esta expectativa de rompimento, mas que a atrelam automaticamente a uma parcela da burguesia.

Desmascarar a operação da direita

As apelações para colocar Marina Silva como mulher, negra ao lado do povo devem ser totalmente desmascaradas. É uma candidata a serviço e apoiada pela direita, contra as mulheres e o povo, usada para manipular o processo eleitoral.
A candidatura que se esboça de Marina Silva para a presidência não é uma candidatura da classe trabalhadora das cidades ou do campo, mas sim para os interesses eleitorais da burguesia de direita e da própria esquerda que se alia diretamente a esta burguesia fazendo as vezes de oposição ao governo Lula.

A tentativa da burguesia de mostrar Marina Silva como alternativa à esquerda e em defesa dos trabalhadores deve ser denunciada como uma das maiores farsas da história eleitoral do País, proporcional à crise da direita que busca desesperadamente a fabricação de um candidato para tentar conter uma guinada à esquerda eleitoral da população que expresse a rejeição à própria direita existente entre a população.

Esta é mais uma tentativa da burguesia, em particular da direita, de criar uma liderança política artificial para servir de “esquerda” e de “socialista” para as massas no terreno eleitoral. É dever de todas as correntes e grupos que se reivindicam da luta do movimento operário e dos trabalhadores da terra denunciar mais esta manobra para atrair os trabalhadores para uma arapuca política.