terça-feira, 20 de julho de 2010

Como Serra age; o que os amigos pensam do seu método


Logo ao assumir o governo de São Paulo, em 2007, Serra desfechou um golpe contra a autonomia universitária, o mesmo bote traiçoeiro que, segundo interlocutores fiéis, ele promete dar contra os DEMOS, caso vença as eleições de 2010.

O conto do 'golpe progressista' ainda cultivado em alguns círculos acadêmicos serristas soa cada vez mais como um conto do vigário, depois do seu endosso ao terrorismo do piccolo balilla, Indio da Costa.

O episódio de 2007 reforça essa percepção. O que Serra desejava então era reduzir a autonomia das universidades estaduais para engordar o caixa único do seu governo, já de olho na disputa presidencial. Com o decreto 51.461/07 ele impôs uma espécie de intervenção branca criando uma Secretaria do Ensino Superior acima dos reitores.

Outro decreto, o de nº 51.636 (9/3) subordinava as universidades ao Sistema Integrado de Administração Financeira, subtraindo a autonomia de gestão das instituições que prestam contas diretamente ao Tribunal de Contas do Estado. O decreto nº 51.660 (14/3) instituía uma Comissão de Política Salarial (CPS), composta pelos secretários da Fazenda, de Economia e Planejamento etc atropelando o Fórum criado no interior das universidades para esse fim.

A comunidade acadêmica reagiu. Estudantes e professores organizaram protestos e paralisações em todo o Estado. Pinotti, o secretário da Educação, já falecido, foi para o sacrifício e entregou a carta de renúncia. Após semanas de desgaste, Serra foi obrigado a recuar no que seria o primeiro de uma série interminável de conflitos de sua gestão com servidores públicos, professores, estudantes, sindicatos, movimentos sociais...

Amigos de Serra do ambiente universitário desabafaram então em conversa com jornalistas numa assembléia em um campus do interior de SP: ‘Serra pensa que é mais inteligente do que de fato é. Na verdade, em política ele é burro. A prova dessa burrice é mexer com as universidades dessa forma intempestiva e acreditar que poderia dar certo. Serra pensa que sabe fazer política; pior ainda, acredita nos que dizem que ele sabe. Ele poderia até ser um bom ministro da Fazenda, mas não tem cabeça para coisas maiores’.

A desastrosa condução da candidatura demotucana nesta campanha eleitoral, em que a palavra equilíbrio foi esquartejada e salgada em via pública pelo ex-governador de SP, sugere que os amigos sabiam do que estavam falando.

Carta Maior

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