Para Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Nelson Mandela tornou-se um ícone mundial por seus valores e princípios
O responsável por promover as mudanças mais importantes da África do Sul completa 94 anos e continua sendo exemplo de liderança.
Vencedor do Nobel da Paz de 1992 e grande precursor de movimentos políticos de sucesso, Nelson Mandela chegou aos 94 anos nesta quarta-feira (18/7) e foi homenageado por muitos líderes mundiais.
Não há dúvida de que o grande feito do líder político, que foi o primeiro presidente sul-africano, foi a oposição ao Apartheid, regime de segregação racial que esteve vigente no país entre 1948 e 1994.
De acordo com Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Nelson Mandela tornou-se um ícone mundial por causa dos valores e princípios, pelos quais lutou ao longo de sua vida pública.
"No contexto geral, a contribuição de Mandela para o mundo é a sua liderança conciliadora e pacificadora. Além disso, é um líder de Estado e agente comunitário amplamente reconhecido. Ele foi preso por defender os princípios de justiça, igualdade e inclusão para todos", avalia.
Em 1964, o ex-presidente foi condenado a prisão perpétua por traição, acusado de preparar um levantamento armado contra a população branca.
"Mandela foi bastante injustiçado. Por lutar contra a segregação racial que assolava a África ficou preso por 27 anos. A determinação, porém, lhe rendeu um prêmio como o Nobel da Paz e hoje o conclama como um exemplo de liderança", explica Sidney Ferreira, professor especialista em country studies do continente da África da ESPM.
Preso, manteve-se coerente e fiel aos seus pontos de vista que enfrentavam qualquer princípio segregacionista, sendo o principal símbolo de resistência ao movimento do Apartheid.
Pacifista, Mandela soube esperar até 1994 para vencer as primeiras eleições livres e estabelecer seus projetos, consolidando o fim da segregação de raças no país.
"Após tantos anos sendo um líder simbólico, Mandela fez uma transição impecável para se tornar um líder político. Não perdeu densidade e manteve os ideais. Por isso, é uma personalidade relevante até hoje no cenário mundial. Não houve uma diluição da imagem do líder", diz Ferreira.
Com isso, se tornou um dos poucos líderes que conseguiu transitar por mais de um contexto.
"Diferentemente de Lech Walesa, líder da Polônia, Mandela soube estabelecer políticas de integração. Ambos tiveram as mesmas oportunidades e ideais similares, porém Walesa demonstrou ser menor do que os problemas que teria que enfrentar durante a sua gestão. O equilíbrio foi o segredo de Mandela, a maneira de superar os obstáculos, era incansável", analisa o professor da ESPM.
Para o especialista, o principal trunfo de Mandela foi ter feito opções políticas corretas, percebendo a necessidade de uma recriação da identidade nacional sem exclusão. "Não quis combater o Apartheid a partir da criação de outro modelo de segregação".
Em termos de governo, o líder sul-africano teve uma gestão de conciliação nacional, foi fiel aos seus compromissos de campanha e economicamente responsável. "Conseguiu mudar a imagem de um país estigmatizado no cenário internacional. Com ele, a África do Sul passou a fazer parte da agenda positiva no exterior, tornando-se um paradigma para outros países", enfatiza Ferreira.
Para ele, a conjuntura internacional era favorável, já que Bill Clinton, presidente dos Estados Unidos na época, compartilhava de um princípio norteador, a cooperação entre países.
Após 67 anos de luta para disseminar os ideais de igualdade e distante da política há alguns anos, Mandela permanece sendo exemplo de liderança para muitos presidentes.
"Mandela é um símbolo da paz, unidade e magnanimidade. Para o mundo, ele representa o triunfo do espírito humano sobre a adversidade. Ele é respeitado por sua generosidade, aliada ao espírito de liderança e humildade", conclui Mbete.
Não há dúvida de que o grande feito do líder político, que foi o primeiro presidente sul-africano, foi a oposição ao Apartheid, regime de segregação racial que esteve vigente no país entre 1948 e 1994.
De acordo com Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Nelson Mandela tornou-se um ícone mundial por causa dos valores e princípios, pelos quais lutou ao longo de sua vida pública.
"No contexto geral, a contribuição de Mandela para o mundo é a sua liderança conciliadora e pacificadora. Além disso, é um líder de Estado e agente comunitário amplamente reconhecido. Ele foi preso por defender os princípios de justiça, igualdade e inclusão para todos", avalia.
Em 1964, o ex-presidente foi condenado a prisão perpétua por traição, acusado de preparar um levantamento armado contra a população branca.
"Mandela foi bastante injustiçado. Por lutar contra a segregação racial que assolava a África ficou preso por 27 anos. A determinação, porém, lhe rendeu um prêmio como o Nobel da Paz e hoje o conclama como um exemplo de liderança", explica Sidney Ferreira, professor especialista em country studies do continente da África da ESPM.
Preso, manteve-se coerente e fiel aos seus pontos de vista que enfrentavam qualquer princípio segregacionista, sendo o principal símbolo de resistência ao movimento do Apartheid.
Pacifista, Mandela soube esperar até 1994 para vencer as primeiras eleições livres e estabelecer seus projetos, consolidando o fim da segregação de raças no país.
"Após tantos anos sendo um líder simbólico, Mandela fez uma transição impecável para se tornar um líder político. Não perdeu densidade e manteve os ideais. Por isso, é uma personalidade relevante até hoje no cenário mundial. Não houve uma diluição da imagem do líder", diz Ferreira.
Com isso, se tornou um dos poucos líderes que conseguiu transitar por mais de um contexto.
"Diferentemente de Lech Walesa, líder da Polônia, Mandela soube estabelecer políticas de integração. Ambos tiveram as mesmas oportunidades e ideais similares, porém Walesa demonstrou ser menor do que os problemas que teria que enfrentar durante a sua gestão. O equilíbrio foi o segredo de Mandela, a maneira de superar os obstáculos, era incansável", analisa o professor da ESPM.
Para o especialista, o principal trunfo de Mandela foi ter feito opções políticas corretas, percebendo a necessidade de uma recriação da identidade nacional sem exclusão. "Não quis combater o Apartheid a partir da criação de outro modelo de segregação".
Em termos de governo, o líder sul-africano teve uma gestão de conciliação nacional, foi fiel aos seus compromissos de campanha e economicamente responsável. "Conseguiu mudar a imagem de um país estigmatizado no cenário internacional. Com ele, a África do Sul passou a fazer parte da agenda positiva no exterior, tornando-se um paradigma para outros países", enfatiza Ferreira.
Para ele, a conjuntura internacional era favorável, já que Bill Clinton, presidente dos Estados Unidos na época, compartilhava de um princípio norteador, a cooperação entre países.
Após 67 anos de luta para disseminar os ideais de igualdade e distante da política há alguns anos, Mandela permanece sendo exemplo de liderança para muitos presidentes.
"Mandela é um símbolo da paz, unidade e magnanimidade. Para o mundo, ele representa o triunfo do espírito humano sobre a adversidade. Ele é respeitado por sua generosidade, aliada ao espírito de liderança e humildade", conclui Mbete.
Por Marcelo Ribeiro
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