Em um momento como esse - em que no último Vasco e Flamengo, pela primeira vez em não sei quanto tempo, havia muito mais torcida do Vasco, demonstrando como os flamenguistas sentem esses golpes,- o time vai jogar em São Paulo e se apresenta com uma camisa azul e amarela, renunciando às cores rubro negras, que tanto caracterizam o clube.
Justo nessa hora, uma brutal falta de sensibilidade da direção, jogando a auto-estima do clube ainda mais para baixo. Pior: usando as cores tucanas, justamente em São Paulo.
Os antecedentes condenam a presidente do clube, Patricia Amorim. Eleita presidente do Flamengo, ela continua a ser vereadora do PSDB. Não importa que nunca mais apareça na Câmara de Vereadores, isto só conta contra ela.
Não contente com isso, em plena campanha presidencial, convidou Serra para verem juntos, publicamente, um jogo do Brasil na Copa do Mundo. Dali provavelmente nasceu a cogitação do seu nome – que correu por muito tempo – como possível candidata a vice-presidente na chapa tucana, em um gesto desesperado do Serra para ter um vice minimamente popular. (Deu no Índio, como se sabe.)
A presidente do Flamengo confunde assim as coisas. Ou presidente do Flamengo – que precisa desesperadamente de alguém que una o clube, em um dos momentos mais graves da sua história – ou vereadora tucana.
No Rio, as pesquisas dão uma vitória acachapante para Dilma, como sempre deram para Lula. Pode-se supor que a grande massa flamenguista, - mais do que a metade dos torcedores do Rio, - não é adepta do candidato tucano, absolutamente ao contrário. Assim, as atitudes da presidente do Flamengo soam piores ainda.
Separa o futebol da política, renuncia ao mandato e ao partido, se quer se dedicar de corpo e alma a recuperar o Flamengo, Patricia. Nunca mais deixe o time usar essa camisa que renuncia – como que envergonhada – ao rubro negro.
Escolha, Patricia: ou vereadora tucana ou presidente do Flamengo!
Por Emir Sader
Nenhum comentário:
Postar um comentário