quarta-feira, 7 de julho de 2010

O "radical" para a Folha é normal na democracia


Do Tijolaço

A gente entende que, na frente de forças que se reuniu em torno da candidatura de Dilma Rousseff, certas coisas não possam constar como compromissos assumidos pessoalmente pela candidata. Algumas questões, num futuro Governo, vão ter de ser decididas no embate entre as forças de mais firmes compromissos populares, nas eleições parlamentares.

Mas vamos analisar o que a Folha de S. Paulo chama hoje de “medidas radicais” do programa do que foram subscrita por Dilma Rousseff, e retiradas por solicitação de aliados -leia-se o PMDB.

Reproduzo a abertura da matéria:

“A candidata do PT, Dilma Rousseff (PT), deu aval por escrito, página a página, ao programa de governo que prevê, entre outros pontos, tributação de grandes fortunas, redução da jornada de trabalho e combate “ao monopólio dos meios eletrônicos” de comunicação.”

O primeiro “radicalismo”; o imposto sobre grandes fortunas, está previsto na Constituição Brasileira desde 1988 e nunca foi regulamentado. É adotado em grande parte dos países desenvolvidos, inclusive os Estados Unidos e, de outra forma, foi adotado – atenção – no Governo tucano de Mário Covas, em São Paulo. Quem quiser ler mais, clique aqui.

A segunda medida “radical” é a redução da jornada de trabalho para 40 horas. na tabela ao lado, você pode comparar a duração da jornada em diversos países do mundo. Engraçado é que querem que o nosso trabalhador tenha eficência em padrões europeus, tenha preparo em padrões europeus , mas acham que ele não precisa ter descanso em padrão em padrão europeu, tempo com a família em padrão europeu, estudo em padrão europeu…

E o último radicalismo é, igualmente, o cumprimento da Constituição que estabelece que os canais de rádio e televisão são concessões públicas, que devem seguir regras de conduta, sob pena de advertência ou até de cassação. Isso nada tem a ver com liberdade jornalística, ou com censura. tem a ver com as emissoras terem concessão para explorar um serviço de utilidade pública.

Infelizmente, parte da imprensa brasileira considera um “radicalismo intolerável” simplesmente cumprir a constituição democrática e aproximar nosso país das práticas dos países que ela própria considera “democráticos”. Aqui, para eles, democracia é um perigoso radicalismo.

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